Etanol de melaço de soja pode ocupar usina na entressafra, com 280 l/t e 40% de açúcar, e gerar mais valor na cadeia do grão

Publicado em 11/04/2018 10:24
A partir da produção do melaço, o processamento industrial é o mesmo que do etanol de cana. Já há projetos encaminhados com sojicultores e empresas processadoras de farelo - de onde o melaço é extraído - e usinas convencionais.
Reginaldo Antonio José - Consultor de Rajquim

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A produção de etanol a partir do melaço da soja pode ganhar espaço nas usinas durante o período da entressafra. Contudo, a produção de etanol é semelhante ao produzido com o melaço da cana-de-açúcar.

O consultor de Rajquim, Reginaldo Antonio José, explica que o etanol do melaço de soja é um subproduto da produção do farelo de alta concentração de proteína da oleaginosa. “Com o passar do tempo, o melaço começou a ter alternativas de uso, na qual é utilizado na indústria de cosmético, fertilizantes e no etanol, por ser parecido com o melaço de cana-de-açúcar”, afirma.

Por sua vez, o melaço de soja é semelhante ao da cana-de-açúcar apenas no teor de açúcar que é de 40%. Com isso, os processos operacionais para produzir o etanol acabam sendo da mesma forma. “A única diferença é até a produção do melaço depois não tem diferença significativa. Porém, nós podemos adicionar algumas enzimas durante a fermentação e aumentar o rendimento”, destaca.

No período de entressafra da cana as usinas ficam paradas, o que com a produção de etanol de melaço da soja seria uma alternativa das unidades produzirem. “Hoje em dia nós temos a produção de energia elétrica com o bagaço, na qual as caldeiras emitem vapor e que pode ser utilizado na ​produção de etanol a partir do melaço da soja”, ressalta.  

O consultor saliente que além do açúcar presentes no melaço tem aproximadamente 11% de proteínas. Em relação à produtividade, para cada tonelada de melaço é gerado 270 a 280 litros de etanol. “Nós estamos falando de uma remuneração de R$ 500,00 por tonelada de melaço processada, sendo que uma tonelada de melaço de cana remunera muito próximo desse valor”, finaliza.

 

Por: Giovanni Lorenzon e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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