Soja tem boas altas pós-USDA. Bom aproveitar, porque, depois, tem colheita lá e plantio aqui +dólar

Publicado em 10/09/2021 16:24 e atualizado em 10/09/2021 20:12
Edição do Tempo&Dinheiro desta6a.feira, 10/setembro/21, com João Batista Olivi
Tempo & Dinheiro

Dólar deixa mínimas e supera R$5,20 com dúvidas sobre alívio político e dados de inflação dos EUA

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar devolveu boa parte das perdas registradas mais cedo contra o real, com alguns investidores levantando dúvidas sobre a confiança dos mercados na mudança de postura do presidente Jair Bolsonaro, enquanto um salto na inflação ao produtor dos Estados Unidos ficava no radar internacional.

Às 12:27, o dólar recuava 0,16%, a 5,2195 reais na venda. Na máxima do dia, alcançada pouco depois das 11h30, o dólar foi a 5,2400 reais na venda, alta de 0,24%.

A moeda havia passado boa parte da manhã em queda, chegando a tocar 5,1686 reais (-1,13%) na mínima do dia, pouco depois da abertura dos mercados.

Segundo Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, a devolução das perdas do dólar pode refletir dúvidas do mercado sobre a durabilidade de discurso mais comedido do presidente Jair Bolsonaro.

Na quinta-feira, o chefe do Executivo disse em nota que nunca teve intenção de agredir quaisquer dos Poderes, amenizando o tom depois de atacar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso durante manifestações do feriado de 7 de Setembro.

"O mercado pode estar procurando adotar postura de cautela caso Bolsonaro volte a adotar retórica mais dura", explicou Rostagno. "Hoje também é sexta-feira, e o mercado busca não ficar muito posicionado antes do fim de semana."

Mauro Morelli, estrategista-chefe da Davos Investimentos, disse que, mesmo após alívio no tom de Bolsonaro na véspera, a "volatilidade veio para ficar", com expectativa de que o dólar experimente oscilações fortes à medida que as eleições de 2022 se aproximam, ainda que o forte ciclo de elevação de juros pelo Banco Central tenda a oferecer suporte ao real.

Enquanto isso, no exterior, dados desta sexta-feira mostraram que os preços ao produtor nos Estados Unidos aumentaram com força em agosto, indicando que a inflação elevada deve continuar por um tempo.

O índice do dólar reduziu suas perdas na esteira dos dados e caía a uma tímida taxa de 0,04% por volta das 12h15.

A moeda norte-americana caminhava para encerrar a semana em alta de cerca de 0,7% contra o real, depois de fechar a última sexta-feira em 5,1839 reais.

Wall St fecha em queda; Apple afunda após decisão judicial

(Reuters) - Os principais índices de Wall Street fecharam em firme baixa nesta sexta-feira, com investidores avaliando sinais de inflação mais alta, enquanto as ações da Apple Inc tiveram expressiva queda após decisão judicial desfavorável relacionada à sua loja de aplicativos.

Os preços ao produtor dos EUA aumentaram de forma sólida em agosto, levando os preços à maior alta em 12 meses em quase 11 anos e indicando que a elevada inflação provavelmente persistirá devido a pressões (relacionadas à pandemia) em cadeias de abastecimento, mostraram dados.

O sentimento também foi abalado por comentários da presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, a qual gostaria que o banco central começasse a reduzir as compras de ativos neste ano, apesar do fraco relatório de emprego de agosto.

O S&P 500 acumula alta de cerca de 19% em 2021, impulsionado pelo apoio de políticas monetárias "dovish" (inclinadas a estímulos monetários) do banco central dos EUA e pelo otimismo com a reabertura econômica.

No entanto, Wall Street tem oscilado em torno dos mesmos patamares nas sessões recentes, à medida que investidores digeriram indicações de aumento da inflação e preocupações acerca do impacto da variante Delta na recuperação econômica.

Agentes de mercado também estão incertos sobre quando o Federal Reserve pode começar a reduzir as amplas medidas de estímulo adotadas no ano passado para proteger a economia da pandemia.

"O mercado está respirando fundo", disse Greg Bassuk, presidente executivo da AXS Investments. "Os investidores estão em busca de notícias ou informações fora da curva que vão além das expectativas, algo que impacte muito mais, positiva ou negativamente, que dê a eles uma melhor visibilidade de como as coisas estarão no balanço do ano."

As ações da Apple caíram 3,3%, após uma juíza federal dos EUA atingir uma parte essencial da App Store nesta sexta-feira, forçando a Apple a permitir que desenvolvedores enviem seus usuários a outros sistemas de pagamento, em uma vitória para a Epic Games (criadora do "Fortnite") e outros fabricantes de aplicativos.

O índice Dow Jones caiu 0,78%, a 34.608 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,772264%, a 4.459 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,87%, a 15.115 pontos.

Foi a primeira vez desde fevereiro que o S&P 500 caiu por cinco pregões seguidos.

Na semana, o S&P 500 declinou 1,7%, o Dow Jones perdeu 2,15%, e o Nasdaq cedeu 1,61%, também segundo dados preliminares.

S&P 500 e Dow caem após dados de inflação

(Reuters) - O S&P 500 e o Dow Jones recuavam nesta sexta-feira uma vez que sinais de que a inflação veio para ficar ofuscavam expectativas de alívio nas tensões entre Estados Unidos e China, enquanto a alta dos pesos-pesados de tecnologia sustentavam o Nasdaq.

Dados desta sexta-feira mostraram que os preços ao produtor nos EUA subiram com força em agosto, levando ao maior ganho anual em quase 11 anos, uma vez que a pandemia continua a pressionar a cadeia de oferta.

Já as ações de Apple Inc, Facebook Inc, Alphabet Inc e Amazon.com Inc avançavam no início do pregão, sustentando o Nasdaq.

Um telefonema entre os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, primeira conversa deles em sete meses, foi considerado um sinal positivo que pode levar alívio aos laços entre os dois parceiros comerciais mais importantes do mundo.

Sete dos 11 subíndices do S&P 500 recuava, com serviços públicos, imobiliário e saúde liderando as perdas.

Ibovespa fecha em queda e acumula perda na semana com cenário institucional no foco

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, acumulando mais uma semana negativa, marcada por forte volatilidade e na qual renovou mínima em seis meses, com os holofotes voltados para o cenário político-institucional no país.

Uma nota divulgada por Bolsonaro perto do fechamento do pregão de quinta-feira, na qual disse respeita as instituições da República, foi entendida como um sinal de trégua na escalada das tensões e resultou em uma forte reação do Ibovespa.

Apesar do respiro, a percepção no mercado é de que ruídos políticos devem continuar, em particular porque ainda falta mais de um ano para a eleição presidencial, assim como persistem os outros desafios ao país.

Nesta sexta-feira, o Ibovespa ensaiou manter a recuperação, encostando em 117 mil pontos na máxima, mas o ambiente ainda de incertezas domésticas e um quadro mais negativo nas bolsas norte-americanas reprimiram o movimento.

No fechamento, o Ibovespa acusou queda de 0,93%, a 114.285,93 pontos, na mínima do dia, acumulando perda de 2,26% na semana e de 3,78% no mês. No ano, a queda agora é de 3,98%.

Maiores baixas do Ibovespa no dia

Maiores altas do Ibovespa no dia

O índice Small Caps cedeu 0,23%, a 2.726,56 pontos, com recuo de 1,42% na semana e 4,3% no mês, mostrando declínio de 3,4% em 2021.

O volume negociado no pregão nesta sexta-feira somou 31,2 bilhões de reais.

Petróleo: Preços avançam para 73 dólares com ofertas apertadas dos EUA

NOVA YORK (Reuters) - O petróleo subiu brevemente para 73 dólares o barril nesta sexta-feira, apoiado pelos crescentes sinais de aperto na oferta dos Estados Unidos como resultado do Furacão Ida e com esperanças relacionadas ao comércio entre EUA e China, que deram impulso a ativos mais arriscados.

Cerca de três quartos da produção de petróleo no mar do Golfo dos Estados Unidos, ou cerca de 1,4 milhão de barris por dia, permaneceram interrompidos desde o final de agosto. Isso é quase igual ao que a Nigéria, membro da Opep, produz.

"O mercado está voltando a se concentrar na situação de oferta mais restrita globalmente, e isso está dando um impulso", disse Phil Flynn, analista sênior do grupo Price Futures em Chicago.

Embora a China esteja liberando petróleo de sua reserva estratégica de petróleo, a quantidade é mais do que compensada pela redução da produção no Golfo do México, acrescentou Flynn.

O petróleo Brent subiu 1,47 dólar, ou 2,3%, para 72,92 dólares. A máxima da sessão foi de 73,15 dólares o barril. O petróleo dos EUA (WTI) avançou 1,58 dólar, ou 2,3%, para 69,72 dólares.

Ambas as marcas de referência registraram um pequeno ganho na semana. Brent subiu 41% este ano com cortes de oferta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e alguma recuperação da demanda da pandemia.

Os mercados de petróleo e ações também receberam um impulso com a notícia de uma ligação entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente chinês, Xi Jinping. A chamada aumentou a esperança de relações mais quentes e mais comércio global, disseram analistas.

Governador do Rio diz que aceita negociar redução do ICMS dos combustíveis

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Estado do Rio de Janeiro aceita negociar uma redução da alíquota de ICMS para ajudar na diminuição do preço dos combustíveis, mas quer que outros setores que influenciam na formação do valor na bomba também deem a sua contribuição, disse o governador Cláudio Castro (PL).

O Rio tem o maior ICMS do país, de cerca de 34%, e no Estado a gasolina já é vendida a 7 reais o litro em alguns postos.

"Todo mundo que abastece vê que está caro. Vamos reduzir imposto? Vamos reduzir, mas desde que seja proporcionalmente igual para todo mundo. Eu tiro dois, três por cento, as prefeituras também, o governo federal também. O que quero é garantir que vai chegar na ponta para consumidor", disse Castro a jornalistas, durante evento no Rio.

Ele lembrou ainda que o tributo é importante para as contas do Estado.

"O ICMS é 15 por cento da minha arrecadação. Não posso abrir mão de tudo, temos que conversar. Não dá para dizer que só os Estados têm que reduzir, tem que tirar imposto local, federal. Vamos ter que negociar", adicionou ele.

Na sexta-feira passada, a Petrobras iniciou uma campanha de esclarecimento sobre a composição dos preços finais nas bombas e apontou o ICMS como um dos principais responsáveis pelo valor final, em linha com discurso do presidente Jair Bolsonaro.

Mais cedo, em uma cerimônia com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o presidente da Petrobras, Joaquim Silva Luna, Castro foi ainda mais contundente.

"Não é hora de dizer que a culpa é da Petrobras, do governo, de um ou outro. A gente tem que sentar junto e ver como cada um abre mão um pouco e ver como diminui o preço, porque quem tem que ganhar é a população, sociedade e cadeia produtiva", afirmou.

"Ninguém tem que fazer narrativa por imprensa para jogar culpa de um para o outro, a culpa é de todos nós. Não são só os 34 por cento que vão fazer o preço chegar a 7 reais, mas também não é só o preço que sai da Petrobras. Temos que fazer uma reanálise para que a gente chegue a uma fórmula mais justa".

Bolsonaro diz a apoiadores que "a gente está ganhando" e ninguém está recuando

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta sexta-feira, em conversa com apoiadores, a Declaração à Nação publicada na véspera, onde buscou um apaziguamento após ataques ao Judiciário, e disse que ninguém está recuando e "a gente está ganhando".

Criticado pelos bolsonaristas pelo que foi visto como um recuo de seus ataques e ameaças dois dias depois de ter reunido milhares de pessoas nas manifestações do 7 de Setembro, em São Paulo e Brasília, Bolsonaro conversou por mais de meia hora com dezenas de apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

"A bolsa subiu e o dólar foi lá para baixo. Cada um fala o que quiser. O cara não lê a nota e reclama. Leia a nota, é bem curtinha, são 10 pequenos itens. Entenda, a gente vai acertando. O acúmulo de lixo, de problemas, é 30, 40 anos. A gente está ganhando, a gente está ganhando", disse.

"Alguns querem que eu entre lá e degole todo mundo", acrescentou. "Ninguém está recuando. Não pode ir para o tudo ou nada. A gente vai arrumando o Brasil devagar."

A carta, divulgada na quinta-feira, foi escrita pelo ex-presidente Michel Temer depois que Bolsonaro apelou a ele para lidar com a crise provocada pelos atos do 7 de Setembro, que se avolumava com paralisações de caminhoneiros e conversas mais concretas sobre a possibilidade de impeachment do presidente.

O texto, em que, apesar de não pedir desculpas pelos ataques, Bolsonaro elogia o ministro do STF Alexandre de Moraes --seu principal alvo nas últimas semanas e na terça-feira-- e diz não ter tido intenção de atacar instituições, repercutiu bem no mercado financeiro.

No meio político, assim como no STF, gerou declarações de otimismo contido junto com cautela e ceticismo. E muita decepção entre os bolsonaristas radicais, que defendiam impeachment de ministros do STF e até intervenção militar.

Decepcionados por terem saído de casa e não verem suas expectativas atendidas, bolsonaristas foram às redes cobrar o presidente. Em sua conversa nessa sexta, Bolsonaro elogiou o movimento, mas pediu paciência.

"Foi excepcional o trabalho de vocês. O retrato está no mundo todo e aqui também em Brasília. Alguns querem imediatismo. Se você namorar e casar em uma semana vai dar errado teu casamento", afirmou.

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