Para melhorar margem no confinamento de segundo turno, pecuarista deve ficar atento às alternativas para redução do custo

Publicado em 09/06/2016 12:53
Demanda fraca por carnes limita movimento de alta da arroba do boi, mesmo com restrição na oferta de animais

O viés de alta persiste no mercado do boi gordo e "deve permanecer assim por no mínimo mais dois meses", é a afirmação do analista da Multitraide, Guilherme Reis.

Segundo ele, as valorizações recentes foram motivadas pelo enxugamento na oferta a pasto, além disso, não há previsão de entrada significativa de animais no primeiro giro do confinamento.

No curto prazo não são esperadas mudanças na tendência do mercado. A partir de agosto, quando a disponibilidade do milho safrinha é maior e começam a chegar alternativas de nutrição como a polpa cítrica e caroço de algodão, há possibilidade de aumento na oferta de animais confinados, pressionando as cotações.

As projeções, no entanto, não mostram somente um cenário otimista no médio prazo. Com a matéria prima entre R$ 157,00 a R$ 159,00/@ em São Paulo, escalas de três a quatro dias úteis e dificuldade em repassar os preços para a carne, os frigoríficos vêm às margens de comercialização caindo desde o início deste ano.

De acordo com o analista a "restrição para puxadas mais altas nos preços da arroba está na demanda fraca". A queda no poder aquisitivo da população brasileira impede valorizações expressivas no atacado.

Assim Reis considera que, caso o escoamento da produção no mercado interno não melhore, as indústrias frigoríficas começarão a realizar ajustes nas plantas, com redução nos abates, fechamento de unidades e demissões.

"Os frigoríficos grandes ainda conseguem alívio nos estoques com as exportações, entrando no mercado com um pouco mais de apetite", lembra o analista.

Segundo da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) na primeira semana do mês - correspondente a três dias úteis - o país embarcou 15,4 mil toneladas de carne 'in natura'.

Esse volume correspondeu a uma média diária de 5,1 mil toneladas, 6,5% acima na comparação com as vendas de maio no mesmo período, indicando que junho deve manter o nível acima de 100 mil toneladas como em maio,

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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