Queimadas no Brasil são problema ano após ano e lideranças políticas não criam plano para evitá-las
O Conexão Campo Cidade desta semana deu destaque aos incêndios que afetaram áreas secas e com uma grande sequência de dia sem chuvas no Brasil, sobretudo em áreas com lavouras de cana-de-açúcar. José Luiz Tejon afirmou que essas queimadas estão causando prejuízos significativos ao agronegócio, com estimativas de perdas que já ultrapassam R$ 350 milhões no estado de São Paulo, segundo dados da União dos Produtores de Bioenergia (Orplana).
Durante o programa, Tejon destacou a gravidade da situação, mencionando que a seca extrema, com umidade relativa do ar abaixo de 20%, deixou as culturas agrícolas altamente vulneráveis a incêndios. Ele também trouxe à tona a resposta do governo estadual de São Paulo, liderado por Tarcísio de Freitas, que anunciou a liberação de R$ 100 milhões para tentar mitigar parte dos danos causados à agricultura. Em Minas Gerais, a situação também é crítica, com cidades como Uberlândia enfrentando condições insuportáveis de qualidade do ar devido à intensa fumaça.
Tejon compartilhou detalhes de uma conversa que teve com José Guilherme Nogueira, presidente da Orplana, durante o fim de semana. Nogueira relatou a gravidade da situação, mencionando que a visibilidade em algumas regiões, como entre Ribeirão Preto e Jaboticabal, estava extremamente reduzida devido à densa fumaça, refletindo o caos que os incêndios estão causando. "É uma das situações mais caóticas que já vivenciamos no país em relação a incêndios e queimadas", afirmou Tejon, reforçando a necessidade urgente de ações coordenadas para enfrentar o problema.
Além disso, ele criticou a falta de um planejamento estratégico para prevenir e combater incêndios, destacando que, embora os incêndios e queimadas sejam recorrentes, o Brasil ainda carece de uma estrutura adequada para lidar com essas crises de maneira eficaz. "Precisamos de um 'gabinete de planejamento de segurança' para o setor agrícola, capaz de prever e mitigar tais catástrofes antes que se tornem incontroláveis", sugeriu Tejon. Ele também mencionou que o caos ocorrido no Rio Grande do Sul, com enchentes, é outro exemplo da falta de estruturação e planejamento no país.