Biodiesel nacional tem valor fantástico em termos econômicos, de saúde pública e das seguranças energética, alimentar e climática, afirma diretor superintendente da Ubrabio
O superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski, ressaltou a importância dos biocombustíveis para a economia brasileira, destacando que o país dispõe de matéria-prima, tecnologia e mão de obra qualificada para promover uma transição energética sustentável. Tokarski criticou a visão limitada que privilegia o uso de veículos elétricos apenas pela redução de emissões no momento da condução, sem considerar o impacto ambiental desde a produção das matérias-primas até o descarte final dos veículos. Segundo ele, enquanto muitos carregam seus carros elétricos com geradores a diesel, o Brasil já conta com o biodiesel como uma alternativa viável e eficaz, inclusive com máquinas e veículos que oferecem garantia de uso de 100% desse combustível.
Além das questões ambientais, Tokarski mencionou os desafios de segurança envolvendo veículos elétricos, que têm levado edifícios a proibir seu uso em garagens subterrâneas devido à dificuldade em conter incêndios. Ele sugere que os consumidores ponderem essas questões ao optar entre veículos elétricos e híbridos, ressaltando que o Brasil possui tecnologia própria para os híbridos, com uma pegada de carbono diferenciada e geração de emprego no interior do país. Para Tokarski, é essencial valorizar o potencial dos biocombustíveis e evitar transformar o Brasil em um "depositário" de veículos importados, fabricados sem considerar as particularidades do cenário nacional.
Plano Nacional de Educação
Leticia Jacintho, presidente do Movimento De Olho No Material Escolar, participou da Jornada do Material Escolar e de uma audiência no Senado para debater o novo Plano Nacional de Educação (PNE). Segundo ela, o plano, que estabelecerá diretrizes educacionais para os próximos dez anos, precisa de metas claras e compromissos baseados em evidências científicas, o que falta na proposta atual. Jacintho destacou a importância de uma governança educacional eficaz, que inclua o acompanhamento transparente dos resultados e a responsabilidade dos gestores. Ela frisou a necessidade de acesso da sociedade aos microdados do INEP, para monitorar o desempenho escolar em cada município, e ressaltou o apoio do Tribunal de Contas da União (TCU) às pautas defendidas pelo movimento.
Além disso, Jacintho abordou temas cruciais como o combate à violência nas escolas, o uso de avaliações internacionais como referência para o Brasil e a preparação da juventude para o mercado de trabalho. Ela ressaltou que a escola deve ser um ambiente de encantamento e propósito, capaz de atrair os jovens que hoje abandonam os estudos. Segundo Jacintho, materiais didáticos desatualizados e temas pouco conectados com a realidade e o futuro desestimulam os estudantes. “Ou a gente forma a nossa mão de obra futura para manter o país com bases sólidas, econômicas, agora, ou nós vamos perder muitos anos”, alertou, defendendo que a votação da lei em 2025 é uma oportunidade crítica para o desenvolvimento educacional e econômico do Brasil.
COP 30
Donizete Tokarski, superintendente da Ubrabio, destacou a importância da participação do Brasil na COP-30 como uma oportunidade para demonstrar ao mundo as iniciativas sustentáveis do país. Segundo ele, o Brasil precisa apresentar suas próprias soluções para questões ambientais e não depender exclusivamente de sugestões externas. Tokarski relatou que já esteve em Belém para discutir a participação do setor de biocombustíveis no evento e enfatizou a importância de incluir o etanol, o biometano e o biocombustível sustentável para aviação nas discussões. Ele salientou que o setor é uma peça fundamental na geração de empregos e na valorização da produção nacional, além de contribuir para a redução de poluentes e a promoção do bem-estar da população.
Tokarski também refletiu sobre a estrutura dos eventos da COP em locais com menor apelo turístico, como a COP-29 em Baku, no Azerbaijão, onde a participação foi reduzida. Ele ressaltou que, para a COP-30 no Brasil, é fundamental não apenas atrair grandes delegações, mas também garantir a presença de líderes globais e figuras chave, destacando a necessidade de uma agenda de alta relevância. Tokarski defendeu que o Brasil, ao expandir a discussão ambiental para além da Amazônia, pode evidenciar a diversidade dos biomas e o potencial dos biocombustíveis. Segundo ele, essa é uma chance para o país mostrar um “outro Brasil”, onde sustentabilidade e desenvolvimento caminham juntos, criando um exemplo a ser seguido por outras nações.