No Oeste da BA, produtores de algodão comemoram boa produtividade e preços, mas impasse do frete trava negócios
Podcast
Entrevista com Júlio Cézar Busato - Presidente da ABAPA sobre o Acompanhamento de Safra do Algodão
No Oeste da Bahia, apesar dos bons resultados obtidos com a cultura do algodão até o momento, o impasse em relação ao tabelamento do frete tem preocupado os produtores rurais. Os negócios estão travados e o escoamento da safra caminha lentamente, apenas por frota própria.
"Isso é um absurdo, não se pode tabelar o que é livre mercado. No caso do algodão, nosso mercado é o nordeste, com distância de 2 mil quilômetros e o frete subiu 100%. Já as negociações da soja e do milho estão travadas", ressalta o presidente da Abapa (Associação Baiana dos Produtores de Algodão), Júlio Cézar Busato.
Além disso, assim como em outras regiões, há uma preocupação com o atraso na entrega dos fertilizantes. Cenário que poderá impactar a próxima safra, que no caso da soja, começa a ser cultivada a partir da segunda quinzena de outubro. Já o algodão, começa a ser semeado a partir do dia 20 de novembro.
Safra de algodão
Até o momento, cerca de 25% da área plantada com a cultura já foi colhida, com produtividade próxima de 313 arrobas por hectare. O rendimento está acima do registrado no ciclo anterior, de 310 arrobas por hectare.
"Esse é um ano de recuperação e que nós temos o encontro de dois fatores importantes, produtividade e preço. Entre 2012 e 2015, tivemos problemas climáticos, com falta de chuvas e baixo rendimento, o que descapitalizou os produtores", pondera Busato.
Somente nesta temporada, a safra deverá ficar próxima de 1,2 milhão de toneladas, entre pluma e caroço. "E os preços continuam em um bom patamar, com isso, acreditamos que a área possa aumentar e somar 300 mil hectares na próxima safra. As cotações estão próximas de 80 centavos de dólar por libra peso", afirma o presidente da Abapa.