Preços atuais do algodão são remuneradores e, com produtividade acima de 1500 kg /ha, a rentabilidade é maior que da soja
Uma alta dos negócios do algodão na Bolsa de Nova York marcam o atual momento para a commodity, com repercussão já nos preços do mercado interno. Entretanto, para Arlindo de Azevedo Moura, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), essa alta não deve ser consistente, uma vez que é baseada apenas em volume financeiro, com fundos de investimento comprando contratos de algodão.
Por outro lado, Moura acredita que este é um momento ideal para que os produtores realizem vendas e travem preços para a safra 2017/18, embora os fundamentos não reflitam os preços expressos em Nova York. Os estoques mundiais são elevados, mesmo com consumo abaixo da produção nos últimos três anos.
O Brasil possui pouco estoque. Logo, as vendas realizadas à este preço devem ser, em grande parte, referentes à nova safra. Com a entrada da colheita em julho, os preços podem voltar a ter uma queda em função da disponibilidade do algodão.
Os preços atuais são remuneradores e, para quem possui uma produtividade acima de 1500kg por hectare, a rentabilidade se torna mais atraente do que a soja, o milho e o girassol. A demanda pelo algodão brasileiro também é forte, já que ele também é reconhecido como um dos melhores do mundo, equiparado com o algodão norte-americano e inferior apenas ao algodão australiano. Segundo Moura, muitos clientes gostam de fazer blends com os algodões das três origens.
Para a próxima safra brasileira, a produtividade deve vir em alta. Houve uma redução de 3% na área plantada, mas a produção deve ser 20% maior. Se não chover até a época da colheita, a qualidade será muito boa, como conta o presidente.