Frigoríficos mantém pressão sobre as cotações do boi em SP mas poucos negócios acontecem. Escalas evoluem com animais de fora do estado
O enfraquecimento das vendas de carne bovina na segunda quinzena do mês deu fôlego para os frigoríficos continuarem testando preços menores pela arroba do boi gordo. O movimento que já é observado algumas semanas, parecia ter perdido força, mas voltou a se intensificar nos dois últimos dias.
Em São Paulo os negócios acontecem entre R$ 155,00/@ a R$ 157,00/@, pois a baixa disponibilidade de animais terminados impede uma pressão maior sobre as cotações, e não permite o alongamento das escalas.
"As indústrias que oferecem tão abaixo da realidade do estado, percebemos um movimento grande deles indo buscar animais fora de São Paulo, conseguindo colocar animais na escala", explica o analista da Multitrade Assessoria, Guilherme Reis.
Segundo ele, nos demais estados o clima tem dificultado a manutenção dos animais na fazenda, o que traz um cenário diferente do mercado paulista. No Centro-oeste, principalmente, a pressão exercida pelos frigoríficos ganha mais força, já que os pecuaristas não têm a possibilidade de esperar um melhor momento de comercialização.
"Tudo isso acaba gerando um cenário que limita novas altas no mercado boi gordo, mesmo que a oferta esteja baixa em São Paulo", ressalta Reis.
Por outro lado, no curto prazo não é esperado uma queda brusca nas referências na praça paulista, já que os pecuaristas resistem em entregar seus animais.
Além disso, os bons volumes exportados nos dois primeiros meses do ano, e as projeções de um aumento de 35% nos embarques de março comparado a 2015, também ajudam no escoamento da produção e colaboram para sustentação dos preços da arroba.