Más práticas de poucos produtores afetam o agronegócio brasileiro de maneira geral

Publicado em 27/02/2023 18:49 e atualizado em 07/03/2023 17:44
Caso de vaca louca, desmatamento na floresta Amazônica e ocorrência de trabalho análogo à escravidão são isolados problemas isolados, mas que afetam o agro como um todo
Conexão Campo Cidade -

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Más práticas de poucos produtores afetam o agronegócio brasileiro de maneira geral

O agronegócio e os setores urbanos estão intrinsecamente conectados, já que as cadeias produtivas de alimentos influenciam diretamente no cotidiano das cidades. Porém, muitos ruídos de comunicação entre as duas pontas geram discussões e desentendimentos que merecem atenção. Nesse contexto, o site Notícias Agrícolas e a consultoria MPrado desenvolveram o projeto Conexão Campo e Cidade, que visa debater diversas questões relacionadas aos negócios que envolvem os ambientes urbanos e rurais.

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A impressão que o mundo tem em relação ao agronegócio brasileira é afetada negativamente por conta de práticas ruins de poucas pessoas. No geral, o agro nacional cumpre as leis, regras e normas impostas a ele. Entretanto, como foi discutido no Conexão Campo Cidade desta semana, práticas ruins como desmatamento, mau cuidado com o gado e até absurdos na esfera social mancham a imagem da produção rural, criando um imaginário negativo no público urbano.

Para falar sobre isso, o Conexão Campo Cidade desta semana contou com a presença de Marcelo Prado, Leticia Jacintho, Marcus Reis e André Aguiar, sócio-diretor da Boviplan Consultoria Agropecuária e produtor rural, que falou com mais detalhes sobre o caso de vaca louca registrada neste mês de fevereiro no Pará, que interrompeu as exportações de carne bovina brasileira para a China.

Exportações para a China e o acordo do Brasil com o país asiático

Durante o Carnaval começou a veicular a notícia do registro de um caso de vaca louca no Brasil. Mesmo sendo atípico, registrado em um animal velho, por contrato, é interrompida a exportação de carne bovina do Brasil para China, até que o país asiático avalie ser seguro retomar as negociações. Por enquanto, segue o aguarda do resultado de análise realizada no Canadá.

Com isso, os preços da arroba bovina caíram em torno de R$ 10,00, como afirmou André Aguiar. Isso representa um problema para o pecuarista. O sócio-diretor citou com exemplo uma margem de lucro sobre o custo da propriedade em cerca de 6%, com a queda de 3% no valor do animal, a margem fica apertada.

Em 2021, também houve um caso atípico, que interrompeu as exportações por 100 dias. Nesse período, a queda de preço foi ainda maior. A torcida agora é para que a retomada seja mais rápida e a margem não caia tanto, como disse Aguiar.

Dessa maneira, ele questionou o acordo com a China. Para ele, já deveria haver uma confiança sanitária maior, por conta do tempo de boa relação entre o país e o Brasil. Um detalhe importante, como Aguiar citou, é que o boi China tem limite de idade para ser abatido antes de 30 meses. Nos casos atípicos, todos registros do Brasil foram em animais velhos, o que descartaria os bois exportados à nação asiática.

Contudo, esses casos isolados, de produtores que deixam os animais ficarem muitos velhos, acabam prejudicando produtores do país como um todo. “Mesmo que o pecuarista tenha feito tudo certinho, se alguém não fez, a conta vem para ele também”, declarou Marcelo Prado.

 

Perseguição ao agronegócio por conta de más práticas

Não é apenas na questão das exportações de carne bovina à China que más práticas prejudicam a agropecuária. Marcus Reis citou os problemas de imagem o agro em relação, por exemplo, ao desmatamento. Marcelo Prado reiterou que o agro tem uma legislação ambiental rigorosa e os produtores de forma geral respeitam o meio ambiente.

Todavia, práticas erradas de poucas pessoas, que como frisaram os participantes do Conexão Campo Cidade, são criminosos e não produtores rurais, a impressão que o mundo todo tem sobre o agronegócio brasileiro acaba sendo destorcida e se torna negativa.

Outro exemplo disso comentado no programa foi a descoberta de trabalho análogo à escravidão em propriedades do Rio Grande do Sul. Mesmo as agroindústrias envolvidas terem contratado uma empresa terceirizada, a qual acabou sendo responsabilizada, fica uma imagem negativa para a produção rural brasileira.

Por: Igor Batista
Fonte: Notícias Agrícolas

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