Aumentam especulações sobre clima seco e possibilidade de maior oferta de animais a partir de maio. Boi na BM&F já tem pressão nos preços
O mercado do boi gordo não tem mostrado grandes alterações no decorrer desta semana. As cotações em São Paulo seguem firmes na média de R$ 159,00/@ a vista, enquanto que as escalas de abate atendem cerca de quatro dias úteis.
No entanto, de acordo com o analista da FCStone, Caio Toledo Godoy, há uma percepção no mercado futuro de um possível aumento da oferta em maio e junho, que já começa a pressionar os futuros do boi gordo na BM&F.
Por volta das 14h45 o vencimento maio anotava queda de 0,53% sendo cotado a R$ 155,52/@, o junho também perdia 0,54% a R$ 155,75/@. "Essa possibilidade de incremento na oferta deve-se ao fator clima. Se olharmos as previsões, maio deve ser mais seco, então podemos ter uma concentração de entrega dado a degradação das pastagens", explica Godoy.
Ainda assim, a disponibilidade restrita de animais terminados deve impedir modificações expressivas no mercado físico. O analista acredita que mesmo com as possíveis quedas, o preço da arroba não deve ultrapassar o suporte de R$ 154,00/@ a vista.
"O primeiro fator que devemos ficar bastante atentos é o dólar, hoje temos exportações muito firmes, fechamos março com 110 mil toneladas, então mesmo que o mercado interno esteja ruim os frigoríficos precisaram de boi para atender os importadores", destaca o analista.
Confinamento
Os pecuaristas que desejam realizar o confinamento neste ano já começam a planejar suas estratégias e, neste sentido acompanhar a taxa do câmbio é um fator importante para minimizar custos.
Segundo Godoy, caso o dólar volte ao patamar dos R$ 4,20 é importante que os produtores realizem hedge do milho para garantir um melhor preço, e reduzir os custos de confinamento.