Demanda constante por soja do BR, em especial pela China dá fôlego aos prêmios nos últimos dias
Apesar de estar acontecendo de forma mais parcelada e distribuída, a demanda da China por soja tem estado bastante presente no Brasil, dando espaço e fôlego aos prêmios no mercado nacional. Os indicativos melhoraram e registraram um incremento de 40% para março, 30% no abril, 38% no maio e, no junho, expressivos 71%. "Isso é um reflexo de que a demanda está sim presente, as novas compras estão aceleradas, a China está com apetite e enchendo a boca com a soja brasileira", afirma o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, em entrevista ao Bom Dia Agronegócio desta quinta-feira (7).
E essa boa melhora dos prêmios é um fator importante para o equilíbrio das cotações no mercado nacional, já que na Bolsa de Chicago a volatilidade continua e as altas, quando se apresentam, são bastante frágeis.
"Nós vemos a melhora dos prêmios no Brasil e esse é o indicativo mais claro possível de que a demanda pelo nosso produto está em aquecimento e já existe restrição de oferta (...) Então, a nossa balança doméstica tem mostrado uma restrição de soja comercializável e uma demanda muito intensa. Mas, os preços no Brasil ainda encontram dificuldades em criar reações porque a referência internacional, que é o Chicago, ainda se mostra com uma fotografia equivocada", afirma o especialista.
PONTOS DE INFLEXÃO
Uma mudança muito drástica nos futuros da oleaginosa em Chicago, no curto prazo, porém, só viria caso uma notícia muito forte e diferente de tudo o que se viu até agora surgisse no mercado, incluindo um corte muito agressivo pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nas estimativas da safra 2023/24 do Brasil.
Do mesmo modo, a chegada de um momento em que a base produtiva não tenha tanta necessidade urgente de venda - como agora com todos os compromissos financeiros vencendo - também poderia ser um outro ponto de suporte às cotações na CBOT. "A partir disso, o comprador, o originador do grão, vai ter que se esforçar um pouco mais para fazer compra, porque aqueles que precisavam vender já teriam vendido, os que estiverem com dificuldades operacionais logísticas, já terão tomado sua decisão e encontrado alternativas, e a partirdaí teríamos uma capacidade de recuperação", explica Pereira.