Diretor da Luft Agro afirma que compra de insumos está atrasada e ano será difícil para a logísica

Publicado em 12/08/2024 18:28 e atualizado em 13/08/2024 17:22
Luiz Alberto Moreira da Silva avaliou que uma concentração de compra somada ao hábito de compras parceladas pelos produtores rurais brasileiros fará com que entrega fique complicada
Conexão Campo Cidade -

Durante o programa Conexão Campo Cidade desta semana, Luiz Alberto Moreira da Silva, diretor da Luft Agro, falou sobre as complicações que os agricultores estão enfrentando neste ano em relação à logística e as preocupações com a entrega dos insumos para a safra 24/25.

Luiz Alberto destacou que a venda de fertilizantes NPK até julho manteve-se em volume semelhante ao do ano passado. "O agricultor sabe que o fertilizante de solo não pode ser deixado para a última hora, pois os volumes são muito altos, tornando a logística de entrega mais complicada", afirmou Luiz. No entanto, a situação é diferente para os defensivos agrícolas. A queda nos preços de soja e milho surpreendeu os agricultores, que adiaram as compras de defensivos na expectativa de uma melhora no poder de troca, o que acabou não se concretizando devido ao bom desempenho da safra americana.

A logística para defensivos, conforme Luiz, será especialmente complicada a partir de setembro. "O mercado está abastecido, mas a logística será um desafio, pois a entrega dos produtos ficará muito concentrada em poucos meses. Além disso, o medo de roubo leva os agricultores a evitarem estocar grandes quantidades de defensivos, o que complica ainda mais a situação", explicou.

Outro tema de grande relevância abordado no programa foi a recente onda de geadas que afetou várias regiões do país, principalmente no Sudeste e no Sul. Roberto Rodrigues destacou que esses eventos climáticos aumentam a demanda por insumos agrícolas, o que pode elevar os custos de produção. Ele também ressaltou a importância do seguro rural em momentos como este. "O seguro rural é crucial para proteger os agricultores contra as adversidades climáticas, mas, infelizmente, ainda é um ponto fraco no Brasil", afirmou Rodrigues.

Luiz Alberto acrescentou que, embora o seguro rural seja vital, o setor ainda enfrenta dificuldades para sua implementação eficaz. "Nos Estados Unidos, grandes desastres de produção não causam grandes impactos, pois o seguro cobre as perdas. No Brasil, no entanto, o seguro ainda é insuficiente, e as seguradoras estão cada vez mais relutantes em oferecer cobertura devido à crescente frequência de eventos climáticos extremos", disse Luiz.

Além do seguro, a armazenagem foi apontada como outro "calcanhar de Aquiles" da agricultura brasileira. "A produção cresceu muito mais do que a capacidade de armazenagem, o que força os agricultores a venderem rapidamente, sem poderem esperar por melhores preços", explicou Luiz Alberto.

Fonte: Notícias Agrícolas

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