Soja recua com decisões na China; medo da Delta fecha cidades; Governo proíbe importador de negociar
BC da China manterá política monetária "flexível e apropriada"
PEQUIM (Reuters) - O banco central da China disse nesta segunda-feira que manterá a política monetária flexível e apropriada para manter a estabilidade enquanto a pandemia persistir e a recuperação econômica interna for desigual.
Em seu relatório de implementação da política monetária do segundo trimestre, o Banco do Povo da China disse que manterá a liquidez razoavelmente ampla e aumentará o apoio à inovação tecnológica, às pequenas empresas e ao setor manufatureiro.
"A epidemia global ainda está evoluindo, o cenário externo está se tornando mais severo e complexo e a recuperação econômica doméstica ainda é instável e desigual", disse o banco central.
Sobre o cenário externo, o banco central chinês mencionou o ressurgimento de casos de Covid-19 em todo o mundo e o risco de mudanças de política monetária esperadas em países desenvolvidos, que podem afetar os fluxos de capital transfronteiriços.
O banco se comprometeu a "manter a força e o ritmo da política" monetária em linha com a situação econômica interna e a tendência dos preços para manter a estabilidade geral da economia.
A China promoverá o desenvolvimento saudável dos mercados de capitais e protegerá melhor os interesses dos investidores, disse o banco central.
Alta dos preços ao produtor na China acelera em julho e amplia pressões
PEQUIM (Reuters) - A inflação ao produtor na China acelerou em julho em relação ao mês anterior e ficou acima das expectativas do mercado, ampliando a tensão em uma economia que perde o ritmo de recuperação conforme as empresas enfrentam altos custos de matérias-primas.
A segunda maior economia do mundo está a caminho de expandir mais de 8% este ano, mas analistas dizem que a demanda reprimida já chegou ao pico e preveem que o crescimento vai se moderar em meio a gargalos de oferta e surtos da variante Delta da Covid-19.
O índice de preços ao produtor subiu 9,0% na comparação com o ano anterior, igualando a máxima vista em maio, informou nesta segunda-feira a Agência Nacional de Estatísticas. Analistas esperavam em pesquisa da Reuters avanço de 8,8%, o mesmo que em junho.
Na comparação mensal, o índice avançou 0,5%, acelerando ante a alta de 0,3% em junho.
"Acreditamos que as pressões inflacionárias são passíveis de controle, e Pequim não deve exagerar na reação ao dado de inflação de julho mais forte que o esperado", escreveram em nota analistas do Nomura.
"Em vez disso, esperamos que Pequim mantenha seu misto único de política monetária de 'aperto direcionado + afrouxamento universal´ durante o restante do ano."
A China cortou a taxa de compulsório dos bancos em julho, liberando cerca de 1 trilhão de iuanes (154,4 bilhões de dólares). Muitos analistas esperavam outro corte neste ano.
A inflação ao consumidor teve leve desaceleração, mostraram os dados, dando às autoridades espaço para agir se necessário. Comunicado separado da agência mostrou que o índice de preços ao consumidor subiu 1,0% em julho sobre o ano anterior, contra alta de 1,1% em junho e abaixo da meta do governo de cerca de 3% para este ano.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,8%. Na comparação mensal, os preços ao consumidor subiram 0,3%, contra expectativa de alta de 0,2% e recuo de 0,4% em junho.
China relata mais casos de Covid-19 e cidades fazem testagem em massa
PEQUIM (Reuters) - A China relatou nesta segunda-feira mais casos de Covid-19 do surto mais recente da doença no país, e algumas cidades adotaram programas de testagem em massa na tentativa de erradicar infecções transmitidas localmente.
Altamente infecciosa, a variante Delta foi detectada em mais de uma dúzia de cidades chinesas desde 20 de julho, e autoridades ordenaram que governos locais monitorem atentamente as infecções e acabem com as brechas nos esforços de controle.
"Um relaxamento mental deveria ser superado com firmeza", disse a Comissão Nacional de Saúde (NHC) no domingo, pedindo que o surto seja contido.
No domingo, foram registradas 125 novas infecções, incluindo 94 transmitidas localmente, em comparação com 96 casos no dia anterior, sendo 81 de transmissão local, de acordo com o NHC.
Analistas veem a variante Delta como o maior teste da estratégia chinesa de Covid zero desde o surto inicial do ano passado, mas acreditam que as autoridades a extirparão antes que saia de controle, ainda que paguem um preço econômico.
A China não deveriam abrir mão de controles rígidos enquanto usa a contenção direcionada e a vacinação abrangente para derrotar o vírus, opinou Gao Qiang, ex-ministro da Saúde.
"Enquanto o vírus ainda estiver disseminado globalmente, a diretriz da China de evitar rigorosamente a importação do vírus não deve ser mudada", escreveu Gao no Diário do Povo de patrocínio estatal.
Para mostrar ação contra governos locais considerados negligentes nos esforços de controle, o país afastou algumas autoridades das cidades de Nanjing, Yantai, Zhengzhou e Zhangjiajie.
Setor de petróleo pressiona S&P 500 e Dow; temor sobre vírus pesa
(Reuters) - Os índices S&P 500 e Dow Jones recuavam de máximas recordes nesta segunda-feira, uma vez que o setor de energia e outros sensíveis ao crescimento econômico tinham queda por preocupações sobre o aumento de casos de Covid-19.
O setor de energia caía 0,7%, acompanhando perdas nos preços do petróleo, já que a alta nos casos de coronavírus, particularmente na China, levantava temores de novas restrições que podem prejudicar a demanda pela commodity.
Nove dos 11 principais setores do S&P tinham queda no início do pregão. Setores defensivos como consumo e saúde eram os únicos em alta nesta segunda-feira.
As mineradoras de metais também estavam pressionadas, devido às fortes quedas nos preços do cobre e ouro por temores sobre a demanda chinesa. Freeport-Mcmoran Inc caía cerca de 1,7%.
Investidores aguardam novos catalisadores para elevar os preços das ações, depois de dados fortes de emprego nos Estados Unidos impulsionarem o S&P 500 e o Dow Jones para máximas recordes na semana passada.
Às 11:27 (horário de Brasília), o índice Dow Jones caía 0,4%, a 35.067 pontos, enquanto o S&P 500 perdia 0,199706%, a 4.428 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançava 0,11%, a 14.853 pontos.
Ibovespa sobe com bancos e proteínas, mas queda de commodities limita fôlego
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subia nesta segunda-feira, com ações de empresas de proteínas e de bancos entre os principais suportes, mas o movimento era limitado pelo efeito negativo da queda dos preços do petróleo e do minério de ferro nos papéis da Petrobras e da Vale, além dos riscos político e fiscal no Brasil.
Às 10:43, o Ibovespa subia 0,22%, a 123.080,40 pontos. O volume financeiro somava 3,2 bilhões de reais.
Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta de quase 1%, assegurando uma performance positiva no acumulado da primeira semana de agosto.
Na visão do economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, incertezas sobre o crescimento global em meio ao aumento da disseminação dos casos do coronavírus e expectativas quanto ao próximo movimento do Federal Reserve pesam sobre os ativos de risco em geral, alimentando a volatilidade.
Em Wall Street, o S&P 500 recuava 0,2%
No Brasil, acrescentou Rosa, a agenda fiscal segue no foco dos investidores, com a apresentação da PEC dos Precatórios e a MP que cria o programa assistencial Auxílio Brasil (novo Bolsa Família), além da votação da reforma do Imposto de Renda. Ainda em Brasília, está no radar a votação da PEC do Voto Impresso.
"Diante de tantas incertezas, a Bovespa deve permanecer sem impulso", avalia, em comentário enviado a clientes.
Confiança do investidor da zona do euro cai à mínima de 3 meses em agosto
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BERLIM (Reuters) - A confiança do investidor na zona do euro caiu para uma mínima de três meses em agosto em meio à queda acentuada nas expectativas devido a preocupações de que novos lockdowns possam surgir a partir do outono do hemisfério norte, mostrou uma pesquisa nesta segunda-feira.
O índice Sentix para a zona do euro caiu para 22,2 pontos em agosto, ante 29,8 em julho. Pesquisa da Reuters previa leitura de 29,0 em agosto.
O subíndice de expectativas sofreu sua terceira queda consecutiva e desceu ao menor patamar desde maio de 2020, enquanto o de situação atual subiu pelo sexto mês consecutivo, atingindo seu nível mais alto desde outubro de 2018.
"A economia da zona do euro está crescendo, mas o ritmo está visivelmente desacelerando", disse Patrick Hussy, diretor-gerente da Sentix.
"O que é verdade para a zona do euro também é visível para a economia alemã... Estão crescendo os temores de que novos lockdowns possam surgir a partir do outono, devido aos números crescentes de infecção, e possam pesar sobre a economia mais uma vez", acrescentou.
Minério de ferro despenca em meio a perspectivas de maior oferta e menor demanda
(Reuters) - Os contratos futuros do minério de ferro negociados em Dalian e Cingapura despencaram nesta segunda-feira, ampliando as perdas da semana passada, pressionados por perspectivas de aumento de oferta e enfraquecimento da demanda chinesa.
O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian, para entrega em janeiro de 2022, fechou em queda de 4,4%, a 852,50 iuanes (131,67 dólares) por tonelada, depois de tocar uma mínima de 845 iuanes --menor patamar desde 1º de abril.
Já o contrato mais ativo da matéria-prima siderúrgica na bolsa de Cingapura recuava 4,3%, a 160,70 dólares por tonelada.
"Com a perspectiva de menor produção dos altos-fornos no segundo semestre de 2021 em relação ao primeiro, e a recuperação nos embarques de minério de ferro da Austrália e Brasil, mantemos nosso intervalo de 140 dólares a 170 dólares/tonelada para o minério de ferro (CFR China) no médio prazo", disse Atilla Widnell, diretor-gerente da Navigate Commodities em Cingapura.
O preço "spot" do minério com 62% de teor de ferro para entrega a China recuou 6,50 dólares nesta segunda, para 168,50 dólares a tonelada, conforme dados da consultoria SteelHome.
As cotações do minério de ferro entraram em colapso desde que atingiram máximas recordes em maio, experimentando liquidações particularmente fortes nas últimas três semanas, diante de preocupações com a decisão da China de reduzir a produção de aço em linha com seus esforços de descarbonização.
Volátil, dólar passa a cair e vai às mínimas do dia com Bolsa Família dentro do teto de gastos
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em leve queda ante o real na tarde desta segunda-feira, numa sessão bastante volátil em que os mercados monitoravam o noticiário de Brasília sobre novas despesas, com investidores aliviados com a informação de que o novo Bolsa Família ficará dentro do teto de gastos.
O dólar à vista caía 0,26%, a 5,2200 reais, às 15h11. A moeda bateu uma máxima de 5,3000 reais (alta de 1,26%) no fim da manhã, estabilizou-se um pouco abaixo desse patamar e perto das 13h começou um lento declínio que se acelerou por volta de 14h30.
A manhã foi marcada pela entrega pelo governo ao Congresso do texto que propõe mudanças no Bolsa Família, que pelo documento apresentado deverá ter aumento de 50%, disse o presidente Jair Bolsonaro.
Mas foi uma fala do ministro da Cidadania, João Roma, que fez preço no mercado. Roma disse que o programa turbinado ficará dentro do teto de gastos e que não há a menor possibilidade de isso não acontecer.
Os preços do dólar e dos juros ficaram sob intensa pressão nos últimos dias em meio a informações de que o novo programa do governo ficaria fora do teto de gastos --instrumento que ajuda a conter aumento de despesas.
Investidores ficaram incomodados também com a ideia da equipe econômica de alterar modelo de pagamento dos precatórios, o que foi entendido por alguns como uma forma de calote. Essa conta está estimada em torno de 90 bilhões de reais para o ano que vem.
Governo quer maior valor possível para programa social, mas vai cumprir teto de gastos, diz Roma
(Reuters) - O ministro da Cidadania, João Roma, afirmou nesta segunda-feira que o governo está em busca do maior valor possível para o novo programa social que vai substituir o Bolsa Família, mas precisa cumprir o testo de gastos e conciliar com a responsabilidade fiscal para não prejudicar a recuperação econômica do país.
"Queremos avançar na eficácia e valor médio do programa, mas temos que agir de acordo com a responsabilidade fiscal para que não haja desequilíbrio nas finanças", disse Roma em entrevista coletiva, após o governo entregar ao Congresso medida provisória com as propostas de mudanças no programa.
Segundo Roma, o programa Auxílio Brasil já conta com um incremento de 18 bilhões de reais em seu orçamento para 2022, totalizando 53 bilhões de reais contra os 35 bilhões de reais atualmente do Bolsa Família, mas o governo ainda busca novas fontes de orçamento para financiar um reajuste no valor médio dos benefícios.
O valor médio do Bolsa Família é de cerca de 190 reais, e o presidente Jair Bolsonaro já anunciou que o novo programa terá um reajuste médio de pelo menos 50%.
"O que nós visamos, inclusive, é que a gente encontre fontes do Orçamento que façam jus a esse incremento de valor. Estava previsto inicialmente 18 bilhões de acréscimo para o ano de 2022, e esse recurso seria agregado ao orçamento já de cerca de 35 bilhões do atual programa de transferência de renda", disse.
Segundo Roma, o governo conta com uma sobra de recursos do Bolsa Família, uma vez que desde o ano passado tem sido pago um auxílio emergencial em consequência da pandemia de Covid-19.
"Isso gera um saldo do Bolsa Família que poderia ser utilizado nesse incremento do programa Auxílio Brasil", afirmou.
O ministro reiterou que o valor final do reajuste só será definido no final de setembro, depois que o governo enviar ao Congresso a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Roma acrescentou que não vai haver corte de outros programas sociais, e confirmou o início do pagamento do Auxílio Brasil em novembro, após o fim do auxílio emergencial em outubro.
Bolsonaro admite possível derrota do voto impresso no plenário da Câmara
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta segunda-feira que a proposta de adoção do voto impresso poderá ser derrotada em votação no plenário da Câmara agendada para esta semana se não houver um acordo, e culpou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, pela possível derrota.
"Se não tiver uma negociação antes, um acordo, vai ser derrotada a proposta porque o ministro Barroso apavorou alguns parlamentares", disse Bolsonaro em entrevista à Brado Rádio, de Salvador.
"E tem parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, que deve no Supremo, né. Então, o Barroso apavorou. Ele foi para dentro do Parlamento fazer reuniões com lideranças e praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso", acrescentou.
Em entrevista à rádio CBN também nesta segunda, Lira admitiu que "não é usual" levar ao plenário uma proposta já derrotada em comissão, mas disse que decidiu fazê-lo, depois de conversar com outros líderes, para pôr um ponto final no assunto.
"Eu falei com todos os chefes de poderes, com Bolsonaro. Eu relatei que, embora não usual, para ter um ponto final, traria a PEC para o plenário. Depois de ouvir algumas pessoas e refletir sobre o assunto, eu me convenci de que era a decisão mais acertada. O presidente Bolsonaro, numa ligação telefônica, me garantiu que respeitaria o resultado", disse Lira, acrescentando que o tema já "esticou a corda".
Parte do acordo que Lira tenta negociar com os Poderes é aumentar o número de urnas eletrônicas que passariam pelo chamado "teste de integridade" pelo TSE, em que um teste é feio para checar se a urna registra de fato todos os votos que recebe. Atualmente, o teste é feito em cerca de 100 urnas.
O presidente da Câmara admitiu que as chances maiores são, de fato, de a PEC não ser aprovada.
"Temos hoje uma média de 15 a 16 partidos contra o voto impresso ou auditável na Câmara. Com essa perspectiva, penso que as chances de aprovação podem ser poucas. E, nesse caso, quem for vencido também tem que serenar", disse.
"Se for de não aprovação, é importante que TSE e STF possam encontrar uma maneira administrativa de sugestões para serenar as dúvidas, mais firme do que simplesmente a testagem de 100 urnas numa quantidade tão grande. Haveremos de achar esse caminho."
Como se trata de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), para a mudança ser aprovada precisa do apoio de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação e depois, também em duas rodadas, os votos de 49 dos 81 senadores.