EUA: Safra 23/24 está bastante fragilizada, mas consultor não vê quebra como a de 2012/13
Podcast
EUA: Safra 23/24 está bastante fragilizada, mas consultor não vê quebra como a de 2012/13
A safra 2023/24 dos Estados Unidos está abaixo da média e bastante fragilizada, como relata o consultor americano Aaron Edwards, da Roach Ag marketing, em entrevista ao Notícias Agrícolas. O especialista afirma ainda que a estimativa do USDA para a safra de soja atual de 122,7 milhões de toneladas é bastante elevada e já poderia ter sido revisada para baixo no mês passado.
Assim, com a safra ainda precisando de chuvas consistentes para se reestabelecer - e logo - Edwards explica que as recentes e fortes baixas do mercado ainda refletem um quadro de correção e realização de lucros, depois das altas fortes que registrou nos últimos dias, tanto na soja, quanto no milho.
"Antes de 4 de julho não vou apontar tendência de alta ou de baixa nesse mercado. Se tem rentabilidade, se faz sentido, você tem que saber que os riscos são de alta e de baixa. Nesta próxima semana que vai entrar essa volatilidade que vimos nos últimos dias não me surpreende se continuar. Volatilidade entre agora e 4 de julho deve continuar. Se continuar seco e passar de 4 julho, podemos ter uma tendência de consistência de alta com chuvas mais regulares, uma tendência mais consolidada de baixas", diz.
Para o boletim do dia 30, o consultor não acredita em grandes choques de área, já que os trabalhos de plantio se deram em boas janelas e onde havia necessidade de replantio, não aconteceu em função do seguro.
"Para o produtor brasileiro há a necessidade de se fazer duas leituras. A primeira é rentabilidade da safra nova. Se estes patamares (atuais) ter dão renda, te permitem fechar pacotes, se fazem sentido, essa recuperação em Chicago tem que ser 'recompensada' com negócios que vão me trazer proteção de margens de lucros na safra nova. Quem tem grão disponível, soja ou milho, pressupõe-se que, se você está esperando até aqui, acredito que o Brasil terá melhores oportunidades no mercado disponível mais para frente, na entressafra", afirma Aaron Edwards.
O consultor acredita também que os prêmios e o câmbio, a frente, deverão "jogar mais a favor do que contra o produtor brasileiro".