Escalas de abate ampliam em GO, MG e SP com expectativa de deterioração das pastagens. Frigoríficos já reduzem valor pago pela arroba

Publicado em 12/04/2016 11:57
Escalas de abate ampliam em GO, MG e SP com expectativa de deterioração das pastagens. Frigoríficos já reduzem valor pago pela arroba

O alongamento das escalas de abate em alguns estados como São Paulo, Goiás e Minas Gerais fez a arroba do boi gordo perder o fôlego de alta que vinha sendo observado nas últimas semanas.

A expectativa de deterioração das pastagens aumentou a entrega dos animais e alguns frigoríficos começam a ver neste cenário uma oportunidade para pagar menos pela matéria prima. De acordo com o analista da Agrifatto, Gustavo Figueiredo, em São Paulo o volume de oferta para o boi a R$ 158,00/@ a vista aumentou na semana passada.

"Verificando que os pastos podem começar a sentir nos próximos dias, os animais prontos que estavam para abate foram entregues pelos pecuaristas, analisando que os preços praticados até a última semana eram muito bons e, verificando que na semana seguinte não há possibilidade de alta", explica Figueiredo.

Segundo ele, em Minas Gerais e Goiás as escalas já preenchem em média 7 dias úteis. Assim, no estado goiano já é possível observar até dois dias de programação preenchidas com animais de valores inferiores a referência praticada, entre R$ 142,00 a R$ 143,00/@.

Em São Paulo as escalas estão um pouco mais curtas, cerca de 5 dias úteis, e os preços ainda trabalham entre R$ 157,00 a R$ 160,00/@. "Mas de segunda para terça, já há uma tentativa de recuo onde o balcão vai de R$ 154,00 a R$ 157,00/@, ou seja, estamos falando de ofertas até R$ 2,00 abaixo da média Esalq/BM&F", destaca Figueiredo.

Para ele, as condições no curto prazo não indicam possibilidade de alta na arroba, haja vista que as previsões climáticas apontam um cenário de estiagem para os próximos 15 dias nas principais regiões produtoras. Além disso, as escalas estão se alongando e as ofertas de negócios ainda são positivas, por isso, Figueiredo afirma "que não há motivo para reter os animais neste momento".

É importante destacar também, que tradicionalmente no período de maio a junho há uma concentração maior de animais de cocho, que pode trazer uma pressão maior sobre as cotações.

"Nós próximos 40 dias não acredito em nenhuma alta, apenas um recuo gradativo durante esse período”, alerta Figueiredo.

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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