Pecuaristas adiam vendas diante da dificuldade de conseguir animais para reposição. Relação de troca ainda não agrada produtor
A oferta de boi gordo continua restrita e os pecuaristas encontram dificuldades na relação de troca com os animais de reposição.
Renata Fernandes, analista de mercado da Guide Investimentos conta que os pecuaristas estão optando em deixar os animais no pasto, lucrando com a engorda "enquanto não encontra uma oferta melhor de gado magro e de bezerro".
Os preços dos animais de reposição, desde o final do ano passado, estão maiores do que a arroba do boi gordo. Segundo Fernandes, "aqueles patamares de 2,3 bezerros para cada boi gordo é difícil voltar, porque o pecuarista está investindo em tecnologia", com isso a terminação de forma mais acelerada contribui para essa dificuldade de oferta da reposição, e consequentemente na elevação dos preços.
Na arroba do boi gordo, a demanda desaquecida não dá espaço para novas altas, porém a recuperação no volume de carne exportado pode dar novo fôlego aos frigoríficos. "Nesta primeira semana de abril, já tivemos um volume embarcado muito acima do mês de março, e isso sinaliza que alguns países que estavam diminuindo a sua importação estão com estoques baixos", afirma a analista.
Na média de fevereiro e março eram embarcados de 3,8 a 4,2 toneladas de carne por dia, mas só na primeira semana de abril essa média ficou em 4,8 toneladas/dia.
Contudo, algumas plantas não realizam exportações e nesses casos as margens ficam ainda mais apertadas, necessitando trabalhar com produtos de maior qualidade, para agregar valor.