Perfil dos negócios com o boi gordo se altera e vendas à vista são praticadas com mais frequência nos últimos dias
No mercado do boi, mudança no perfil dos negócios é sentida. Pecuaristas estão optando por negócios de pagamento à vista.
Segundo Caio Toledo Godoy, Xp investimentos, é preciso "tentar entender esse movimento, se é um receio do produtor - dado o cenário político-econômico - , ou se o pecuarista está procurando rentabilidade fora da pecuária. Teremos que avaliar como será daqui para frente", explica.
Além disso, com essa mudança nas negociações as vendas acontecem de forma mais rápida, com negócios de R$ 143,00 a R$ 145,00 a arroba. No entanto, já há indícios "de grande frigoríficos pagando R$ 146,00 pela arroba", declara Godoy.
Para ele, há possibilidades de altas nos preços haja vista que a oferta continua restrita. "Acredito que tenha aumento no volume de boi, no entanto o pecuarista está segurando o animal na fazenda em busca de preços melhores", explica Godoy afirmando que o boi tem chego muito pesados dos frigoríficos.
No entanto, a demanda interna continua baixa e as indústrias resistem em pagar mais pela arroba, devido à situação ruim do consumo. Além disso, "a alta do dólar causa uma expectativa de demanda interna, que tem gerado uma pressão dentro do ativo, fazendo com que ele suba com força", explica Caio.
O boi casado sofreu uma leve alta, nas duas primeiras semanas do mês, trabalhando na casa dos R$ 9,10. Contudo, Godoy alerta que esse movimento pode ser consequência das altas regulares que acontecem no inicio de cada mês, dessa forma é preciso observar se esses patamares continuaram no decorrer da semana do dia 16 de março.
Entretanto, mesmo rompendo a barreira dos R$ 9 reais, a margem da indústria continua apertada, pois “o casado hoje está R$ 136,00 e o boi gordo R$ 145,00, quer dizer o frigorifico está pagando a matéria prima R$ 10 reais acima da remuneração", afirma Godoy.
Ainda há uma expectativa que a valorização do dólar frente ao real, colabore com a exportação, aumentando a demanda externa e favorecendo as margens dos frigoríficos. E com o dólar subindo, em todo o mundo, a tendência é da carne americana ficar mais cara, ou seja, "a carne brasileira fica mais competitiva", declara Caio.