Soja desaba em Chicago, dólar explode aqui dentro.. hoje foi dia de fixação, de cavalinho encilhado!

Publicado em 21/10/2021 16:45
Edição do Tempo&Dinheiro desta 5a.feira, 21/outubro/21, com João Batista Olivi
Tempo & Dinheiro

Auxilio Emergencial: Relator da PEC dos Precatórios muda período de correção do teto por espaço fiscal

BRASÍLIA (Reuters) - O relator da PEC dos Precatórios, Hugo Motta (Republicanos-PB), apresentou nesta quinta-feira novo parecer para a proposta, modificando o prazo de correção do teto de gastos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que, segundo ele, irá garantir espaço fiscal para o pagamento de auxílio a famílias de baixa renda de no mínimo 400 reais até dezembro de 2022.

Motta explicou que além dos cerca de 40 bilhões de reais estimados caso seja aprovada a parte da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata especificamente dos precatórios, há perspectiva de abertura de uma margem fiscal de aproximados 39 bilhões de reais adicionais com a mudança no prazo relacionado à correção do teto de gastos.

"O teto continuará a ser corrigido pelo IPCA, assim como os precatórios", disse o relator, ao apresentar seu novo texto para a PEC.

"O que estamos mudando é apenas o período... Porque hoje o regramento se dá do meio do ano até o meio do outro ano... Estamos mudando esse regramento retroativo a 2016 para janeiro a dezembro, estamos sincronizando", explicou ele.

No parecer, Motta explicou que as mudanças "adaptam" o teto de gastos aos "novos tempos" com a nova metodologia de cálculo, que permitirá a implementação de medidas extraordinárias --segundo ele, parte desses recursos será destinada à compra de vacinas-- e, simultaneamente, confere "previsibilidade no crescimento dos gastos públicos, o que garante a estabilidade da economia".

A PEC é discutida em comissão especial da Câmara dos Deputados, e tinha votação inicialmente prevista para a última terça-feira. Mas diante de movimentação do governo para inserir na proposta parte das medidas para garantir a ampliação do pagamento de benefícios, foi adiada para a quarta-feira, e agora, para esta quinta.

O relator aproveitou para pedir aos colegas que a votação não seja deixada para depois, apesar de reclamações de integrantes da comissão, que pedem mais tempo para a análise do novo parecer. Motta comentou que concluiu seu relatório às 14h desta quinta.

Segundo ele, há muita especulação sobre o tema e há pressa em aprová-lo porque o governo precisaria de 45 dias para operacionalizar o auxílio e fornecê-lo às famílias a partir de dezembro.

Economistas veem alta mais acelerada dos juros com BC enquadrado por arcabouço fiscal pior

SÃO PAULO (Reuters) - Os departamentos econômicos já começaram a considerar juros de dois dígitos no ano que vem, impelidos pela forte deterioração nos preços de mercado e na percepção de risco que fez derivativos embutir Selic de mais de 11% no ano que vem e aperto monetário de até 150 pontos-base na próxima semana.

O banco norte-americano JPMorgan puxou a fila, elevando a 125 pontos-base sua projeção de aumento da taxa Selic pelo Banco Central em cada uma das próximas duas reuniões do Copom, vendo o BC forçado a acelerar a velocidade de restrição monetária devido à deterioração do balanço de riscos para a inflação.

"O risco de piora nas perspectivas fiscais até o término do ano e o ambiente global mais desafiador ainda exigem cautela, e não descartamos um movimento ainda mais agressivo pelo Banco Central, seja antecipando o movimento com um aumento de 150 pontos-base na próxima semana ou prolongando ainda mais o ciclo em direção a uma taxa terminal mais alta no próximo ano", disseram Cassiana Fernandez (economista-chefe do banco no Brasil) e Vinicius Moreira (economista) em relatório.

Na curva de DI, os contratos já embutem acréscimo 150 pontos-base, 50 pontos-base acima do cenário a que o mercado vinha se apegando --muito pelas afirmações do Bacen de que não via necessidade de aperto do passo.

Mas já na terça-feira, também dia de forte pressão nos mercados locais, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, reconheceu que uma política monetária mais apertada seria necessária caso o problema fiscal no Brasil piorasse.

Desde então, os maiores temores do mercado ficaram mais perto da concretização. O governo anunciou um Auxílio Brasil de 400 reais parcialmente bancado com recursos fora do teto de gastos. Na noite da véspera, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu "licença" para o furo do teto, o que já ditou abertura fortemente negativa para os ativos financeiros nesta manhã.

E declarações do presidente Jair Bolsonaro na tarde desta quinta empurraram os preços para níveis ainda piores. O DI janeiro 2023 chegou a subir impressionantes 96,5 pontos-base, indo a quase 10,9% na máxima do dia.

Toda a curva de DI está bastante estressada, o que fica explícito pelas taxas a termo --entre maio e junho de 2022, FRAs apontavam nesta tarde CDI médio no período de 11,6%, o que daria uma Selic média de 11,7%, ante o atual patamar de 6,25%.

"A gente agora está discutindo se vai ser 125 pontos-base ou 150 pontos-base", disse Caio Megale, economista-chefe da XP, citando cálculos sobre o que o fiscal representa em termos de risco.

"Inequivocadamente o cenário muda", disse. "A chance de Selic acima de 10% cresceu, a inflação (de 2022) não será mais de 3,9%, e o câmbio não será o de 5,10 reais", afirmou, citando as atuações projeções da casa, que vê a taxa de juros terminal por ora em 9,25%.

O Santander Brasil avalia que, no mínimo, o Copom vai endurecer o tom do comunicado da decisão prevista para a semana que vem, mas que há chances de ritmo maior de alta do juro ainda neste ano.

"Ainda não temos sacramentado o que será feito do fiscal, qual será a decisão do governo. Então achamos que o BC pode preferir esperar antes de acelerar o passo de alta dos juros. Mas talvez o BC faça o reconhecimento no comunicado de que os fatores de risco pioraram da última reunião para cá", disse Mauricio Oreng, economista do banco privado.

O Santander ainda estima juro de 9% ao término do ciclo de alta, com dois aumentos seguidos de 100 pontos-base e um último de 75 pontos-base.

"O que está cada vez mais claro é que o orçamento total da elevação da Selic provavelmente será bem maior. Existe uma chance grande de em nossa próxima revisão termos Selic de duplo dígito", informou.

"Não dá nem mais para chamar esse juro acima de 10% de cenário alternativo. É o que está virando cenário-base mesmo. Talvez a aceleração (da alta de juros) pelo BC ocorra em dezembro", finalizou.

O economista Mauricio Nakahodo, do grupo financeiro MUFG, ainda considera cedo para se falar em Selic de dois dígitos, mas admite que a taxa terminal deverá ficar bem acima dos 8,5% previstos pela casa atualmente.

"Entre 9% e 10% seria um cenário mais possível do que no mês passado", afirmou. Com juro tão mais alto, o risco também é que o crescimento econômico em 2022 fique bem abaixo de 1%, que já seria aquém da taxa de 1,7% estimada atualmente pelo MUFG.

Nakahodo também avalia que "certamente" o Bacen será mais duro na comunicação da próxima quarta-feira, já que o risco fiscal adicional vai deteriorar o balanço de riscos para a inflação.

Após Guedes citar inflação como justificativa para furar o teto, atenções se voltam à reação do BC

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que um auxílio mais robusto temporário aos mais pobres é necessário para ampará-los num cenário de inflação em alta no pós-pandemia, mas o aceno ao furo do teto de gastos para viabilizar essa saída na prática ajuda a alimentar a alta de preços na economia, colocando em xeque a responsabilidade fiscal do governo e elevando as expectativas para as ações do Banco Central daqui para frente.

Segundo a Reuters apurou, o clima no BC foi de surpresa negativa com a forma como Guedes teria naturalizado a possibilidade de burlar o teto, que é defendido há muito tempo tanto pela autoridade monetária quanto por autoridades do próprio time do ministro como a única âncora fiscal crível do país.

No balanço de riscos para a inflação do BC, a assimetria altista é dada justamente pelo risco fiscal, com a eventual adoção de medidas que enfraqueçam o teto colocada, desde junho do ano passado, como fator que empurraria a inflação para cima.

Na terça-feira, quando as notícias sobre o Auxílio Brasil de 400 reais ainda não eram oficiais, o diretor de Política Monetária da autarquia, Fabio Kanczuk, já tinha dito que uma política monetária mais apertada seria necessária caso o problema fiscal no Brasil piorasse, mas ressalvando que a autarquia não se movia na velocidade do mercado.

Embora o novo programa Auxílio Brasil não tenha sido formalizado, com ministros apontando que a saída para acomodá-lo no Orçamento de 2022 virá no relatório ainda não apresentado da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios, os holofotes se voltam para como o BC tomará sua próxima decisão de política monetária na quarta-feira da semana que vem após as declarações dadas por Guedes.

Diante da não aprovação da reforma do Imposto de Renda, que mirava a tributação sobre dividendos como fonte permanente de receita para um Bolsa Família maior, Guedes reconheceu na quarta-feira que o governo partiu para uma solução temporária para atender aos mais pobres, se debruçando sobre um pedido de "waiver" ao teto de gastos como alternativa para direcionar pouco mais de 30 bilhões de reais ao programa.

"50% da inflação mundial é hoje comida e energia, justamente o impacto que atinge as classes mais vulneráveis e mais frágeis. Nós então estamos desenhando programas que possam atenuar esse impacto", disse Guedes, em evento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

"É comida e energia subindo no mundo inteiro. Nós estamos lançando essa fonte transitória até o final do ano que vem que nos ajude então que todas as famílias brasileiras tenham essa proteção dos 400 reais", complementou ele.

Em outro evento no início da noite de quarta, Guedes frisou que o governo chegava a uma solução transitória para um problema também transitório, em referência à inflação.

O ministro também afirmou que outra possibilidade para acomodar a concessão de um benefício mais alto seria antecipar a mudança de indexador da própria regra do teto. A alternativa também causou estranhamento, uma vez que a emenda constitucional que criou a regra fiscal só previa revisão em seus parâmetros em 2026.

As reações do mercado à fala do ministro jogam luz sobre o desafio à frente.

Após Guedes confirmar que o governo estudava pedir a licença para gastar mais em ano eleitoral, o dólar chegou a alcançar uma máxima de 5,69 reais e as taxas de juros futuros dispararam, com o mercado tendo migrado suas apostas de curto prazo para um aperto superior a 1 ponto na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Se sustentadas, as mudanças das condições de mercado implicarão pressão inflacionária pelo encarecimento dos importados e aumento da dívida bruta brasileira, com investidores pedindo retorno maior, diante do acirramento nos riscos, para toparem financiar o governo com a compra de títulos emitidos pelo Tesouro.

RITMO DE APERTO

Até agora, o BC vinha indicando enxergar como adequada a manutenção do ritmo de alta de 1 ponto na taxa básica de juros dentro do seu agressivo ciclo de aperto para domar a inflação. Desde março, a Selic já foi elevada em 4,25 pontos, ao patamar atual de 6,25% ao ano.

Ao ser questionado sobre a perspectiva de o Bolsa Família ser pago em parte fora do teto, Kanczuk respondeu, na terça-feira, que o BC avaliaria a probabilidade de o cenário com quadro fiscal pior passar a ser dominante sobre o cenário-base.

E a abordagem seria a mesma adotada na última reunião do Copom, acrescentou o diretor: calcular se com elevação de 1 ponto percentual na Selic a convergência da inflação para meta em 2022 seria assegurada ou se seria necessário apertar o passo para uma alta de 1,25 ponto.

O BC tem reiterado que tem como foco levar a inflação do ano que vem à meta central de 3,5%, ante projeção mais recente do seu cenário-base de 3,7% e expectativa do mercado, pelo boletim Focus, de 4,18%.

O JP Morgan, banco que promoveu o seminário no qual Kanczuk falou, elevou nesta quinta-feira a 1,25 ponto sua projeção de aumento da Selic nas próximas duas reuniões do Copom.

Depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter validado, no fim de agosto, a lei de autonomia formal do BC, a expectativa de muitos agentes é de que a autoridade não irá, em meio à franca deterioração do quadro fiscal, se ater a ponderações políticas para frear uma elevação mais dura nos juros.

Ao encarecer o custo dos empréstimos no país, uma Selic mais alta deve ter repercussão sobre a força da atividade econômica no ano que vem, jogando contra as pretensões de reeleição de Bolsonaro, e também tornando a dívida pública maior.

Segundo cálculos do próprio BC, cada aumento de 1 ponto na taxa básica acarreta, em doze meses, acréscimo de 32,9 bilhões de reais na dívida líquida e de 31,8 bilhões de reais na dívida bruta.

Risco-Brasil bate máxima em seis meses com mercados em pânico por fiscal

SÃO PAULO (Reuters) - Uma medida do risco-país subiu nesta quinta-feira ao maior nível em mais de seis meses, num dia de forte turbulência nos mercados financeiros brasileiros diante do pavor de descontrole das contas públicas.

O CDS de cinco anos do Brasil bateu 211,200 pontos-base, ante 210,710 pontos-base da véspera, indo ao patamar mais alto desde 14 de abril (214,27 pontos-base).

O CDS é um derivativo que funciona como uma espécie de seguro contra calote de uma dívida --seja soberana ou corporativa-- e tem precificação baseada no risco de base dos Treasuries, os títulos do governo dos EUA, considerados o ativo mais seguro do mundo.

O dólar futuro já beira 5,70 reais, as taxas dos contratos futuros de juros negociados na B3 saltavam até 90 pontos-base e o Ibovespa afundava 4,6%, com o mercado descontando nos preços uma acentuada deterioração na percepção de risco fiscal conforme o governo busca furar o teto de gastos, o que, para investidores, coloca em risco a trajetória da dívida pública.

Títulos prefixados caem a mínima em 18 meses com salto nas taxas de juros de mercado

SÃO PAULO (Reuters) - Os títulos de renda fixa tinham forte queda no preço nesta quinta-feira, com o valor dos prefixados descendo a uma mínima em um ano e meio, reflexo de uma onda tomadora de taxa que está nocauteando contratos de juros desde a B3 até os mercados secundário e primário de papel.

Os DIs chegaram a subir 60 pontos-base mais cedo, o que golpeou em cheio os preços dos títulos.

O IRF-M 1+ --índice da Anbima que acompanha a evolução de preços de uma carteira teórica de títulos prefixados com prazo igual ou superior a um ano-- caía 0,9% no começo da tarde, para uma mínima desde abril do ano passado --período em que os mercados ainda sentiam o baque inicial da pandemia de Covid-19.

O índice IMA-B 5+ --que segue preços de títulos corrigidos pela inflação com vencimento igual ou superior a cinco anos-- perdia 0,81%, para a menor leitura em um ano.

O Tesouro Nacional fez colocação de pré e pós-fixados em leilão nesta quinta, mas concentrou a oferta em LFTs (corrigidas pela taxa Selic), o que derrubou o PVBP (uma medida de colocação de risco no mercado) a mínimas vistas pela última vez em setembro.

No mercado secundário, a LTN com vencimento em janeiro de 2022 sofria a maior queda em seis semanas, e o papel para janeiro de 2026 cedia 1,4% (queda bastante expressiva para um título público), indo ao menor patamar desde maio do ano passado.

Os títulos brasileiros emitidos no exterior também caíam. O Global 28 emitido em 2017 tinha baixa de 0,3%, para o menor patamar desde também maio de 2020. No acumulado de 2021, a queda no preço é de 7,5%.

ANTT eleva valores da tabela de fretes em até 5,9% após alta do diesel

SÃO PAULO (Reuters) - A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou nesta quinta-feira portaria que reajusta a chamada tabela de frete mínimo rodoviário entre 4,5% e 5,9%, após uma alta no preço do diesel.

Segundo nota da ANTT, o reajuste na tabela é realizado sempre que há uma oscilação superior a 10% em relação ao preço considerado nos cálculos da Política Nacional de Pisos Mínimos de Frete (PNPM), conforme lei instituída em 2018 após uma greve de caminhoneiros.

A variação do aumento dos valores da tabela --considerada inconstitucional por diversas categorias contratantes de frete-- depende do tipo de carga e do veículo.

O piso mínimo é questionado no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o processo está parado na corte após ter entrado e saído da pauta do plenário no ano passado.

O reajuste na tabela, que segue uma determinação legal, foi realizado em meio a ameaças de paralisações de caminhoneiros, em protesto contra o preço do diesel.

Também nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo vai oferecer a cerca de 750 mil caminhoneiros autônomos uma ajuda para compensar o aumento do preço do diesel.

O preço médio do diesel comum nos postos do Brasil subiu 5,55% na primeira quinzena do mês ante o fechamento de setembro e mais de 40% ante o mesmo período do ano passado, segundo dados da Ticket Log.

A Petrobras anunciou no fim de setembro uma alta de 9% no preço médio do diesel vendido em suas refinarias, após 85 dias de estabilidade. No acumulado do ano, a alta do combustível na refinaria da estatal é de mais de 50%.

Veja detalhes sobre os valores da tabela do frete no link:

https://in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-496-de-19-de-outubro-de-2021-353688048.

Bolsonaro diz que 750 mil caminhoneiros vão receber ajuda para compensar alta do diesel

BRASÍLIA (Reuters) - Em meio ao retorno de ameaças de greve de caminhoneiros em razão da alta dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira que o governo vai oferecer a cerca de 750 mil caminhoneiros autônomos uma ajuda para compensar o aumento do preço do diesel.

"Decidimos então -- os números serão apresentados nos próximos dias --, nós vamos atender aos caminhoneiros autônomos, em torno de 750 mil caminhoneiros receberão uma ajuda para compensar o aumento do diesel", disse.

"Fazemos isso porque é através deles que as mercadorias e os alimentos chegam nos quatro cantos do país", justificou o presidente logo em seguida, em discurso no evento de inauguração do Ramal do Agreste, no interior de Pernambuco.

Bolsonaro não deu detalhes da medida, dizendo apenas que nos momentos difíceis o governo não vai deixar ninguém para trás. Ele reconheceu o alto preço dos combustíveis, mas ressalvou que uma parte considerável do insumo consumido no Brasil é importada e "temos que pagar o preço deles lá de fora".

Nesta manhã, no Rio de Janeiro, houve um movimento de caminhoneiros que transportam combustíveis, os tanqueiros, para impedir a entrada de caminhões nas bases de abastecimento de combustíveis em Campos Elíseos, no Estado do Rio de Janeiro. As unidades fecharam as portas para evitar tumulto e depredações, afirmou em nota nesta quinta-feira o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro.

O mais recente anúncio de Bolsonaro de uma despesa do governo acelerou a queda do Ibovespa que, às 14h46, marcava um recuo de 3,67%, a 106.766 pontos, nova mínima intradiária em 2021. A nova iniciativa ocorre no momento em que o mercado já vinha reagindo negativamente à possibilidade de o governo furar o teto de gastos para pagar o novo Bolsa Família.

No discurso, Bolsonaro repetiu que está acertado que o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, será de 400 reais, mas novamente não relatou de onde o governo vai tirar recursos para financiá-lo.

O presidente atribuiu a inflação dos combustíveis às consequências da política de isolamento social para conter a pandemia. Segundo ele, o "fique em casa" seria uma tentativa de quebrar a economia e tem cobrado um preço alto com a elevação dos preços.

No final de semana, três entidades nacionais de trabalhadores vinculados ao setor de transporte de cargas haviam anunciado decisão de decretar estado de greve e que início de greve nacional a partir de 1º de novembro se o governo federal não atender às reivindicações que remontam à paralisação dos caminhoneiros em 2018.

Entre as demandas, uma das principais é justamente o custo do combustível, reajustado para cima seguidas vezes nos últimos meses pela Petrobras. O preço médio do diesel no país acumula alta de mais de 50% neste ano.

Motoristas franceses correm para etanol diante da disparada do preço da gasolina

PARIS (Reuters) - As vendas de etanol atingirão máximas recordes na França neste ano e no próximo, apoiadas pela forte demanda pelo combustível E85 com alto teor de etanol, à medida que os proprietários de automóveis buscam alternativas mais baratas à gasolina, disseram produtores nesta quinta-feira.

Os preços dos combustíveis dispararam tanto na França que os ministros cogitaram a possibilidade de vales combustível para famílias de baixa renda na segunda-feira, enquanto o governo do presidente Emmanuel Macron busca limitar os danos do aumento dos custos.

O consumo de etanol, feito principalmente a partir de beterraba e grãos na França, deve subir para cerca de 12 milhões de hectolitros este ano, acima do recorde de 2019, após cair cerca de 10% em 2020, pois a pandemia manteve os motoristas em casa, disse Sylvain Demoures, secretário-geral do SNPAA, em uma entrevista por telefone.

E a tendência foi projetada para 2022 também, levando-a a mais um recorde, acrescentou.

O preço médio do E85, contendo até 85% de etanol, estava em 0,69 euro por litro na França, na sexta-feira da semana passada, contra 1,72 euro por litro para a gasolina 98 sem chumbo, mostraram dados do governo.

Embora seja necessário cerca de 25% a mais de etanol para o veículo percorrer a mesma distância, a vantagem de preço continua significativa, o que fez com que os consumidores franceses corressem para os carros flex --que podem rodar com gasolina, etanol ou uma mistura dos dois-- e os kits de combustível flex que permitem que carros convencionais funcionem com combustível com alto teor de etanol. Os kits custam em média mil euros (1.164 dólar), com instalação incluída.

A FlexFuel Energy Development, que afirma ser líder da França no mercado de kits de combustível flex, disse que o número de kits instalados aumentou 37% desde junho.

Autoridades de comércio do G7 têm poucas opções para aliviar problemas na oferta

WASHINGTON (Reuters) - Os chefes comerciais das potências econômicas do mundo desenvolvido, que se reunirão na sexta-feira, têm poucas opções disponíveis para solucionar rapidamente os problemas da cadeia de suprimentos que estão impulsionando a inflação e prejudicando o crescimento, um desafio que, segundo especialistas, vem de forças de mercado que fogem de seu alcance.

As autoridades do comércio do G7, que se encontrarão em Londres, podem fazer apelos por esforços mais intensos na correção de atrasos nos portos de contêineres e outros gargalos no transporte, mais melhorias na infraestrutura para acelerar a chegada dos produtos ao mercado e diversificação dos fornecedores de componentes-chave, como semicondutores, incluindo mais produção doméstica.

Mas todas essas são soluções de longo prazo. As forças de mercado que criaram o excesso de demanda por bens podem já estar bem encaminhadas para corrigir o problema.

"Essas autoridades têm poucas cartas na manga para resolver esse problema", disse Harry Broadman, diretor-gerente do Berkley Research Group e ex-autoridade comercial dos Estados Unidos. "Em última análise, isso é impulsionado pela demanda do consumidor."

Com a demanda e a oferta fora de sincronia e a logística lutando para se recuperar, pode levar até seis meses para que a escassez de muitos bens seja amenizada, disse ele, e grande parte desse movimento será provocada pelas forças de mercado e empresas do setor privado preenchendo a lacuna entre os dois lados.

Atender a algumas das necessidades mais críticas da cadeia de suprimentos levará tempo, disse William Reinsch, especialista em comércio do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais e ex-autoridade de exportação do Departamento de Comércio dos EUA.

Adicionar capacidade de produção doméstica de mais semicondutores para reduzir a dependência de um punhado de países asiáticos levará anos, enquanto atualizar a infraestrutura portuária para aumentar a eficiência também é um esforço de longo prazo, disse ele.

Grande parte do problema atual é uma incompatibilidade entre a forte demanda reprimida por bens --alimentada por cheques de auxílio durante a crise do coronavírus e economias acumuladas pelas pessoas durante os lockdowns-- contra uma oferta limitada por paralisações de produção, estoques menores e escassez de trabalhadores.

Mas o "boom" no consumo que elevou os gastos do consumidor norte-americano em bens duráveis 25% acima da tendência este ano não vai durar e provavelmente será substituído por uma demanda abaixo do normal em 2022, disse o economista-chefe do UBS, Paul Donovan, em nota a clientes. Isso vai desacelerar o crescimento do PIB e esfriar a inflação.

"Uma vez que a demanda reprimida seja atendida, não há mais necessidade de gastar. A pessoa que comprou uma nova máquina de lavar este ano não tem pressa em comprar outra nova no próximo ano", escreveu Donovan.

Banco Mundial vê risco inflacionário "significativo" vindo de elevados preços de energia

WASHINGTON (Reuters) - Os preços da energia devem ter apenas leve alta em 2022, depois de saltarem mais de 80% em 2021, alimentando riscos significativos de curto prazo para a inflação global em muitos países em desenvolvimento, informou nesta quinta-feira o Banco Mundial em seu último relatório Commodity Markets Outlook (cenário para o mercado de commodities).

O banco multilateral de desenvolvimento disse que os preços da energia devem começar a cair no segundo semestre de 2022 à medida que as restrições de oferta diminuem, com os preços fora energia, como os de agricultura e metais, também diminuindo após fortes ganhos em 2021.

"O salto nos preços da energia apresenta riscos significativos de curto prazo para a inflação global e, se sustentado, também pode pesar no crescimento dos países importadores de energia", disse Ayhan Kose, economista-chefe e diretor do Grupo de Perspectivas do Banco Mundial, que produz o Commodity Markets Outlook.

"A forte recuperação dos preços das commodities está se revelando mais pronunciada do que o projetado anteriormente. A volatilidade recente dos preços pode complicar as escolhas políticas, uma vez que países se recuperam da recessão global do ano passado."

O banco observou que alguns preços de commodities subiram ou ultrapassaram em 2021 níveis vistos pela última vez uma década atrás.

Ações europeias devolvem boa parte das perdas e fecham perto de máximas em seis semanas

(Reuters) - As ações europeias se estabilizaram perto de máximas em seis semanas nesta quinta-feira, com a compra de ações defensivas e de crescimento ajudando a compensar perdas nas mineradoras e previsões decepcionantes em balanços de algumas empresas, como da gigante de softwares SAP.

O sentimento também foi moderado por preocupações renovadas sobre o setor imobiliário da China, após colapso de uma venda de ativos de 2,6 bilhões de dólares da endividada incorporadora China Evergrande.

Depois de chegar a cair até 0,6%, o índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,1%, a 469,71 pontos.

As mineradoras europeias, que têm grande exposição à China, caíram 3%. As ações da Anglo American listadas no Reino Unido perderam 2,7%, embora a companhia tenha reportado um aumento de 2% na produção geral no terceiro trimestre.

"As ações de mineração não conseguiram superar as preocupações dos investidores provocadas por mais uma reviravolta na saga da Evergrande", disse Danni Hewson, analista financeira da AJ Bell.

Dados divulgados nesta quarta-feira mostraram que a confiança do consumidor da zona do euro caiu 0,8 ponto em outubro em relação setembro.

A empresa de tecnologia mais valiosa da Europa, a SAP, caiu 3,2% e foi a maior colaboração para a queda do STOXX 600, apesar de resultados positivos do terceiro trimestre, uma vez que os operadores não ficaram impressionados com as perspectivas da empresa, especialmente sua previsão de licenciamento.

Setores defensivos, como de bens pessoais e domésticos, subiram 0,8% devido aos resultados do terceiro trimestre melhores do que o esperado da Unilever.

Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,45%, a 7.190,30 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,32%, a 15.472,56 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,29%, a 6.686,17 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,21%, a 26.525,15 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,82%, a 8.944,30 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,54%, a 5.730,84 pontos.

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