Mercado confuso com grandes frigoríficos mais agressivos nas compras enquanto os pequenos tentam alongar escalas ofertando menos pela @
O mercado do boi gordo atravessa por dois cenários distintos na segunda quinzena do mês. Enquanto pequenas indústrias, que tem menos recursos de compra, ofertam valores menores. Os grandes frigoríficos oferecem mais para alongar suas escalas.
Segundo o analista da Cross Investimento, Caio Junqueira, os negócios dos pequenos variam entre R$ 150,00 a R$ 154,00/@, ao mesmo passo que as grandes indústrias chegam a ofertar de R$ 155,00 a R$ 157,00/@.
"São duas realidades completamente diferentes e, não sabemos onde está a mágica dessas indústrias que conseguem pagar mais caro. O fato é que hoje o mercado está dividido", ressalta Junqueira.
Segundo ele, considerando a realidade dos grandes é possível imaginar que a tendência neste momento é altista, já que a disponibilidade de animais reduziu nos últimos dias. Por outro lado, os pequenos, com dificuldade no atacado, não conseguem bancar valorizações expressivas na arroba, e dão sinais de que o mercado é de baixa.
De acordo com Junqueira a oferta de animais a pasto ainda compõe as escalas, principalmente em outros estados que não São Paulo. "O pessoal está retendo o boi do capim, que está entrando compassado e amenizando o efeito da safra", explica.
"Prova disso é que se subir R$ 2,00 no preço da arroba no Mato Grosso do Sul, as indústrias conseguem preencher escalas de até duas semanas", declara. No estado o preço de referência para os negócios a vista está em R$ 140,00/@”, completa.
Diante desses aspectos e incertezas, o analista considera que no curto prazo a arroba não deve sofrer alterações expressivas nos valores de comercialização.
No médio prazo "o direcionamento irá depender do clima, se realmente o frio e a estiagem chegar poderemos ter um mercado pressionado", explica Junqueira.