Soja e milho registram alta com chuvas no Brasil. Gasolina deveria estar 12% mais barata.
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Perspectivas de aperto monetário nos EUA impulsionam dólar acima de R$5,61
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar ganhava força na tarde desta sexta-feira, chegando a superar os 5,61 reais, em meio a crescentes expectativas de que o banco central dos Estados Unidos apertará sua política monetária mais cedo do que o esperado.
Às 15:26 (horário de Brasília), o dólar avançava 0,45%, a 5,5945 reais na venda, ficando a caminho de registrar seu quinto ganho diário consecutivo após devolver completamente as perdas registradas mais cedo nesta sexta-feira.
Nesta sessão, a moeda norte-americana à vista oscilou entre 5,5215 reais na mínima do dia (-0,87%) e 5,6121 reais na máxima (+0,76%).
Os picos da sessão aqui acompanharam um rali do dólar no exterior. O índice da moeda frente a uma cesta de pares fortes subia 0,42% por volta de 15h27.
Investidores repercutiam comentários de duas autoridades importantes do Federal Reserve (Fed) que defenderam aceleração no ritmo de redução do estímulo do banco central.
O vice-chair da autoridade monetária, Richard Clarida, disse nesta sexta-feira que "pode ??muito bem ser apropriado" discutir a aceleração da redução das compras de títulos na próxima reunião do Fed, em dezembro, enquanto o diretor Christopher Waller afirmou que o banco poderia dobrar o ritmo de corte de estímulos em janeiro.
Há no mercado ampla visão de que a redução das compras de ativos pelo Fed antecederia aumentos de juros nos EUA. Diante de sinais de recuperação da atividade econômica no país e salto dos preços ao consumidor à maior taxa em mais de três décadas em outubro, há apostas crescentes de que o Fed poderia elevar os custos dos empréstimos já no ano que vem.
Juros mais altos na maior economia do mundo são amplamente vistos como benéficos para o dólar, uma vez que elevariam a rentabilidade dos títulos dos EUA, destino visto como seguro para investimentos.
Fornecendo amparo adicional à moeda norte-americana, o ambiente doméstico segue repleto de incertezas na frente fiscal, conforme investidores acompanham o andamento da PEC dos Precatórios no Congresso.
(Por Luana Maria Benedito)
Ibovespa sobe com Vale e setor de telecomunicações em destaque; PEC segue no radar
Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subia mais de 1% nesta sexta-feira, após quatro baixas consecutivas, em sessão marcada pelo vencimento de opções sobre ações e com as discussões em torno da PEC dos Precatórios ainda no radar.
A Vale era a principal contribuição positiva do índice, acompanhando recuperação dos preços do minério de ferro, enquanto empresas de telecomunicação também se destacavam após decisão do STF favorável ao setor.
Às 11:51, o Ibovespa subia 1,38%, a 103.839,29 pontos. O volume financeiro era de 7,8 bilhões de reais.
Na véspera, o Ibovespa renovou mínima do ano e quase perdeu os 102 mil pontos no pior momento. O fato de ter mantido esse patamar, na visão do trader de multimercados da Quantita Lucas Monteiro, está ajudando na recuperação desta sexta.
"É um nível técnico importante (102.000). Se tivesse sido rompido, haveria uma casa maior para correção", afirmou ele, que vê a alta da sessão em andamento mais relacionada a fatores técnicos e de fluxo. No que tange à PEC dos Precatórios, Monteiro acrescentou que o noticiário segue misto. Do lado positivo, ele vê um Senado com "certa disposição a passar pontos da PEC para pelo menos resolver o pagamento do Auxílio Brasil", enquanto do ponto de vista negativo cita a demora na tramitação do texto.
Na quinta-feira, o líder do governo no Senado e relator da PEC na Casa, Fernando Bezerra (MDB-PE), disse que o governo está aberto a modificar pontos da proposta para agilizar a aprovação e afirmou que existe abertura para que o Auxílio Brasil seja permanente. Notícias sobre potencial fatiamento da PEC também estão no radar dos investidores.
No exterior, as bolsas em Nova York não apresentam uma única direção, enquanto preços do petróleo caíam com recrudescimento da Covid-19 na Europa.
DESTAQUES
- TELEFÔNICA BRASIL ON subia 5,2% e TIM ON avançava 4,6%, depois que ministros do STF formaram maioria pela redução do ICMS para serviços de telecomunicações em Santa Catarina, em decisão que poderá ser aplicada a todos os Estados do país.
- VALE ON subia 3,1%, em sessão positiva para ações de siderurgia e mineração, acompanhando recuperação do minério de ferro diante de notícias positivas do setor imobiliário da China.
- PETROBRAS PN caía 1,7%, na esteira da queda do petróleo, com recrudescimento da Covid-19 na Europa.
- PETZ ON subia 2,2%, após fixar preço por ação em follow-on a 19,00 reais cada papel, desconto de 2,8% frente ao fechamento da véspera.
- ALLIAR, que não está no Ibovespa, disparava 14%, ampliando a alta da véspera, após informar que a MAM Asset Management fez proposta para aquisição de até totalidade das ações da companhia detida pelos controladores por 20,50 reais.
Senador dos EUA quer impedir importações de carne brasileira após notícias sobre "vaca louca"
Por P.J. Huffstutter
CHICAGO (Reuters) - O senador dos EUA, Jon Tester, apresentou um projeto de lei nesta quinta-feira para suspender as importações de carne bovina brasileira para os Estados Unidos e pediu que especialistas revisassem "a segurança de commodities" após relatos na imprensa sobre o Brasil ter atrasado a comunicação de dois casos da doença da vaca louca.
O projeto de Tester, que é democrata de Montana, segue pressões políticas de produtores de gado dos EUA que estão pedindo a suspensão de importações de carne bovina fresca brasileira devido a questões sobre quais processos o Brasil utiliza para detectar doenças animais e outras possíveis ameaças de alimentos para consumidores.
O Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, suspendeu as exportações para seu principal parceiro, a China, após a confirmação, no início de setembro, de dois casos "atípicos" da doença da vaca louca - ou encefalopatia espongiforme bovina (EEB) - em duas unidades distintas domésticas.
Mas os casos foram detectados originalmente em junho, bem antes de serem reportados para parceiros comerciais na Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), de acordo com uma carta enviada no dia 12 de novembro pela Associação Nacional de Produtores de Carne para o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
O USDA, que regula importações de carne para os Estados Unidos, não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
Os Estados Unidos importaram 62,3 milhões de dólares de carne bovina e produtos de carne bovina do Brasil nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 36% em relação ao mesmo período um ano antes, de acordo com dados comerciais norte-americanos. Em volume total, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de importações de carne bovina e produtos para os EUA no período, atrás apenas do México.
(Reportagem adicional de Leah Douglas, em Washington)