Pressão dos frigoríficos reduz preços da arroba do boi no físico. No mercado futuro, cotações já inviabilizam confinamento de segundo turno
O mercado do boi gordo vem operando desde o início do ano com oferta ajustada, que até pouco tempo atrás promovia a sustentação nos preços. No entanto, a diminuição significativa da demanda interna e externa começou a reverter esse cenário.
Os frigoríficos nas últimas semanas se adaptaram a nova conjuntura do mercado e estão ajustando seus abates e fechando ou paralisando plantas. Com isso, a pressão de compra da indústria diminuiu, e possibilita os frigoríficos de pressionar os preços da arroba.
Na terça-feira (07) o indicador Esalq/Cepea - que informa a média de preços no estado de São Paulo - fechou a R$ 143,03/@ perdendo quase 20 pontos do vencimento do dia anterior. No mercado futuro, depois da desvalorização de ontem os preços tentam recuperar os patamares, mas o boi outubro, por exemplo, opera a R$ 144,20 a arroba.
Segundo César de Castro Alves, analista da MBAgro a maior impacto é na BM&F, onde alguns vencimentos chegaram a perder quase R$ 15,00 em relação aos picos de preço registrados em abril. "Isso é um balde de água fria nos confinadores, que tem os contratos futuros como norteadores", afirma.
Para ele, mesmo com a ração em patamares mais atrativos, o boi magro continua caro e a "conta não fecha". Por isso, a intenção de confinamento para esse ano deve ficar "abaixo das expetativas", mas ainda superior ao registrado em 2014.
Alves afirma ainda, que a oferta restrita ainda dá sustentação nos preços, por isso a pressão não devem derrubar significativamente os patamares no mercado físico.