Preços do boi se mantêm estáveis com oferta apenas suficiente para atender demanda fraca de início de ano, mas tendência é positiva
Com equilíbrio entre oferta e demanda os negócios com o boi gordo iniciam mais uma semana com preços estáveis. Para o analista da Terra Investimento, Élio Micheloni Júnior, o mercado está cauteloso nesses primeiros dias do ano, ainda tentando observar qual a tendência para o inicio de 2016.
Ainda assim, há expectativas positivas para as cotações em algumas regiões, como por exemplo em São Paulo, onde o mercado encerrou em alta na última semana. A dificuldade em adquirir boiadas, considerando que os pecuaristas estão retraídos das vendas, tem sido um dos fatores fundamentais para a alta nas praças paulistas operarem entre R$ 148,00 a R$ 151,00/@.
"Nós vemos que existe um equilíbrio entra a oferta e demanda interna e externa. Tanto é que se olharmos para o Mato Grosso e mato Grosso do sul, que ainda tem escalas mais longas, os preços também já tiveram reação", explica.
Embora a demanda interna não tenha alcançados os patamares médios históricos em 2015 - e que provavelmente terão seqüência neste ano - a disponibilidade de bovinos prontos para o abate tem se ajustado, não deixando o mercado fortemente ofertado.
A situação da carne bovina também colabora com este cenário. Os estoques estão enxugados o que mantém firmes as cotações. Os preços do boi casado acima de R$10,00/kg garantem fôlego para frigoríficos promoverem novas altas para matéria prima
Para os próximos dias é esperado "que os negócios fique estável, com pequenas oscilações para cima ou para baixo - mas acredito que o cenário é positivo ao longo do tempo, considerando a oferta que vai chegar aos próximos meses", analisa Micheloni.
De acordo com projeções do Rabobank, as cotações médias do boi gordo neste ano devem manter-se relativamente estáveis em relação ao valor médio real de 2015. No Brasil, a produção de carne bovina deve apresentar leve recuperação em 2016, com crescimento entre 3% e 4%. Com isso, o volume total produzido ainda não deve alcançar os patamares de 2014, o que só deve acontecer em 2017.
É preciso considerar também, que as exportações vêm em uma crescente desde o segundo semestre de 2015, devido à valorização dólar frente ao real, e pode ajudar a enxugar ainda mais a oferta no mercado interno.