Oferta de animais continua apertada e sustentando cotações da arroba do boi, mas preços da carne já começam a perder força
PODCAST: ANÁLISE DO MERCADO DO BOI, por Élio Micheloni Jr.
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Oferta de animais continua apertada e sustentando cotações da arroba, mas preços da carne já começam a perder força
O mercado do boi gordo inicia fevereiro com a oferta de animais ainda ajustada, sustentando as cotações. No entanto, a fraca demanda já começa a refletir nos preços da carne no atacado.
Em São Paulo, as cotações seguem firmes entre R$ 149,00 a R$ 154,00/@ a vista. Na praça paulista as escalas atendem cerca de quatro dias, porém, as indústrias de maior porte, que ainda possuem boi a termo, estão com escalas maiores.
"Apesar de termos uma oferta de boi restrita, onde poderíamos ver o mercado realmente forte e com alta definida, temos de outro lado a carne com a demanda enfraquecendo e quebrando o ritmo de mercado firme para o boi gordo", explica o analista da Terra Investimento, Élio Micheloni Junior.
Segundo ele, até meados de janeiro os preços da carne no atacado variavam entre R$ 10,10 a R$ 10,20 o quilo, no entanto, neste final de semana a cotação recuou para R$ 9,70/kg.
Ainda assim, é preciso observar que o movimento ocorreu em um período de final de mês aliado ao carnaval. Portanto, será importante acompanhar como estarão as vendas na primeira quinzena de fevereiro, onde tradicionalmente a demanda é aquecida pelo pagamento dos salários.
"De qualquer forma, se persistir esse preço da carne mais baixo, a alta no boi começa a ficar um pouco mais difícil", pondera o analista.
Para Micheloni considerando apenas a disponibilidade de boiadas, a tendência do mercado é de alta consistente, contudo as indefinições sobre a demanda interna e as exportações podem tirar o potencial de valorização da arroba neste ano.
Com a queda nos preços do petróleo, e as dificuldades em entender quais serão os reflexo da desaceleração da economia chinesa no consumo global por alimentos, as exportações brasileiras de carne bovina também começam a seguir um cenário de incerteza.
Ainda dependente de Rússia e Venezuela, que tem suas economias baseadas no petróleo, e com a China tornando-se o maior comprados desde o segundo semestre do ano passado, ainda não é possível traçar um cenário mesmo que o dólar em alta favoreça os embarques.