Escalas de abate se alongam e estão fechadas até metade de dezembro em algumas regiões. Em SP aumenta pressão negativa sobre a arroba
O mercado do boi gordo inicia mais uma semana com as cotações pressionadas devido ao alongamento das escalas. Em algumas regiões do país as programações de abate já atendem 15 dias úteis, com a melhora da oferta.
Segundo o consultor da Agrifatto, Gustavo Figueiredo, a combinação de chuvas em diversas regiões produtoras, o fim do período de confinamento, e a entrada de animais semi-confinados, foram os fatores que colaboraram para o aumento da oferta e conseqüentemente o alongamento das escalas.
Ainda assim esse cenário não foi capaz de promover quedas significativas nos preços, apenas limitando as altas em diversas praças, "até porque as exportações deram sustentação para a manutenção das cotações e, com as escalas mais longas para dezembro não esperamos pressão altista", considera Figueiredo.
Segundo ele, o que deve ditar o mercado em dezembro serão as exportações - que tradicionalmente são menores neste período do ano. No entanto, com a câmbio em alta é possível que os embarques de carne bovina 'in natura' se mantenham em bons níveis nas próximas semanas, colaborando para a manutenção dos preços.
Por outro lado, se as vendas externas não forem satisfatórias a tendência é que o mercado trabalhe pressionado em dezembro, haja vista que a demanda interna - mesmo com o maior consumo de final de ano - possivelmente não será suficiente para segurar o preço da arroba.
De acordo com o consultor, em São Paulo, a semana inicia com média de negócios ainda a R$ 148,00 à vista, mas com forte pressão no preço de balcão dos frigoríficos, onde algumas indústrias chegam a ofertar R$ 145,00 a prazo.
Visando esse cenário, as cotações futuras do boi gordo na BM&F também trabalham com expectativa de pressão para dezembro, sendo a arroba cotada a R$ 147,40 por volta das 15h08.