Safra de boi chega ao fim e movimento de pressão sobre os preços da arroba diminui. Negócios acima da referência já são vistos em SP
A pressão de baixa sobre a arroba do boi gordo enfraqueceu nesta semana. Em São Paulo as cotações já reverteram a tendência de baixa, trabalhando entre R$ 153,00 a R$ 154,00/@, mas com registro de negócios acima da referência.
De acordo com o consultor da Scot Consultoria, Alex Santos Lopes, somente as indústrias que possuem animais a termo ou estão comprando fora do estado, ainda ofertam abaixo deste intervalo.
"O aspecto do mercado já mudou em relação à semana passada. A diminuição da oferta tirou o mercado da posição baixista, voltando a trabalhar com estabilidade", explica Lopes.
Segundo o consultor, dois fatores contribuíram para o recuo na disponibilidade de animais, sendo eles retenção de gado por parte dos pecuaristas e finalização da oferta de pasto.
No médio prazo, a expectativa dos analistas é que a oferta fique ainda mais restrita, como é típico do período de entressafra, possibilitando valorizações na arroba.
Contudo, a baixa rentabilidade dos frigoríficos deverá limitar as altas. Com dificuldade de repassar o aumento da matéria prima no preço da carne, as indústrias veem suas margens estreitando ao longo do ano, mesmo em períodos de baixa na arroba.
Para Lopes, esse "fator será preponderante para o cenário do segundo semestre em termos de preço e valorização do boi gordo", visto que não há expectativas de melhora da demanda interna.
Diante dessas incertezas o analista destaca a importância da trava, observando as indicações do mercado futuro. "Esse preço de R$ 167,50/@ para outubro é um ótimo negócio", considera.