Preço do boi continua firme, com restrição de oferta acima da esperada para o período. Em São Paulo referência supera os R$150,00/@

Publicado em 27/01/2016 11:20
Em ano de muitas incertezas, pecuarista deve ficar atento ao custo de produção e vender enquanto estiver trabalhando com margens positivas

Os preços da arroba do boi gordo continuam registrando ajustes positivos neste inicio de ano. A oferta abaixo do esperado para o período tem sido o principal motivador para as altas.

Em alguns estados como São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, a dificuldade na aquisição dos animais é maior e tem promovido altas expressivas. Segundo o consultor da Scot Consultoria, Alex Santos Lopes, em Barretos (SP) a referência está em R$151,50/@, à vista, mas existem negócios acima deste valor.

No Centro-Norte o baixo volume de chuva no final do ano passado retardou a recuperação da pastagem, assim o mês de já iniciou com um volume de oferta aquém para o período. Posteriormente, as precipitações retornaram as localidades, mas agora é o excesso de chuva que impede o embarque dos animais, restringindo ainda mais a disponibilidade de boiadas terminadas.

Em outras regiões como Sudeste e Sul, as condições climáticas favoráveis permite que os pecuaristas permaneçam mais tempo com os animais na fazenda, conseguindo negociar melhores níveis de preços.

Essa conjuntura de cenário reflete a baixa disponibilidade de animais no mercado, e a necessidade dos frigoríficos em arcar maiores preços para fazer a aquisição do boi gordo.

"A demanda infelizmente tem se comportado como esperávamos, sendo afetada pela queda do poder de compra da população, mas o que tem amenizado esse feito de menor demanda tem sido a oferta" explica Lopes.

Para ele a tendência ao longo do ano será de oferta restrita, mas o que deve ser observado com maior cautela será a demanda. Embora, as projeções apontem mais um ano de volume de abate menor, caso a demanda também retraia a níveis significativos, então teríamos um mercado desregulado com sobra de oferta.

Do lado das exportações, as projeções até o momento são positivas com o dólar em alta. No entanto, as últimas informações sobre a desaceleração da economia chinesa - que se tornou o principal comprador brasileiro em 2015 - e as recentes quedas nos preços do petróleo - que afeta a receita de países como Rússia e Venezuela - podem trazer incertezas quanto ao crescimento vigoroso das exportações em 2016.

Lopes ressalta que neste ano será fundamental o pecuarista reduzir riscos através do bom gerenciamento da produção.

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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