Apesar do recuo na área plantada, lavouras de algodão em Goiás devem produzir mais que na safra passada
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Apesar do recuo na área plantada, lavouras de algodão em Goiás devem produzir mais que na safra passada
Em Goiás, o terceiro maior estado produtor de algodão, a safra de verão está em andamento, enquanto a safrinha também já começa a ser plantada. Apesar de uma redução na área plantada este ano, as perspectivas são boas.
Houve uma pequena redução de área em decorrência das demais commodities, segundo Carlos Alberto Moresco, presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (AGOPA). O milho é o principal concorrente nas segunda safra, mas em função dos preços baixos do cereal, pode ter um acréscimo de área plantada com algodão, que até então, está estimada entre 10.000 a 12.000 hectares. Para a primeira safra, foram plantados 15.700.000 hectares.
A safra de verão se encontra na fase de enchimento de maçã, com o início do plantio em meados de novembro. Houve um veranico em dezembro e no início de janeiro, mas agora volta a chover e os dias de sol não foram prejudiciais para a produção.
De acordo com Moresco, a produtividade média deve ficar entre 270@ a 300@, uma vez que os produtores aprenderam a manejar melhor as suas lavouras e utilizam corretamente os novos materiais disponibilizados pela cultura. No ano passado, os problemas com seca na região levaram a média de produtividade a 150@, resultado que deve ser recuperado nesta safra.
Enquanto a cotação internacional não aponta alta para os preços, o mercado nacional está bastante ajustado, com equilíbrio entre a demanda e a oferta. Na entrada da safra, os preços do algodão tipo 1 devem ficar entre R$86 a R$88.
O percentual de exportação gira em torno de 30% a 40% da produção do estado e é impulsionado, principalmente, pelos grandes produtores. Os produtores menores vendem mais para a indústria local.
A indústria também é uma preocupação do setor, em meio à crise econômica do país. No entanto, Moresco acredita que o pior da crise já passou. "Temos que nos reestruturar e olhar para a frente". Isso vale também para o algodão no estado, que ele acredita que deva voltar a crescer nos patamares da década de 90. "Quem está no algodão tem chances de crescer 50% nos próximos dois anos", diz.