Medida que autorizou a importação do algodão com tarifa zero é consenso entre produtores e indústrias
De acordo com Arlindo de Azevedo Moura, presidente da Abrapa, a última safra de algodão teve uma quebra significativa. Com isso, a safra que foi plantada recentemente é 3% menor do que a anterior, porém podendo ter uma produtividade 19% maior.
Os produtores utilizaram a safra anterior para vender e cumprir contratos de exportação, enquanto o mercado interno retardou suas compras. Com isso, a Câmara Setorial do Algodão decidiu levar ao governo a proposta de isenção na importação de 75 mil toneladas de algodão, para serem importadas até junho.
Hoje, ainda há oferta no mercado interno, mas deve faltar para os meses de maio e junho. A nova colheita será em junho - após isso, há testes e retirada do caroço da pluma e este algodão só entra no mercado no mês de julho.
O algodão autorizado para importação só entra no mercado dentre 30 a 60 dias. Alguns tipos de algodão que serão utilizados para atender a indústria também não possuem mais estoque no Brasil.
Caso a importação ocorra além das 75 mil toneladas, não há isenção sobre a importação e todos os impostos inerentes serão aplicados.
Remuneração paga ao produtor
Moura conta que dos três produtos mais comuns - soja, milho e algodão - o algodão é o produto mais remunerador para o produtor. No entanto, para o plantio de 1 hectare de algodão, os produtores precisam desembolsar R$8000 por hectare, enquanto para a soja, são apenas R$3000. Logo, alguns produtores optaram por plantar soja.