Clima para a soja ainda não ameaça potencial produtivo da safra nova, mas sacrifica janelas para milho safrinha 25
O mercado da soja na Bolsa de Chicago deverá seguir volátil diante da nova safra do Brasil em andamento, sendo este o fator ainda central para o caminhar dos preços, apesar de novas notícias surgirem no radar que vão bem além dos fundamentos. Os players mantêm suas atenções sobre os modelos climáticos e monitorando as chuvas que deverão chegar ao Brasil na segunda metade de outubro.
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De acordo com as estimativas da Pátria Agronegócios, o plantio da brasileiro deve alcançar perto de 4% da área até o final desta semana e para que deslanche melhor precisa de chuvas não só mais abrangentes, como volumosas e frequentes para o reequilíbrio das condições do solo, permitindo que as sementes possam expressar seu potencial produtivo.
Além disso, as preocupações estão se agravando ainda sobre a janela para a segunda safra de milho 2025. "Em ciclos regulares, com o plantio da soja acontecendo na segunda quinzena de outubro, começo de novembro, já são momentos no Centro-Oeste brasileiro que sacrificam a janela ideal para o milho. Então, muito cuidado", afirma o diretor da Pátria, Matheus Pereira. As condições, todavia, ainda não comprometem o potencial produtivo da safra 2024/25 de soja.
Para o Rio Grande do Sul, o analista ainda destacou suas preocupações com o excesso de chuvas que acomete o estado neste momento, ao passo em que os modelos climáticos já sinalizam um padrão de chuvas abaixo da média entre novembro e dezembro para o estado que pode preocupar.
Os mapas abaixo mostram as condições de chuvas esperadas para três períodos nos próximos 15 dias, das perspectivas dos modelos europeu - à esquerda - e americano - à direita:
Na sequência, os mapas já trazem previsões de mais longo prazo, com a variação pluviométrica esperada de novembro de 2024 a junho de 2025. No entanto, há pontos de atenção sobre este intervalo.
"Esses mapas estão sofrendo muitas alterações neste ano. No ano passado, tínhamos uma convergência muito grande entre oceanos - que indicava um El Niño - e a atmosfera que já se comportava sobre um aquecimento dos oceanos. Este ano, há muita distorção, porque tínhamos oceanos mais quentes, em especial o Nino 3.4, e somente há alguns meses entrou em neutralidade. Mas, a atmosfera ainda está se comportando com um padrão de oceanos ainda mais quentes porque todos os oceanos estão mais quente, somente esta região do Nino 3.4 que está sob neutralidade. Então, a ressalva é de que estes mapas podem sofrer grandes mudanças, como já sofreram. Quando olhávamos há dois, três meses, se observava muita seca, parecia ser um novo El Niño, e agora já melhorou".