Soja: Chicago caminha lateralizado e semana é de negócios mais contidos no BR; atenção ao clima
O mercado da soja na Bolsa de Chicago tem testado os dois lados da tabela nesta semana e vem caminhando de forma lateral, à espera de novas notícias que possam trazer um fôlego mais intenso ao andamento das cotações. "Começamos agora a mudara base fundamental de formação de preços internacional e nacional da soja", afirma o diretor da Pátria Agronegócios.
A conclusão da safra 2023/24 dos Estados Unidos vai se concluindo, se aproximando da colheita e estas são as informações que vão ganhar cada vez mais espaço nos radares do mercado, bem como o cenário climático para estas fases finais de trabalhos de campo.
"Todo o desgaste que o mercado tinha que ter e precificar com a safra americana já foi, já ficou pra trás", diz. "O mercado vai começar agora a olhar para o que sai do campo, efetivamente. Para resultados". Assim, atenção também aos tours de safra e ao que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ainda pode mexer nas estimativas de produtividade.
Pereira explica ainda que, nas próximas três a quatro semanas, o mercado está sob pressão em Chicago, monitorando a aceleração de colheita - soja chegando e já mais barata do que a brasileira - e por isso exige atenção.
E na sequência, olhos voltados para a safra 2023/24 da América do Sul, em especial por se tratar de uma temporada que estará sob influência de um forte El Niño. As informações que chegarão da nova safra poderão mexer não só com os preços em Chicago, mas também com os prêmios para a safra brasileira e, consequentemente, nas referências para a soja no mercado interno. "Precisamos entender como vai ser a evolução da safra aqui no Brasil".
A Pátria estima que cerca de 18 milhões de hectares no Brasil da área cultivada com soja - quase a metade - já esteja sob ameaça climática com a presença de um El Niño com potencial para ser um super fenômeno. As regiões norte, nordeste e grande parte do centro do país sofrem efeitos severos em anos como estes e isso pode castigar a nova safra brasileira, também impactando diretamente nas cotações.
"Assim, quando da confirmação deste evento, temos a reconstrução mais agressiva dos prêmios aqui dentro, que equilibra oferta e demanda. Isso vem se confirmando mês após mês, semana após semana, indicando um padrão bem desfavorável para os produtores do centro-norte do país", explica o analista.