Soja: atenção que o "cavalinho" (a melhor oportunidade) já passou... pior é a tendência do dólar

Publicado em 27/08/2021 17:08 e atualizado em 27/08/2021 17:52
Edição do Tempo&Dinheiro desta 6a.feira, 27/agosto/21, com João Batista Olivi
Tempo & Dinheiro

BOLSA EUA - S&P 500 e Nasdaq renovam máximas de fechamento após fala de Powell

NOVA YORK (Reuters) - Wall Street registrou um rali nesta sexta-feira, com S&P e Nasdaq cravando máximas recordes de fechamento pela quarta vez nesta semana, após declarações do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, acalmarem temores do mercado sobre o cronograma para a redução de estímulos do banco central dos Estados Unidos e levarem investidores às compras antes do final de semana.

De acordo com dados preliminares, o Dow Jones fechou em alta de 0,69%, a 35.454,75 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 0,88%, a 4.509,33 pontos, e o Nasdaq avançou 1,2%, a 15.125,89 pontos.

Harker, do Fed, diz que aumento de juro não deve ocorrer até fim de 2022, início de 2023

(Reuters) - O presidente do Federal Reserve da Filadélfia, Patrick Harker, disse nesta sexta-feira que o banco central norte-americano provavelmente não aumentará a taxa de juros antes do fim de 2022 ou início de 2023.

"Eu gostaria de ver o processo de redução gradual (de estímulos) terminar, ou basicamente terminar, antes de pensarmos em qualquer tipo de aumento na taxa das Fed funds", disse Harker durante entrevista ao Yahoo Finance. "Portanto, estamos falando provavelmente do fim de 2022 ao início de 2023, antes de pensarmos em qualquer tipo de aumento nas taxas."

Ele repetiu sua opinião de que gostaria que o processo de redução gradual das compras de títulos começasse "em breve".

Dólar fecha em queda de 1,15%, a R$ 5,1965

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar marcou a quinta queda em seis sessões nesta sexta-feira, indo à mínima em mais de duas semanas e ficando abaixo de 5,20 reais na esteira de um enfraquecimento global da moeda norte-americana após o banco central dos EUA sinalizar alguma postergação do corte de estímulos e minimizar chances de alta de juros.

Essas sinalizações num primeiro momento têm sido entendidas como um recado de que a farta liquidez --na prática, sobra de dólar-- que tem irrigado os mercados globais desde o ano passado prosseguirá pelo menos até o fim de 2021, com sua eventual retirada devendo ser gradual.

O dólar à vista fechou em baixa de 1,15%, a 5,1965 reais, menor valor desde 10 de agosto (5,1957 reais).

Na semana, a cotação recuou 3,50%, maior baixa desde a semana finda em 7 de maio (-3,75%).

A queda desta sexta fez o dólar trocar de sinal em agosto, e no acumulado do mês a divisa cai 0,22%. E as firmes baixas dos últimos dias junto com a desta sexta levaram o dólar a reduzir os ganhos no acumulado do ano para apenas 0,10%.

No exterior, o índice do dólar frente a uma cesta de moedas de países ricos cedia 0,4% no fim da tarde, para mínimas em dez dias. A moeda norte-americana caía ante 30 moedas de uma lista de 33.

Ibovespa fecha em alta e acumula ganho na semana com guarida do Fed

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, assegurando desempenho positivo na semana, endossado por comentários do chair do Federal Reserve, que afastaram por ora os riscos de o banco central dos Estados Unidos começar a reduzir os estímulos à economia norte-americana mais cedo do que o previsto.

Falando no simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell disse que a economia dos EUA continua a progredir em direção às condições estabelecidas pelo Fed para reduzir seus programas emergenciais da era da pandemia, mas não apontou o momento de qualquer mudança efetiva na política monetária além de "este ano".

Ele sinalizou que o Fed permanecerá cauteloso em qualquer eventual decisão de elevar os juros à medida que tenta levar a economia de volta ao pleno emprego, dizendo que deseja evitar controlar uma inflação "transitória" e potencialmente desencorajar o crescimento do emprego no processo

Sobre a decisão potencialmente iminente do Fed de começar a reduzir suas compras mensais de ativos, Powell disse concordar com a maioria de seus colegas que um aperto poderia ser apropriado "este ano".

Na visão do departamento de Economia do Bradesco, Powell reforçou a estratégia de início de normalização da política monetária dos EUA, com um tom moderado em relação à inflação (reconhecendo forças desinflacionárias) e ao mercado de trabalho, indicando que medidas não serão tomadas agora.

"Talvez mais importante do que a data do início do tapering será a velocidade com que o Fed reduz suas compras, que deverá ser gradual e dissociada ao ajuste dos juros", acrescentou.

A performance do Ibovespa na semana também refletiu busca por barganhas, após o índice acumular até a última sexta-feira declínio de cerca de 3% em agosto, contaminado pela tensão político-institucional e percepção de aumento de riscos fiscais, bem como preocupações com a inflação e a crise hídrica no país.

Na visão do gestor de renda variável da Western Asset, Cesar Mikail, o mercado brasileiro ainda está bem descontado em relação ao resto do mundo, comportamento que ele atribui em boa parte aos ruídos políticos no país.

Enquanto o Ibovespa ainda acumula declínio no mês, o norte-americano S&P 500 sobe 2,6%, em tendo renovado máximas históricas nessa semana.

"Ainda há uma neblina que não pode ser ignorada no ambiente político e fiscal", afirmou o líder da mesa de renda variável da Blue3, Antonio Pedrolin, avaliando, contudo, que há sinalizações mais recentes buscando amenizar algumas preocupações que têm afetado negativamente a bolsa paulista.

Ele citou como exemplo declarações do presidente da Câmara dos Deputados, reiterando que o teto dos gastos não será rompido para pagar o Auxílio Brasil, programa social que o governo do presidente Jair Bolsonaro pretende criar para substituir o Bolsa Família, ou por outra razão.

E o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que está havendo um descolamento entre a percepção dos investidores e os avanços ocorridos no Brasil, inclusive na área fiscal, e defendeu que o país precisa se comunicar com eficiência para ganhar credibilidade.

Após a semana anterior terminar com um tom bastante pesado, com incertezas políticas e dúvidas quanto à trajetória fiscal de médio e longo prazo do país, observou-se um batalhão de declarações minimizando esse risco fiscal, destacou o diretor de investimentos da BS2 Asset, Mauro Orefice.

Isso, avaliou, somou-se a uma melhora no exterior, com diminuição das incertezas a partir das declarações do Powell, referendando uma melhora dos ativos brasileiros de modo geral.

Nesta sexta-feira, o Ibovespa subiu 1,65%, a 120.677,60 pontos, acumulando alta de 2,22% na semana. Em agosto, ainda recua 0,92%, mas no ano sobe 1,4%.

O índice Small Caps subiu 1,72%, a 2.917,13 pontos, com alta de 2,9% na semana, mas queda de 1,53% no mês. Em 2021, sobe 3,36%.

O volume negociado no pregão nesta sessão somou 23,7 bilhões de reais.

Investidores injetam dinheiro em títulos e seguram ações, aponta BofA

LONDRES (Reuters) - Os fundos de renda fixa registraram seu maior ingresso em sete semanas, com investidores optando por dívida com grau de investimento e Treasuries na última semana, informou o BofA nesta sexta-feira.

Os fundos de títulos arrecadaram 13,3 bilhões de dólares, com os fundos de títulos com grau de investimento registrando 8,8 bilhões de dólares em entradas, enquanto os Treasuries captaram 2,5 bilhões de dólares na semana até quarta-feira - a maior entrada em cinco semanas, disse o BofA, citando dados EPFR.

As ações registraram ingressos de 12,6 bilhões de dólares, com as ações dos Estados Unidos se beneficiando de uma terceira semana consecutiva de entradas, no valor total de 6,2 bilhões de dólares.

Investidores adicionaram dinheiro às ações durante o período em que os mercados giraram em torno da especulação sobre quando o Federal Reserve começará a reduzir seus estímulos e das preocupações com uma desaceleração do crescimento econômico em meio à rápida disseminação da variante Delta da Covid-19.

Os fundos de metais preciosos registraram saída de 1,4 bilhão de dólares, a maior desde março.

Plantio de milho verão 21/22 deve crescer 0,7%, diz Safras, que reduz safrinha 20/21

SÃO PAULO (Reuters) - A área de plantio de milho deverá ocupar 4,384 milhões de hectares na temporada de verão 2021/22 no centro-sul, alta de 0,7% ante o ciclo anterior, estimou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado.

Apesar de o mercado estar favorável, a Safras apontou uma leve redução ante a estimativa de 4,404 milhões vistos no mês anterior, com produtores preocupados com impacto do fenômeno La Niña e a incidência de pragas como a cigarrinha.

"Em Santa Catarina e Rio Grande do Sul o produtor está com forte receio da cigarrinha", explicou o analista da Safras Paulo Molinari, acrescentando que as preocupações sobre as produtividades passam também pelo La Niña, que gera risco de seca para o Sul.

Contudo, a expectativa preliminar é de ampla recuperação na segunda safra 2021/22, após quebra na temporada anterior.

Do montante estimado pela consultoria para o centro-sul, 25,549 milhões de toneladas serão colhidas na safra de verão, cujo plantio já começou em Estados como Rio Grande do Sul e Paraná, conforme órgãos locais.

O volume supera os 21,645 milhões de toneladas da safra de verão 2020/21. Entretanto, fica abaixo do verificado no relatório anterior, que indicava 25,667 milhões de toneladas.

Considerando a safra de inverno de 2021/22, a região centro-sul deve ser responsável por 110,4 milhões de toneladas, mostraram os dados.

Para a segunda safra 2021/22, a projeção até o momento é de que a área do centro-sul fique estável, em 14,4 milhões de hectares, enquanto a produtividade pode saltar 52,3%, levando a produção para 84,85 milhões de toneladas.

REVISÃO EM 2020/21

Adversidades climáticas durante o desenvolvimento da safrinha atual, que está sendo colhida, levaram a consultoria a reduzir ainda mais sua expectativa de 2020/21, disse Molinari.

"Por conta dos problemas ainda decorrentes da estiagem e dos efeitos causados pelas geadas, com redução na estimativa de produção em Goiás e Minas Gerais, mas em parte compensada pelo aumento de safra em Mato Grosso, fizemos um novo ajuste na estimativa da safrinha 2020/21, estimada agora em 55,697 milhões de toneladas", afirmou o especialista em nota.

Em julho, a safrinha 2020/21 havia sido prevista em 56,75 milhões de toneladas.

TOTAL 21/22

A área total de milho deverá ocupar 21,169 milhões de hectares em 2021/22, com avanço de 0,3% no comparativo anual, e com pouca variação ante os 21,188 milhões de hectares estimados em julho.

Molinari ressaltou que a produção foi ligeiramente ajustada na variação mensal, passando de 122,671 milhões de toneladas para 122,55 milhões.

"A produção deve ser recorde, superando as 89,314 milhões de toneladas da safra 2020/21", disse ele.

O rendimento médio das lavouras para a temporada 2021/22 deverá ficar em 5.789 quilos por hectare, superando os 4.282 quilos esperados para a safra 2020/21, quando a seca e geadas derrubaram os rendimentos.

Governo estuda remanejar recursos do Plano Safra por forte demanda, diz ministério

SÃO PAULO (Reuters) - O governo federal estuda remanejar os recursos ofertados entre as linhas de crédito rural do Plano Safra 2021/22, em razão da alta procura dos produtores rurais e das cooperativas agropecuárias por programas de investimento, informou o Ministério da Agricultura em nota nesta sexta-feira.

Na atual temporada, foram disponibilizados cerca de 251 bilhões de reais em recursos do Plano Safra. Segundo a pasta, somente no primeiro mês de contratação, os financiamentos atingiram 27 bilhões de reais, alta de 16% em relação ao mesmo período da safra passada.

Em julho, a tomada de crédito rural para investimentos chegou a 6,8 bilhões de reais, o equivalente a 9% dos 73,4 bilhões destinados para essa finalidade.

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