Queda nas cotações do boi não melhoram situação de frigoríficos que agora perdem margens também nas exportações, após recuo do dólar

Publicado em 15/04/2016 12:21
Frigoríficos podem perder capacidade de compra e movimento de alta da arroba deve ser limitado

A semana encerra com pressão sobre as cotações em diversas praças de comercialização. O aumento na demanda, reflexo da degradação das pastagens, facilitou a compra dos frigoríficos nos últimos dias, e as escalas de abate voltam a alongar.

No entanto, embora os preços tenham sido até R$ 3,00 em algumas regiões, esse fator não ajudou a melhorar as margens das indústrias que viram o preço da carne cair nesta semana.

"Mesmo com essa queda do boi, a carne caiu mais, apertando a margem dos frigoríficos no mercado interno. E a exportação, que é a principal válvula de escape, também retraiu em receita com a queda do dólar", explica o analista da MBAgro, César de Castro Alves.

Com a evolução do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o mercado tem precificado essa tendência de melhor na economia. Assim, as cotações que iniciaram abril próximo dos R$ 4,00, hoje operam entre R$ 3,40 a R$ 3,50.

Para Alves, essa composição de fatores deixa as indústrias menos dispostas a bancarem altas na arroba do boi gordo. No curto prazo, o analista prevê que o mercado terá poucos elementos que possibilitem valorizações.

"A seca aumentou a oferta, do lado do consumo não vemos nenhuma chance de melhora, além de tudo tem o cenário de real valorizando, são fatores que combinados indicam pressão", ressalta Alves.

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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