Maior oferta de animais a pasto e chegada dos primeiros lotes de confinamento podem pressionar cotações do boi nos próximos 40 dias

Publicado em 27/04/2016 11:51
Em São Paulo , as escalas de abate são alongadas com maior participação de animais de outros estados, já que diferencial de base é um dos maiores dos últimos tempos

O aumento na oferta de animais nas últimas semanas, conseqüência da menor capacidade de suporte das pastagens em alguns estados, favoreceu o alongamento das escalas e a pressão por parte dos frigoríficos.

Segundo o analista da Cross Investimento, Caio Junqueira, "o diferencial de base está bastante grande. Em Rondônia, por exemplo, temos cotações entre R$ 128,00 e R$ 130,00/@, enquanto São Paulo ao redor de R$ 155,00/@, fator que favorece a compra das indústrias fora e puxou a baixa em todos os estados", explica.

Neste cenário, o analista afirma que em São Paulo as referências vêm recuando nos últimos dias, praticamente sem volume de negócios, basicamente em função da facilidade de compra em outras praças.

Outro fator fundamental para esse movimento de compra fora do estado é o estreitamento das margens das indústrias. Com a matéria prima alta, e a queda de R$ 10,00/kg para R$ 9,60/kg no boi casado - refletindo o baixo consumo no mercado interno - os frigoríficos começaram a perder margem, encontrando na compra em outras praças uma alternativa de minimizar as perdas.

"Esperamos para os próximos 40 dias uma oferta mais acentuada do que vínhamos notando, levando em consideração que teremos um bom primeiro turno de confinamento que vai começar a ser ofertado até o final de maio. Houve uma grande procura por travas no mercado futuro para maio", explica Junqueira.

Após o 40 dias, o mercado voltaria a depender a se abastecer com oferta de pasto e choco, dando chaces a recuperação nas cotações, segundo o analista. A demanda interna, no entanto, não deve sofrer grandes alterações e, as exportações poderão ter uma queda na receita, refletindo a baixa na taxa de câmbio.

Até a quarta semana de abril, as exportações brasileiras de carne bovina in natura totalizaram 66,50 mil toneladas, uma média diária de 4,40 mil toneladas, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).Na comparação com março deste ano, o volume embarcado diariamente diminuiu 12,0%. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o volume foi 6,4% maior.

Caso o ritmo se mantenha até o final do mês, os embarques chegarão a 88,00 mil toneladas, uma queda em relação ao volume mensal em janeiro, fevereiro e março deste ano.

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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