Trigo no Cerrado cresceu 110% em 6 anos e há espaço para mais
A triticultura no Cerrado brasileiro tem se revelado uma revolução no agronegócio nacional. Nos últimos seis anos, a área plantada com trigo na região disparou 110%, saltando de 65 mil para 136 mil hectares. Esse crescimento exponencial não apenas evidencia o potencial do Cerrado para a produção do cereal, mas também abre novas perspectivas para os produtores rurais e para a economia do país.
Goiás, Minas Gerais e o Distrito Federal têm se destacado como os protagonistas dessa transformação, com Goiás liderando o ranking de área cultivada, com cerca de 80 mil hectares. As condições privilegiadas do Cerrado, como altitude, clima e solos favoráveis, somadas à produção estratégica na entressafra dos estados do Sul, têm impulsionado o sucesso da triticultura na região.
Especialistas estimam que a região tenha capacidade para cultivar até um milhão de hectares de trigo, o que representa uma boa oportunidade para os produtores que buscam diversificar suas atividades e aumentar a rentabilidade.
O desenvolvimento de variedades adaptadas às condições específicas do Cerrado e o aprimoramento das técnicas de manejo são, porém, desafios que exigem investimentos em pesquisa e tecnologia.
Nesse contexto, a Embrapa e outras instituições de pesquisa têm sido aliadas fundamentais dos produtores. Através do desenvolvimento de variedades adaptadas ao Cerrado e do aprimoramento das práticas de cultivo, essas entidades têm contribuído para o aumento da produtividade e da qualidade do trigo produzido na região.
O aumento da produção de trigo na região contribui para a redução da dependência brasileira das importações. Além disso, a geração de empregos e renda no campo e nas cidades do entorno impulsiona o desenvolvimento socioeconômico regional. A expansão da triticultura na região pode não apenas suprir o mercado interno, mas também abrir portas para a exportação.
Para que essa visão se concretize, é fundamental que haja uma sinergia entre todos os elos da cadeia produtiva. Produtores, pesquisadores, governo e setor privado precisam trabalhar em conjunto, investindo em pesquisa, assistência técnica, infraestrutura e políticas públicas de incentivo.