Pequenas empresas do agronegócio serão engolidas caso não tenham eficiência na gestão

Publicado em 09/10/2023 18:41 e atualizado em 18/10/2023 15:07
Carlos Brait e Marcelo Marzola, diretores da Exata, participaram do Conexão Campo Cidade para falar sobre processo de M&A da empresa
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Pequenas empresas do agronegócio serão engolidas caso não tenham eficiência na gestão

 

O Grupo Exata Brasil surgiu em Goiás para preencher a dificuldade de análises que existia entre os produtores rurais do Centro-Oeste brasileiro. Antigamente, os agricultores encaminhavam suas análises a laboratórios em outros estados, como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

Tendo em vista essa necessidade, quatro irmãos da família Brait criaram a Exata para trabalhar com análises para o agronegócio. Iniciada na cozinha da casa onde moravam, o crescimento da empresa foi tão grande que hoje conseguem realizar até 8 mil análises por dia.

Na última segunda-feira (09), 26 anos depois, foi anunciada a aquisição de 60% do Grupo Exata pelo Aqua Capital, um fundo de investimentos especializado em comprar fatias de empresas do agronegócio. Com assessoria da MPrado, empresa comandada por Marcelo Prado, o processo de M&A levou 12 meses para ser completado.

A pretensão do Aqua é investir R$ 100 milhões nos próximos três anos e Carlos Brait, diretor e um dos irmãos fundadores do Grupo Exata, se mostra animado para os próximos passos.

“O Grupo Exata chega no final 2023 com uma perspectiva muito grande de crescimento com essa parceria. Muitos profissionais entraram, como é o caso do Marcelo Marzola, um profissional de extrema competência. Então os fundadores vão continuar trabalhando junto para continuar esse desenvolvimento”, afirmou Brait.

 

Como os fundos encontram essas empresas

“O Brasil tem inúmeros diamantes escondidos em seu interior”, é assim que Marcelo Marzola, integrante do Aqua Capital que passa a fazer parte do Grupo Exata, define as empresas brasileiras que têm potencial para serem adquiridas.

Porém, para ele, o potencial a nível financeiro do negócio não é o bastante. Segundo Marzola, é preciso metade arte, metade ciência. Ou seja, faz-se um trabalho de análise aprofundado, mas para definir uma parceria é fundamental que tenha boas pessoas do outro lado.

Dessa forma, como explica o novo integrante do Grupo Exata, uma vez que identificadas as tendências de mercado, você procura bons parceiros e aí é um trabalho de conhecer pessoas. “É um casamento, as partes têm que se alinhar, todo mundo tem que se dar bem”, explicou Marzola.

 

Setor de revendas de insumos: “quem não se preparar irá sumir”

Para o economista Antônio da Luz, nos próximos anos vai haver forte concentração no setor de revenda de insumos, sobretudo na região Sul do Brasil. Para ele, muitas pessoas vão “doar” as empresas para fundos de private equity, isso por culpa de gestores que não sabem o valor de seus negócios, pois, segundo ele, é a primeira vez no agro em que se vê processos de M&A de grande escala financeira e muitos não estão preparados.

Em Estados Unidos e países europeus já se vê grande concentração das empresas no mercado de revenda de insumos. Isso demonstra a tendências de que ocorra o mesmo no Brasil. “Vai acontecer aqui e eu pergunto: os nossos empresários vão estar preparados para isso?”, questionou Antônio da Luz.

“É importante se preparar, porque vai haver uma concentração de mercado e no dia que houver, tem três possibilidades: você vai crescer para comprar e ser um dos grandes, ou você vai se organizar para vender bem seu ativo, ou você vai sumir. Não há uma quarta possibilidade”, completou o economista.

Por: Igor Batista
Fonte: Notícias Agrícolas

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