Ganho de produção com melhoramento genético; Marcelo Prado entrevista sócio-CEO da Uniggel Sementes

Publicado em 21/10/2021 17:56 e atualizado em 23/12/2021 09:28
Fausto Garcia falou sobre os avanços da empresa, momento atual do agronegócio brasileiro e deixou sua opinião sobre o desafio que será lidar com os altos custos de insumos para a próxima safra
Fausto Garcia - Sócio-Diretor Uniggel Sementes

Entre diversos temas, o programa Líderes do Agro da última quinta-feira (22) abordou os avanços do desenvolvimento genéticos de sementes. Para falar sobre o assunto, Marcelo Prado conversou com Fausto Garcia, sócio-CEO da Uniggel Sementes, empresa com capacidade total de produção de 2 milhões de sacas.

Garcia lembra que houve épocas, há cerca de 30 anos, em que grandes produções em lavouras ficavam em torno de 30 sacas por hectare. Marcelo Prado cita uma lavoura que plantava, onde as plantas de soja alcançavam 1,8 metros de altura e produzia 13 sacas de soja por hectare, em um ciclo de 150 dias.

Atualmente, com os avanços genéticos, a média de produtividade normalmente ultrapassa as 50 sacas. Contudo, mesmo assim, muitos produtores tentam “economizar”, o que acaba não compensando. “Tendo uma semente de qualidade inferior, com baixo vigor e com germinação abaixo, você acaba instalando uma lavoura ruim, isso faz com que você não tenha a produtividade que aquele material poderia te entregar”, afirma Garcia. “O produtor colhe 60 sacas, mas poderia colher 75 se tivesse uma semente que entregasse um plantio mais bem instalado. Hoje, a nível de mercado”, completa o CEO.

Marcelo Prado questionou se existe um limite do quanto é possível produzir de soja. Garcia, como resposta, usou como exemplo uma propriedade, que ficava ao lado da de sua família, vendida há mais ou menos 30 anos. Na época, a propriedade foi adquirida por 204 sacos de soja por hectare. Naquele momento, eles pensavam que não teria como ficar mais caro, que aquele era o preço limite. Hoje, a fazenda vale 1.200 sacos por hectare.

Da mesma maneira, ele acredita que não há como delimitar um limite do quanto se pode produzir de soja. A percepção do CEO é de que a cada será mais comum safras com 95 a 100 sacas por hectare e, em um futuro, frequente haverá lavouras que alcancem de 100 a 120. Para isso, ele afirma que as empresas de pesquisas são muito competentes e cada dia melhora o material genético das sementes. “As empresas de melhoramento genético, quando apresentam o que está acontecendo nas pesquisas, mostram que temos muito para avançar em produtividade da soja no Brasil”, declarou.

Desafio do aumento de preço dos insumos

Em mais de 30 de agricultura, este é um momento ímpar, conforme afirmou Garcia. “Nunca tinha passado por ano nem parecido. É realmente assustador, a gente ouvia que ia faltar insumo e produtos, mas sempre dava tudo certo. Porém, neste ano temos uma dificuldade como nunca houve”, disse o CEO, que também possui uma lavora onde cultiva soja e milho.

Segundo ele, há empresas cancelando a entrega de produtos em um momento crucial, o que traz uma sensação assustadora. Para mitigar esses problemas, ele diz que está “dormindo com um olho fechado e outro aberto” e sempre buscando novas alternativas e com um plano B preparado. Ele declara ainda que as contas de muito produtores ficará apertada no próximo ano e será preciso ser o mais assertivo possível.

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