Conglomerado financeiro da China deixa de pagar investidores e situação é de atenção para a economia global

Publicado em 15/08/2023 07:55 e atualizado em 22/08/2023 17:03
Zhongzhi Enterprise, um conglomerado financeiro que administra cerca de 1 trilhão de yuans (US$ 138 bilhões) deixou de pagar vários produtos de investimento de alto rendimento; para o economista Antônio da Luz, a situação ainda não é grave, mas já é preocupante
Conexão Campo Cidade -

Como destacou Antônio da Luz no Conexão Campo Cidade, uma grande incorporadora chinesa, a Zhongzhi Enterprise, uma espécie de banco de investimentos, deixou de pagar diversos investimentos. Por conta disso, a economia chinesa, que tem sido o motor de crescimento global por décadas, enfrenta um momento de atenção.

Antônio destaca que o setor imobiliário chinês também está passando por um período turbulento. Com a desaceleração do crescimento econômico e o aumento das dívidas, o setor imobiliário, que é um pilar crucial da economia chinesa, está sob pressão.

A crise na gestora de ativos chinesa não é apenas um problema doméstico. Dada a magnitude e a interconexão da economia chinesa com o resto do mundo, um colapso de uma instituição desse tamanho pode ter efeitos cascata em mercados globais.

Até o momento, o governo chinês tem se mantido relativamente silencioso sobre a crise. No entanto, analistas estão atentos às possíveis ações que Pequim pode tomar para estabilizar a situação, que vão desde um resgate financeiro até permitir um colapso controlado da empresa.

A crise financeira na China pode ter implicações diretas para o Brasil, dado que a China é o principal parceiro comercial do país. Uma desaceleração significativa na economia chinesa pode resultar em uma demanda reduzida por commodities brasileiras, o que poderia afetar negativamente a economia do Brasil. Para Antônio da Luz, ainda não existe uma situação grave, mas o caso é sim motivo de preocupação.

 

A Instabilidade Política e Econômica na América Latina: O Caso da Argentina

Na Argentina, a vitória de Javier Miley, candidato de direita nas primárias, está gerando movimentações no mercado financeiro. Miley propõe fechar o Banco Central argentino, adotar o dólar como moeda oficial do país e retirar as retenções das exportações. Essas propostas estão causando mudanças no câmbio paralelo argentino.

No Equador, a situação política também está tensa após o assassinato de um candidato à presidência de direita. Esse evento contribui para a instabilidade política na América Latina, uma região já marcada por históricos de violência política.

Antônio da Luz destacou que para resolver os problemas da América Latina é necessário combater o populismo. Segundo ele, políticas que prometem resultados a longo prazo geralmente exigem sacrifícios, algo que políticos populistas evitam propor. Ele compara a situação com uma dieta: é preciso ter disciplina e evitar excessos para alcançar os resultados desejados.

Ele também trouxe um contraponto sobre o uso do termo “extrema direita”. Ele argumenta que esse termo tem sido usado de maneira ampla e, muitas vezes, inadequada. Antônio destaca que a situação econômica da Argentina, como a desvalorização da moeda e a alta taxa de juros, não é resultado apenas das eleições, mas de medidas adotadas pelo atual governo.

 

A Transição para a Economia Verde

Os congressos da Abag e da Adanv, realizados na última semana, destacaram a transição da economia convencional para a economia verde como um tema central. Roberto Rodrigues enfatizou que os países que não compreenderem essa transição global estarão fadados a perder o “trem da história”.

O congresso da Abag também ressaltou a necessidade de olhar rigorosamente para os acordos comerciais que garantam o mercado no futuro. Em um mundo onde a economia verde está se tornando cada vez mais relevante, os acordos comerciais devem ser vistos como ferramentas estratégicas para garantir o acesso a mercados e para promover práticas sustentáveis.

Por: Igor Batista
Fonte: Notícias Agrícolas

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