Mercado de soja: A China está de volta!!! Os hedge funds estão saindo... atenção aí!!!!

Publicado em 27/09/2021 15:53 e atualizado em 27/09/2021 18:30
Edição do Tempo&Dinheiro desta 2a.feira, dia 27/setembro/21, com João Batista Olivi
Tempo & Dinheiro

Fundos reduzem posição comprada de soja

Os hedge funds reduziram as suas expectativas de alta dos preços de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) na semana encerrada na última terça-feira (21). Segundo dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), a posição líquida comprada diminuiu 9,68% no período, de 50.444 para 45.561 contratos.
A posição liquida comprada de milho aumentou 1,10% na semana encerrada na terça-feira, de 197.757 para 199.943 contratos, segundo números da CFTC. 
No período, fundos diminuíram em 3% a sua posição líquida vendida de trigo, que passou de 10.131 para 9.828 contratos.

Soja sobe em Chicago, dólar acompanha e preços avançam no interior do Brasil

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o dia com leves altas. Depois de chegar a testar ganhos de até dois dígitos no pregão desta segunda-feira (27), o mercado diminuiu a intensidade do avanço e terminou subindo entre 2,50 e 5,50, pontos nos principais contratos, levando o novembro a US$ 12,87 e o maio a US$ 13,08 por bushel. 

Como explicaram analistas e consultores de mercado, os preços ganharam tração, de um lado, pelas novas notícias da demanda, com a China comprando 334 mil toneladas de soja nos EUA nesta segunda, mas também da alta forte do petróleo. A commodity não puxou só a soja, como também os futuros do milho neste início de semana na CBOT.

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Como explicou o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, as notícias de diminuição do esmagamento de soja na China em função dos problemas com energia no país até tentaram assustar o mercado, mas foram insuficientes. 

A paralisação destas empresas representa 10% da capacidade diária de esmagamento de China. Estamos falando de cerca de 24 mil toneladas de soja que deixam de ser esmagadas em um dia calmo de esmagamento, onde eles têm capacidade de esmagar 250 mil toneladas/dia. A China é muito grande para parar", afirma Brandalizze. 

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MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, o dólar voltou a subir e concluiu a segunda-feira com alta de 0,65% e sendo cotado a R$ 5,38, o que acabou sendo mais um fator de alta para a formação dos preços da soja no mercado nacional. As altas no interior do país chegaram a 1,24%, como foi o caso de Rio do Sul, em Santa Catarina, levando a saca de soja a R$ 163,00. 

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Nos portos, os preços também seguem sustentados, com referências acima dos R$ 170,00 para a safra velha e dos R$ 160,00 para a safra nova. Além dos patamares encontrando suporte na Bolsa de Chicago e do dólar em alta, os prêmios ainda elevados no mercado nacional - acima dos US$ 2,00 por bushel acima de Chicago - também são combustível para as cotações formadas para a soja brasileira.

(Por Carla Mendes, no Notícias Agrícolas) 

Apoiado em blue chips, Ibovespa resiste à pressão de China e quedas em Wall St

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações brasileiras teve um dia de oscilação estreita e baixo giro de negócios nesta segunda-feira, com investidores preferindo se posicionar em ações de maior liquidez, como de commodities e de bancos, num dia de baixa moderada em Wall Street.

O Ibovespa ainda chegou a esboçar um rali de última hora, que logo perdeu força antes de fechar em alta de 0,27%, a 113.583,01 pontos, refletindo ganhos sobretudo de ações de maior peso na carteira, como de bancos, Petrobras e Vale. O giro financeiro de negócios somou 30,66 bilhões de reais.

Declarações do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, após reunião com o presidente Jair Bolsonaro, de que o governo federal não vai interferir na política de preços da companhia, aliviou temores de uma solução heteroxa estivesse a caminho para tentar conter a inflação no país.

O desempenho positivo de ações mais líquidas foi o bastante para conter a influência negativa do exterior, com os principais índices de Wall Street no vermelho, assim como a queda das moedas de emergentes, inclusive o real, frente ao dólar.

Mas segundo profissionais do mercado, o apetite do mercado por ativos de maior risco segue baixo, ainda que o Ibovespa siga perto dos menores níveis do ano.

No caso do Brasil, o temor de crises hídrica e energética, além de inflação persistentemente alta e incertezas fiscais agravam fatores que já vêm pesando nos mercados globais, como as dúvidas sobre crescimento na China e risco de aperto na política monetária norte-americana.

Essa combinação torna os níveis atuais do Ibovespa, que embora acumule perda de cerca de 5% em 2021, pouco atrativos, afirmou o estrategista-chefe do Itaú BBA, Marcelo Sá.

No curto prazo as atenções estão sobre indicadores da China, às voltas com riscos de crise imobiliária e de energia, ao mesmo em que se esperam a votação do orçamento do governo dos EUA e novos discursos de autoridades econômicas nesta semana, que podem dar pistas sobre o início de um ciclo de aperto monetário.

Tecnologia pressiona Nasdaq e S&P 500 com rali em taxas dos Treasuries

NOVA YORK (Reuters) - Os índices S&P 500 e Nasdaq terminaram em baixa nesta segunda-feira, com investidores se voltando para ações de valor, à medida que papéis de tecnologia, prejudicados pelo aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, pesaram sobre os mercados na última semana do trimestre.

Dos três principais índices acionários norte-americanos, apenas o Dow Jones, composto por blue-chips, fechou em território positivo, impulsionado por ações dos setores financeiro e industrial.

Smallcaps e transportes --segmentos sensíveis aos ciclos econômicos-- superaram o desempenho do mercado mais amplo.

"A estratégia que se beneficia da reabertura econômica está viva e bem", disse Chuck Carlson, presidente executivo da Horizon Investment Services, em Hammond, Indiana. "As ações economicamente sensíveis estão em alta, e as de tecnologia estão em reavaliação."

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em dez anos aumentaram, o que beneficia papéis do setor financeiro, sensíveis aos juros. [US/]

A alta nos preços do petróleo empurrou para cima as ações de energia, que tiveram o maior ganho percentual entre os setores.

Mas o rali nas taxas dos Treasuries pesou sobre alguns líderes de mercado, que se beneficiam de taxas baixas. Microsoft Corp, Amazon.com Inc, Alphabet Inc e Apple Inc encerraram a sessão com quedas entre 0,6% e 1,7%.

O índice Dow Jones subiu 0,21%, a 34.869 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,28%, a 4.443 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,52%, a 14.970 pontos.

Petrobras avalia elevar preços de combustíveis nas refinarias

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras está avaliando elevar preços de combustíveis em suas refinarias, disse o diretor-executivo de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, ao reconhecer que "pontualmente" os valores estão defasados ante o mercado internacional.

Durante uma rara coletiva de imprensa junto ao presidente da petroleira estatal, Joaquim Silva e Luna, os executivos da companhia frisaram que não houve mudanças na política de preços e que a companhia continua a seguir indicadores internacionais, mas evitando a volatilidade externa.

Mastella pontuou que, nos últimos meses, houve mudanças significativas no mercado internacional, mas que grande parte delas foi compensada por flutuações do câmbio no sentido contrário.

No entanto, uma redução de oferta de petróleo, especialmente nos Estados Unidos, e uma perspectiva de elevação da demanda internacional de energéticos tem puxado os valores para cima. "Em função disso, a gente está olhando com mais carinho, com cuidado, a possibilidade de reajuste sim", disse Mastella.

"Pontualmente os preços estão sim defasados, em parte, de alguns derivados, o que significa que a gente está, sim, avaliando um ajuste dos preços. Essa avaliação é interna, técnica, depende de uma análise dos cenários... a gente não toma decisão baseada em como está instantaneamente a defasagem de preços, mas sim nessa defasagem e na expectativa de evolução dela ou de manutenção dela."

O diretor ressaltou que há atores atualmente realizando importações ao Brasil, em uma sinalização de que os preços da Petrobras não estão "descolados" do mercado.

A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula que haja uma defasagem de 14% no diesel e de 10% na gasolina, segundo dados de fechamento da sexta-feira.

O último ajuste realizado no preço do diesel pela Petrobras ocorreu em 6 de julho, enquanto na gasolina foi em 12 de agosto.

A coletiva foi convocada mais cedo nesta segunda-feira para prestar informações sobre os preços dos combustíveis e do gás de cozinha (GLP) e sobre o apoio suplementar que a Petrobras está prestando durante a crise energética.

Ao abrir a coletiva, Luna voltou a apresentar explicações sobre a atuação da companhia e defender que uma empresa mais saudável financeiramente consegue entregar mais resultados para a sociedade, além de pagar melhores dividendos aos acionistas, incluindo o seu controlador, a União.

Luna discute em Brasília opções que aliviem preços com fundo do pré-sal, dizem fontes

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, está em Brasília esta semana envolvido em discussões sobre alternativas para "amortecer" o preço dos combustíveis no bolso do brasileiros, e uma das alternativas é o uso de um fundo com recursos do pré-sal para um programa de subsídios, disseram à Reuters fontes próximas à empresa.

As conversas também visam buscar alternativas dentro do governo que aliviem as pressões à Petrobras, uma vez que a solução para o problema da alta de preços, sem desrespeitar as regras do mercado de combustíveis, não está na empresa, acrescentaram a fontes, na condição de anonimato.

Luna está em contato com integrantes da equipe econômica e do Ministério de Minas e Energia, além do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), uma vez que a proposta exigiria aprovação do Congresso.

O movimento de Luna ocorre em momento em que a Petrobras tenta seguir sua política de preços de combustíveis, que se guia pelos preços do petróleo e o câmbio, mas sofre críticas de parte da sociedade e até de autoridades devido às pressões inflacionárias.

Lira, por exemplo, considerou insatisfatórias as explicações do CEO da Petrobras sobre a política de preços, enquanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou que a empresa repassaria rapidamente as volatilidades do mercado.

"O problema existe, mas a solução está dentro do governo. A Petrobras é uma parte do problema e, por conta dos dividendos que paga, e principalmente da Lei das Estatais e das regras de governança, não pode ser a solução", disse uma das fonte em condição de sigilo.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que conversou com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sobe preços de combustíveis, e como fazer para reduzi-los. Mas ele não elaborou.

"A Petrobras gera bilhões para o Estado. Governo e Congresso têm tudo nas mãos", disse uma segunda fonte, também em sigilo, sobre a proposta de Luna.

O presidente da Petrobras também manteve contato com o deputado Edio Lopes (PL-RR), presidente da comissão especial de Minas e Energia, que também cobrou a Petrobras sobre o assunto.

Apesar das pressões sobre a Petrobras, o último reajuste no diesel da estatal ocorreu em 6 de julho, enquanto na gasolina foi em 12 de agosto.

A sugestão apresentada a integrantes do Ministério de Minas e Energia é a utilização de recursos do Fundo Social do Pré-Sal para a formação do fundo que bancaria os subsídios para evitar grandes volatilidades no mercado.

O país já teve durante o governo Michel Temer um programa de subvenção ao diesel que beneficiou diversos agentes do setor, incluindo a Petrobras, para evitar alta de custos aos consumidores.

Segundo uma das fontes, o Fundo Social tem em caixa 45 bilhões de reais e deve receber mais 17 bilhões de reais este ano.

"Faz sentido adotar mecanismo de subvenção a preços que use recursos da própria atividade de exploração e produção de petróleo e gás natural. Recursos que crescem em momentos de altas de preço no mercado internacional, como ocorre presentemente. Nesse sentido, a lógica desse mecanismo respeita as restrições fiscais que pesam sobre o Estado brasileiro", defendeu a pessoa, que participa das discussões.

O documento elaborado sobre o assunto lembra ainda que países ricos também usam mecanismos de subvenção para o setor de combustíveis.

"Países desenvolvidos da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), inclusive aqueles líderes na busca da economia de baixo carbono, adotam mecanismos voltados a assegurar modicidade de preços de derivados do petróleo", disse.

O Fundo Social do Pré-Sal é formado por receitas advindas da exploração e produção de petróleo e gás natural.

O uso dos recursos do fundo, que originalmente foi criado para bancar investimentos em educação e saúde, entre outros setores, precisa de aprovação do Congresso Nacional, caso a destinação dos recursos seja alterada.

Dólar sobe pelo 4º pregão seguido e renova máxima em um mês com fiscal doméstico e exterior

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar começou a semana em alta, engatando o quarto pregão consecutivo de ganhos e batendo outra máxima em cerca de um mês, agora já mais perto de 5,40 reais, em meio a compras de segurança diante de renovados temores fiscais.

O real amargou o segundo pior desempenho global na sessão desta segunda-feira, à frente apenas do peso filipino. A moeda brasileira também sentiu o fortalecimento do dólar no mundo, em mais um dia de rali dos rendimentos dos títulos soberanos dos EUA, movimento que aumenta a competitividade da moeda norte-americana como opção de investimento.

O dólar à vista fechou em alta de 0,65%, a 5,37895 reais na venda, maior valor desde 23 de agosto (5,3823 reais). A divisa oscilou entre 5,3073 reais (-0,69%) e 5,3892 reais (+0,84%).

A cotação emendou a quarta alta consecutiva, período em que acumulou ganho de 1,77%. O dólar não subia por tanto tempo desde as oito sessões entre 29 de junho e 8 de julho, intervalo em que saltou 6,62%.

O dólar até iniciou o dia em queda, repercutindo a promessa de injeção adicional de liquidez pelo Banco Central com o objetivo de fazer frente a um aumento na demanda por moeda por causa do desmonte do "overhedge" (um tipo de proteção cambial dos bancos).

Mas o fortalecimento da moeda no exterior acabou emprestando fôlego às cotações por aqui. Além disso, no meio da tarde um forte movimento de compra foi visto após notícia de que a Câmara dos Deputados havia aprovado Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) que cria as bases para a instituição do novo programa social em substituição ao Bolsa Família, permitindo que seja usada como medida compensatória proposta que ainda esteja em tramitação no Congresso.

"Fica a dúvida se o governo vai conseguir essa fonte de receita para o novo Bolsa Família", disse Marcos Weigt, chefe de tesouraria do Travelex Bank.

Segundo ele, o real encara atualmente três fatores de risco: fiscal no Brasil, chance de mudança na política monetária norte-americana e incertezas sobre a China. "Aqui não temos ideia se vão achar (receita para o Bolsa Família), não. Sobre a China é difícil afirmar qualquer coisa, mas dos EUA pelo menos não espero grandes surpresas negativas", afirmou.

Com esse pano de fundo, especuladores voltaram a vender reais no período de uma semana encerrado em 21 de setembro, conforme dados mais recentes da CFTC, agência que regula mercados de futuros e opções nos EUA, o que interrompeu uma breve trégua no desmonte de posições na moeda brasileira vista na semana anterior. O estoque de contratos já está no menor patamar em quase quatro meses.

Na terça, investidores vão monitorar a divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária do Banco Central. Na semana passada, o BC elevou os juros para 6,25%, de 5,25%, conforme esperado, confirmando, segundo alguns analistas, intenção de evitar altas mais agressivas da taxa Selic.

Quanto mais altos os juros por aqui, mais custosas ficam posições contrárias ao real, o que ajudaria a amenizar pressões sobre a moeda brasileira.

Em sessão do Congresso, Câmara aprova projeto que cria margem para novo Bolsa Família

BRASÍLIA (Reuters) - A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira, em sessão do Congresso Nacional, o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) que cria as bases para a instituição do novo programa social em substituição ao Bolsa Família, e permite que seja usada como medida compensatória proposta que ainda esteja em tramitação no Congresso.

Esse é o caso, por exemplo, de projeto da reforma do Imposto de Renda, citada como compensação pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na exposição de motivos que acompanha o PLN. O texto que altera o IR ainda não teve sua tramitação concluída e aguarda votação no Senado.

O PLN altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e foi editado, segundo justificativa de Guedes, para acolher uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A corte determinou ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que fixe valor de benefício descrito na lei do Renda Básica de Cidadania e siga a diretriz de unificação de programas sociais de combate à pobreza e extrema pobreza.

Assim que tiver sua votação concluída na sessão destinada à Câmara, o projeto que abre espaço para o novo Bolsa Família ainda precisa ser analisado pelos senadores, em uma sessão do Congresso convocada para a tarde desta segunda-feira.

Segundo o relator da proposta, deputado Juscelino Filho (DEM-MA), o PLN "possibilita que na análise de adequação orçamentária e financeira de criação de programas de transferência de renda para o enfrentamento da extrema pobreza e da pobreza seja considerada proposta legislativa em tramitação cuja justificativa, relatórios ou pareceres legislativos apontem como uma de suas finalidades atender a compensação necessária para aprovação do programa".

O texto também disciplina, de acordo com o deputado, "a utilização de margem no teto de gastos quando da abertura ou reabertura de crédito extraordinário" e "amplia as situações em que é necessário observar a adequação orçamentária e financeira ao substituir o termo 'renúncia de receitas' por 'redução de receita'".

Se Pacheco colocar reforma da IR na gaveta não está preocupado com Bolsa Família, diz Guedes

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira que se a reforma do Imposto de Renda não for pautada no Senado o presidente da Casa dará um sinal de que não está preocupado com o Bolsa Família.

Após reunião com o relator no Senado da proposta, senador Angelo Coronel (PSD-BA), o ministro voltou a frisar que a reforma é crucial para financiar a expansão do programa de transferência de renda. O texto estipula a tributação de dividendos como fonte de recursos para o Auxílio Brasil.

"O IR como fonte de recursos e a PEC dos precatórios como espaço fiscal é a chave para possibilitarmos Bolsa Família mais forte", disse ele a jornalistas.

"Se (o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco) colocar na gaveta na verdade está dizendo ao povo brasileiro que não está preocupado com o Bolsa Família", acrescentou o ministro.

O senador, por sua vez, disse que irá ouvir agora os segmentos empresariais afetados pela reforma que o procurarem, para em seguida discutir com a equipe econômica a confecção de um relatório "palatável".

"Relatório será apresentado", disse ele, ao ser questionado sobre a perspectiva de votação do projeto ainda neste ano.

"Quanto à questão de votação, vai depender de o presidente pautar", complementou.

Câmara derruba 7 vetos de Bolsonaro, incluindo à proibição de despejos na pandemia

BRASÍLIA (Reuters) - A Câmara dos Deputados derrubou nesta segunda-feira sete vetos do presidente Jair Bolsonaro, entre eles o feito pelo presidente sobre lei aprovada pelos parlamentares que proíbe a efetivação de despejos em imóveis urbanos durante a pandemia de coronavírus.

A decisão foi tomada pelos deputados durante sessão do Congresso após um acordo de lideranças partidárias que permitiu a análise dos vetos em bloco, o que resultou na derrubada deles por 435 votos a favor, seis contra e duas abstenções. Ainda faltam os senadores apreciarem esses vetos e, se concordarem com os deputados, eles serão efetivamente derrubados.

A proposta que suspende os despejos determinados pela Justiça até o final do ano foi aprovada pelas duas Casas Legislativas e, posteriormente, vetada por Bolsonaro.

Por meio do acordo, os deputados derrubaram, entre outros, o veto à proposta que prevê a ajuda financeira de 3,5 bilhões de reais da União para entes regionais garantirem acesso à internet para alunos e professores das redes públicas de ensino em razão da pandemia.

Também foi derrubado o veto imposto por Bolsonaro à lei que determina à União que faça o pagamento antecipado de contribuições fixas previstas em contrato de concessão de infraestrutura aeroportuária federal.

Plano para 10 anos inclui privatizar Petrobras e Banco do Brasil, diz Guedes

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou nesta segunda-feira que o plano do governo para um horizonte de dez anos contempla privatizar as estatais de maneira irrestrita, incluindo a Petrobras e o Banco do Brasil.

Ao participar de evento promovido pela International Chamber of Commerce -ICC Brasil, ele afirmou que esse é um dos vetores "muito claros" para o futuro, assim como alterações no regime de Previdência.

"Se você pergunta: o que você gostaria de fazer nos próximos 10 anos? Mudar o regime previdenciário para capitalização. O Brasil vai crescer 5% ao ano, em vez de crescer 2%, 3%", disse ele, pontuando que a reforma já feita pelo governo Jair Bolsonaro foi razoável, mas não transformadora.

"Qual o plano para os próximos dez anos? Continuar com as privatizações. Petrobras, Banco do Brasil, todo mundo entrando na fila, sendo vendido e isso sendo transformado em dividendos sociais", acrescentou.

Durante sua fala, contudo, o ministro ponderou que quem dá o timing para a realização efetiva das privatizações é a política.

"Eu chego aqui cheio de ideias e planos e sonhos. Agora é a política que comanda o processo todo. Ela pode travar, ela pode desacelerar, ela pode interromper", disse.

Ele avaliou ainda que o governo não andou "no ritmo que gostaríamos" quanto à promessa de se desfazer das empresas públicas.

Ainda assim, Guedes apontou que foram privatizados 240 bilhões de reais em dois anos e meio --cifra referente ao valor levantado com a venda de subsidiárias pelas estatais. Esses recursos não vão diretamente para a União, mas para as próprias empresas.

"As grandes vêm agora: Correios, Eletrobras, isso vem aí", afirmou Guedes.

ABERTURA

Em relação à abertura da economia, o ministro avaliou que a pandemia de coronavírus atrasou processos que seriam implementados, mas reforçou que o Brasil está engajado na redução de 10% da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, com mais 10% sendo baixados no ano seguinte.

Ele admitiu que a Argentina é contra a investida, mas reforçou que é necessário modernizar o bloco comercial e que ele não pode ser "ferramenta de ideologia".

"Um dia Argentina falou isso para os outros: Mercosul é como é, quem quiser que se retire. Nós vamos devolver isso para a Argentina: o Mercosul vai se modernizar e quem estiver incomodado que se retire", disse.

Guedes falou ainda sobre o lançamento de um plano de crescimento verde pelo governo, que contará com financiamento de 2,5 bilhões de dólares de bancos multilaterais, como o Novo Banco de Desenvolvimento (o banco do BRICS), para investimento em infraestrutura.

"Devemos estar soltando esse novo modelo muito brevemente com participação do NDB, do Banco Mundial, do BNDES", afirmou.

Bolsonaro diz que ainda não entrará em "guerra da reeleição" e defende Guedes

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que não vai ainda entrar na corrida pela reeleição, apesar de ter concentrado as últimas semanas de seu governo em atos que tentam melhorar sua popularidade e, em um aceno ao mercado, disse que não vê motivos para trocar o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Em evento no Palácio do Planalto que lançou um programa de crédito da Caixa e marcou o início das comemorações de mil dias do governo, Bolsonaro afirmou que uma troca de Guedes só aconteceria se fosse para ter alguém com uma política oposta a praticada hoje, e que o relacionamento dos dois é baseado em uma "confiança de mão dupla".

Em seu discurso, disse ainda que os debates para as eleições em 2022 foram adiantados, mas que ele não iria "entrar ainda na guerra da reeleição."

Apesar disso, o presidente tem uma agenda nesta semana de viagens pelas cinco regiões do país com inaugurações e lançamentos, além de ter participado nos últimos meses de várias motociatas e outros eventos para demonstrar que tem apoio.

Em seu discurso, Bolsonaro também levantou, mais uma vez, o risco que seria ter um presidente com outra orientação política em seu lugar.

"A eleição de 2018 foi atípica, não vai acontecer de novo em 100 anos outra como essa. Temos que aproveitar a oportunidade", disse.

De acordo com as pesquisas eleitorais mais recentes, Bolsonaro está em segundo lugar com grande desvantagem para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, detentor atualmente de um patamar de intenção de voto próximo ao necessário para liquidar o pleito no primeiro turno.

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