A união entre diferentes visões dentro do Brasil para fortalecimento do agronegócio e do país como um todo
O agronegócio e os setores urbanos estão intrinsecamente conectados, já que as cadeias produtivas de alimentos influenciam diretamente no cotidiano das cidades. Porém, muitos ruídos de comunicação entre as duas pontas geram discussões e desentendimentos que merecem atenção. Nesse contexto, o site Notícias Agrícolas e a consultoria MPrado desenvolveram o projeto Conexão Campo e Cidade, que visa debater diversas questões relacionadas aos negócios que envolvem os ambientes urbanos e rurais.
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Para falar sobre essa relação do campo e da cidade, o relator do Código Florestal, ex-ministro de três pastas diferentes, deputado federal por São Paulo de 1991 a 2014, escritor e jornalista Aldo Rebelo participou do Conexão Campo Cidade esta semana no Notícias Agrícolas. Para ele, precisa haver uma cooperação entre as diferentes formas de pensar dentro do Brasil, para ocorrer um fortalecimento do agronegócio e do Brasil de uma maneira geral.
Problemas com a Floresta Amazônica
O primeiro tópico em discussão no programa foi o cuidado brasileiro com a Floresta Amazônica. O agronegócio recebe muitas críticas, principalmente o setor pecuário, devido à redução de área da floresta. Contudo, como destacou Rebelo, existe uma enorme dificuldade do Brasil em administrar a Amazônia, porém é preciso que o país consiga fazer isso.
Como ele afirmou, 30% da diversidade natural do mundo está na Amazônio e a maior divisa agrícola do mundo também está lá, sem que seja necessário desmatar nenhuma área. Porém, da mesma forma que essa é uma região muito rica de diversas maneiras, grande parte da população vive com poucos recursos, sem infraestrutura básica e exposta a doenças.
Para cuidar dessa população, existem duas frentes principais: as Organizações Não Governamentais (ONGs) humanitárias e filantrópicas e outras que atendem a interesses comerciais de seus financiadores. Dessa maneira, a floresta é utilizada para atividades ilegais, como o narcotráfico, de maneira mascarada, como disse o ex-ministro.
Soluções que precisam ser tomadas no Brasil
Entre as maneiras para resolver esse problema, ele diz que, primeiramente, a Amazônia precisa de todas as formas continuar sobre o domínio brasileiro e o povo ter acesso ao desenvolvimento de infraestrutura. Mas, é preciso sim proteger a população indígena, que vive sem qualidade de vida.
Aldo Rebelo destacou que no Brasil existe uma articulação para que as minorias, como, por exemplo, a população indígena. Eles são colocados contra o governo, que tem o dever de cuidar desses povos.
Por fim, para o político, o Brasil precisa mostrar as medidas de preservação da Amazônia, porque são muitas. Segundo ele, o país precisa fazer um inventário, avaliados por universidades nacionais e internacionais, para registrar todas florestas e rios que tem na Amazônia, para ser atualizado anualmente, e mundo conhecer o que de verdade há na Floresta Amazônica. Assim, seria esclarecido o que de fato é amazônio, o que realmente é exploração da floresta e o que não é.
Falta de perspectiva da população e a luta de ideologias
Outro ponto levantado no programa, é a divisão de interesses que existe hoje no Brasil. De acordo com o que afirmou Rebelo, que acontece hoje é uma perda de uma referência unânime e, acima disso, a perda de uma perspectiva no país. Essa perda de perspectiva faz com que as pessoas comecem a defender apenas os interesses da sua própria região, de seu próprio grupo, do seu próprio partido.
Por perder a perspectiva do todo, o que resta é apenas a perspectiva dos pequenos grupos. Por isso que no Brasil hoje ou se abraça uma agenda política ou outra. Entretanto, um lado, um grupo, depende do outro. Os interesses de um são complementares ao interesse do outro.
Conforme declarou Rebelo, é preciso que a política brasileira comece a defender a agenda do povo, porque o povo brasileiro não está interessado nessa defesa de particularidades, as pessoas estão interessadas em ter educação, emprego e renda. As famílias brasileiras não estão interessadas nas brigas partidárias, mas a política nacional está focada na luta de cultura, ideologias e comportamentos. "O Brasil não vai aceitar esse descaminho por muito tempo", completou.