Queda nas cotações do boi não melhoram situação de frigoríficos que agora perdem margens também nas exportações, após recuo do dólar
A semana encerra com pressão sobre as cotações em diversas praças de comercialização. O aumento na demanda, reflexo da degradação das pastagens, facilitou a compra dos frigoríficos nos últimos dias, e as escalas de abate voltam a alongar.
No entanto, embora os preços tenham sido até R$ 3,00 em algumas regiões, esse fator não ajudou a melhorar as margens das indústrias que viram o preço da carne cair nesta semana.
"Mesmo com essa queda do boi, a carne caiu mais, apertando a margem dos frigoríficos no mercado interno. E a exportação, que é a principal válvula de escape, também retraiu em receita com a queda do dólar", explica o analista da MBAgro, César de Castro Alves.
Com a evolução do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o mercado tem precificado essa tendência de melhor na economia. Assim, as cotações que iniciaram abril próximo dos R$ 4,00, hoje operam entre R$ 3,40 a R$ 3,50.
Para Alves, essa composição de fatores deixa as indústrias menos dispostas a bancarem altas na arroba do boi gordo. No curto prazo, o analista prevê que o mercado terá poucos elementos que possibilitem valorizações.
"A seca aumentou a oferta, do lado do consumo não vemos nenhuma chance de melhora, além de tudo tem o cenário de real valorizando, são fatores que combinados indicam pressão", ressalta Alves.