Invasões de terra já deveriam ter sido extirpadas de um país como o Brasil, afirma Marcelo Prado

Publicado em 15/04/2024 18:31 e atualizado em 24/04/2024 09:57
Especialista do Conexão Campo Cidade destaracam na edição desta segunda-feira (15) a necessidade de segurança jurídica para o produtor rural
Conexão Campo Cidade -

No Conexão Campo Cidade desta semana, Roberto Rodrigues chamou atenção para o Abril Vermelho, que é um período em que ocorrem diversas invasões de terra. Ele afirmou que esse momento é muito complicado para o campo e gera um enorme problema, que é insegurança do produtor rural brasileiro.

Marcelo Prado, por sua vez, afirmou que as invasões de terra já deveriam ter sido extirpado do Brasil. Para ele, um país que é líder em exportação de diversas culturas, a segurança jurídica deveria ser algo básico. Por isso, ele cobrou um cumprimento da lei com firmeza pelos líderes do país.

Ele questionou ainda qual dessas áreas ocupadas gerou algum recordista de produtividade ou rendimento. Para ele, esses movimentos são 99% políticos.

Conforme ressaltou Roberto Rodrigues, a Constituição de 1988 é muito clara em relação a esse tema, ao dizer que fazendas produtivas não podem ser ocupadas. Porém, recentemente, como ele explicou, o STF (Supremo Tribunal Federal) deu um parecer dizendo que é possível sim desocupar uma fazenda produtiva se não cumprir a função social, que é algo subjetivo. “Isso amplia a insegurança no campo”, declarou.

Para ele, o Marco Temporal também era algo muito claro considerando a Constituição de 1988. Recentemente uma nova interpretação do STF criou uma confusão, uma insegurança no campo. “O parlamento fez uma legislação consolidando a Constituição e agora a PGR (Procuradoria Geral da República) está contestando essa decisão legal, criando uma confusão jurídica.

“Tanto o tema da invasão de terra quanto terra para indígenas ou estrangeiros são temas que precisam ter clareza jurídica. O que não pode ter é desaproprição ou invasão sem uma visão jurídica consistente, permanente e clara. Não pode dar chance para dupla interpretação. Esse para mim é o problema maior que tem no tema de invasão de terra”, concluiu Roberto Rodrigues.

 

Conflito no Oriente Médio e o agronegócio brasileiro

Também durante a edição, José Luiz Tejon expressão sua preocupação quanto os conflitos do Oriente Médio e a necessidade do Brasil manter sua diplomacia. Ele afirmou que às vezes vê posições pró-árabes ou pró-Israel e, de acordo com ele, sempre quando isso acontece não dá certo.

Tejon destacou que Oriente Médio é o quarto maior mercado, o quarto maior cliente brasileiro. O primeiro é a Ásia, que tem uma visão do Oriente Médio muito diferente do segundo maior mercado, que é a União Europeia, que por sua vez tem visão diferente de outro importante mercado, que é a América do Norte. Por isso, segundo ele, é preciso que o Brasil tenha um cuidado com a diplomacia.

Roberto Rodrigues ampliou esse assunto e contou que esteve na Arábia Saudita e chamou-lhe atenção um programa chamado “depois do petróleo”.

Ou seja, Rodrigues explicou que o país tem uma relação profunda e estreita com o petróleo, mas está olhando para frente. Dessa maneira, embora seja o quarto mercado do Brasil atualmente, tem um potencial de crescer bastante, pois está preocupado com a produção de outras mercadorias, além do combustível fóssil. Para ele, o Brasil precisa de um posição diplomática firme e inteligente, que trabalhe a favor da paz.
Sobre o mesmo tema, Marcelo Prado lembrou que quando visitou o oriente médio, percebeu uma boa relação entre as pessoas, mesmo que de religiões e culturas diferentes. Então, ele percebeu que o conflito não acontece entre povos, mas sim entre os líderes dessas nações, por conta de suas ambições e suas megalomanias.

 

Divergências dos números de safra geram insegurança comercial ao produtor

Outro tema destacado na edição foi a diferença de projeções para a safra de soja do Brasil. Marcelo Prado ressaltou que faltando apenas 20% da safra 23/24 brasileira ser colhida, ainda existem divergências nos números totais de produção.

Enquanto a Conab projeta 146,5 milhões de toneladas, o último relatório do USDA apresenta um número de 155 milhões de toneladas. Portanto, há uma diferença de quase 10 milhões de toneldas que, de acordo com Marcelo Prado, confunde quem está negociando a soja.

Tejon destacou que são 20 milhões de toneladas separando USDA e Aprosoja. Para Roberto Rodrigues isso cria mais uma segurança para o produtor, que é a comercial. Ele afirmou que ninguém sabe ao certa a quantidade de estoque também. Então, o problema de estatística é algo muito sério que acontece no campo.

Por: Igor Batista
Fonte: Notícias Agrícolas

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