Com reposição cara, pecuarista espera por melhor relação de troca. Oferta de animais que já é pequena, fica ainda mais restrita
A espera por um momento mais favorável para a venda do boi gordo e o valor da reposição ainda muito alto faz com que a estabilidade no preço da arroba já dure, pelo menos, 60 dias em São Paulo. Nesse período, a oferta de animais que já era pequena ficou ainda mais restrita. “A oferta não é grande, mas a gente tem ressaltado que a demanda também não é das melhores. O fechamento das exportações de janeiro ficou 30% abaixo em relação a janeiro do ano passado. A gente sabe que a Rússia vem encontrando dificuldades na sua economia, diminuindo as importações de carne do Brasil e a gente também sabe que o mercado interno, nas melhor das expectativas está andando de lado”, comenta Guilherme Reis, analista da Multitrade Assessoria em Mercados Futuros.
Guilherme Reis também acredita que mais para perto do segundo semestre a oferta deve ser maior, à medida que os animais vão ficando prontos para o abate. O grande problema vai ser se a demanda não acompanhar o inevitável crescimento da oferta. “Uma reposição com valores elevados faz com que o pecuarista que tenha um animal a pasto hoje, não tenha pressa de comercializar esses animais, porque ele não vai conseguir fazer uma reposição muito boa. Porém vai chegar uma hora em que ele vai ter que disponibilizar esses animais para o mercado, especialmente quando o período de chuvas acabar e o pasto passar a não ser mais tão produtivo”.
A saída para manter o equilíbrio da relação oferta e demanda, quando os animais começarem a ser disponibilizados, pode estar na exportação. Especialmente, se o dólar continuar valorizado em relação ao real, como agora, na faixa de R$ 2,72. Também é importante lembrar que a retomada das exportações para a Rússia, que deve ocorrer no segundo semestre, tem fundamental importância nesse processo de manter o mercado equilibrado e os preços sem quedas.