Escalas de abate se alongam em praticamente todas as regiões produtoras e arroba já começa a sofrer pressão negativa nos preços

Publicado em 27/04/2015 12:17
Escalas de abate se alongam em praticamente todas as regiões produtoras e arroba já começa a sofrer pressão negativa nos preços por parte dos frigoríficos

Após semanas consecutivas de preços firmes na arroba do boi gordo, as cotações começaram a sofrer pressões negativas pelo aumento da oferta.

Na maioria das regiões produtoras, as escalas de abate dos frigoríficos já estão alongadas, e a expectativa dos analistas é que o mercado comece a entrar no período de safra.

Caio Junqueira, da Cross Investimentos conta que na semana anterior o volume de comercializações a R$ 155,00/@ a vista em São Paulo era maior, mas com esse novo cenário "o mercado deve voltar ao patamar de R$ 150,00/@ pelo menos até quarta-feira (29), onde a indústria deve tentar concretizar essa baixa", afirma.

Segundo ele, o alongamento das escalas é o principal fator de baixa, pois a pressão das indústrias em conseguir preencher os abater está menor, consequentemente os frigoríficos conseguem negociar melhor o preço da matéria prima. Por isso "até quarta-feira as coisas devem se decidir, ou o boi volta a subir, ou realmente acabou a alta do boi e nós estamos entrando na safra", considera o analista.

Contudo, Junqueira afirma que ainda não é possível prever qual será o volume de animais que pode entrar no mercado nas próximas semanas, haja vista que os pecuaristas estavam retendo animais prontos no pasto, esperando novas altas na arroba.

"Como nós vínhamos tendo preços bons ao longo do ano, o pecuarista vem soltando o gado que está pronto ao poucos. Ele não tem necessidade de fazer lotes grandes, então vai soltando aos poucos para fazer uma média conforme a arroba subia", relata Caio.

Porém, diante dessa nova perspectiva, altas significativas de R$ 3 a R$ 4 na arroba passam a ser mais difíceis de acontecer, considerando também que com a entrada do outono as condições climáticas não favorecem a pastagem.

Outro fator que preocupa os pecuaristas é o custo com os animais de reposição. Segundo Junqueira, no longo prazo não há perspectivas de melhorar no preço do bezerro e boi magro. O analista explica que com a evolução da pecuária "perdemos uma era dentro engorda do boi, consequentemente perdemos o boi magro - essa mercadoria não existe mais - então temos uma procura muito maior por parte do invernista e do confinador pelo bezerro, que passa direto para o confinamento".

Dessa forma, a pressão sobre a oferta dos animais de reposição também deve continuar durante todo o ano de 2015.

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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