Redução na oferta de bois pode ser confirmada pela queda de 10% no volume de abate em maio
Em maio os resultados de abate 10% menores em comparação ao mês anterior, confirmou a redução de oferta das últimas semanas. Assim, a baixa disponibilidade de boiadas terminadas vem promovendo altas de preços na maioria dos estados brasileiros.
Para o analista da MB Agro, César de Castro Alves, o mercado ainda não vive o período de entressafra e o "cenário de oferta deve apertar ainda mais em julho e agosto porque provavelmente o animal de confinamento será muito escasso", considerada.
Os elevados preços do milho, farelo de soja e boi magro reduziram o resultado do confinamento, especialmente no primeiro giro. Para o segundo turno, Castro, afirma que o cenário ainda está indefinido, "irá depender de como se comportará o milho daqui para frente e as cotações na BM&F", explica.
As altas na arroba, porém, já estão sendo limitadas pelo lento escoamento da carne bovina e o enxugamento das margens das indústrias.
No mercado interno os preços da carne não conseguem evoluir, registrando ligeiros aumentos apenas nos cortes dianteiros. Nas exportações, segundo Castro, os volumes permanecem altos, mas a receita não consegue compensa a queda nas margens.
"O dólar de R$ 4,00 em janeiro deu lugar a uma taxa R$ 0,50 mais baixa, ao passo que o boi praticamente se manteve neste período", explica o analista.
Assim, César considera que a "a única oportunidade de recuperação do boi neste momento seria a possibilidade das outras carnes (frango e suíno) subirem trazendo equilibro para o atacado", pondera.
Atualmente a vantagem relativa das demais proteínas frente à carne bovina, também limita a intenção de consumo.