Apesar das vendas fracas de carne, oferta restrita de animais traz viés de alta para os preços da arroba a partir desta semana
A pressão de baixa sobre a arroba inicia esta semana mais fraca. Com a redução no volume de animais ofertados em algumas regiões, a dificuldade na compra voltou a dar sustentação às cotações, apesar dos registros de vendas fracas de carne.
De acordo com o analista da FCStono, Caio Toledo Godoy, na última semana os frigoríficos tentaram recuar até o patamar de R$ 150,00/@, mas os pecuaristas resistiram em entregar os animais nesses valores.
Nesta segunda-feira (16) as ofertas de negócios variaram entre R$ 151,00/@ a R$ 152,00/@ com indústrias menores pagando até R$ 2 acima desse intervalo para conseguir completar as escalas.
"Estamos terminando a oferta de boi de pasto e, é preciso considerar que neste ano o primeiro giro de confinamento será menor. Então é possível que daqui para frente tenhamos altas mais sustentáveis na arroba", considera Godoy.
Essas valorizações podem ser observadas no mercado futuro. Na BM&F o boi outubro está cotado em média R$ 166,80/@, já precificando uma alta para o segundo semestre.
No entanto, o analista ressalta que mesmo com a arroba em alta a margem de lucro dos pecuaristas não estão garantidas. O milho é um dos principais vilões neste ano. Entre 6 e 13 de maio, o Indicador Cepea/Esalq (base Campinas-SP) subiu 3,3%, fechando a R$ 51,70/sc na sexta-feira (13) recorde nominal.
Considerando o alto patamar do cereal e uma precificação do mercado futuro, Godoy, considera que nem mesmo o segundo giro de confinamento trará boas perspectivas de margem. "Assim, o segundo semestre terá oferta restrita, a grande questão é se a demanda irá ajudar ou não", questiona.