Após a noite branca de neve no Sul, a preocupação são as geadas desta sexta (principalmente para o café)

Publicado em 29/07/2021 16:11 e atualizado em 29/07/2021 18:55
Edição desta 5a.feira, 29/julho/21, com João Batista Olivi
Tempo & Dinheiro

Queda brusca de temperatura ameaça safras de café, cana e laranja do Brasil

SÃO PAULO (Reuters) - As temperaturas despencaram em grande parte do Brasil nesta quinta-feira, com registros de raríssimas nevascas em alguns locais durante a noite, à medida que uma massa de ar polar avança em direção ao centro-sul da potência agrícola, ameaçando culturas como café, cana-de-açúcar e laranja com geadas.

O tempo atipicamente frio no Brasil já fez com que os preços internacionais de café e açúcar subissem, e a previsão é de que a sexta-feira seja o dia mais frio do ano.

O sul de Goiás e o sul de Mato Grosso do Sul, importantes Estados produtores de grãos como o milho, devem enfrentar temperaturas muito frias na sexta-feira, conforme a onda de ar frio avança para o norte.

No Rio Grande do Sul, a onda de frio causou nevascas em ao menos 13 cidades na quarta-feira.

Imagens de televisão mostraram turistas e locais tirando fotos e brincando na neve na cidade de São Francisco de Paula, com temperaturas abaixo de zero.

Nos mercados globais, o clima extremo gerou preocupações com as safras do Brasil, grande exportador de commodities agrícolas.

Os contratos futuros do açúcar bruto negociados na ICE atingiram uma máxima de cinco meses na quinta-feira, à medida que investidores seguiam precificando os efeitos da frente fria no maior produtor global do adoçante.

Operadores indianos assinaram pela primeira vez contratos de exportação de açúcar cinco meses antes dos embarques, já que a provável queda de produção no Brasil levou compradores a garantir suprimentos do país asiático com antecedência.

Os preços do café arábica chegaram a tocar uma máxima de quase sete anos nesta semana, também diante do impacto do frio no Brasil, maior produtor de café do mundo. Há expectativas de que empresas repassem os custos mais elevados aos consumidores.

Estimativas preliminares da estatal Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicaram que apenas as geadas da semana passada afetaram de 150 mil a 200 mil hectares, cerca de 11% da área total de café do país.

A segunda safra de milho do Brasil, que representa de 70% a 75% da produção anual, sofreu com a seca e com as geadas inoportunas em momento em que os agricultores começam a colhê-la.

A situação levou operadores de grãos a abandonar contratos de exportação por meio de cláusulas de "washout", reduzindo drasticamente as perspectivas de exportação do Brasil neste ano e aumentando a necessidade de importações do cereal.

Deral vê maior perda da história da 2ª safra de milho do Paraná após seca e geadas

SÃO PAULO (Reuters) - A segunda safra de milho do Paraná em 2020/21 deverá atingir 6,1 milhões de toneladas, estimou nesta quinta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), indicando uma quebra significativa diante dos efeitos das geadas registradas até meados de julho, no que representa a maior perda da história do cereal no Estado.

Na projeção do mês passado, o órgão do governo paranaense ainda via a "safrinha" do cereal em 9,8 milhões de toneladas, já afetada pelos impactos da seca no Paraná, mas antecipava preocupações adicionais com as geadas --que vieram a se confirmar ao longo do último mês.

A nova estimativa do Deral representa queda de 50% em relação à produção da segunda safra da temporada anterior, além de redução de 58% frente às expectativas divulgadas no início da safra, quando a produção era vista em 14,6 milhões de toneladas.

Com isso, segundo o Deral, a perda nesta safra é a maior da história, atingindo 8,5 milhões de toneladas. Apenas as perdas da "safrinha", a principal do milho no Brasil, são equivalentes a cerca de três safras de verão, que costumam girar em torno de 3 milhões de toneladas.

Já o prejuízo financeiro estimado, considerando os preços médios de 2021, é de 11,3 bilhões de reais.

"Esta perda histórica foi em decorrência primeiro da estiagem que acompanhou boa parte da safra, pragas e com geadas de intensidade forte que ocorreram no final do mês de junho e, em menor grau, as geadas da segunda metade de julho", indicou relatório enviado à Reuters pelo especialista em milho do Deral, Edmar Gervásio.

MERCADO

Com as perspectivas de restrição de ofertas do cereal, o Deral já prevê um aumento nos preços do milho no segundo semestre, embora isso também dependa de fatores externos, como o câmbio, a produção dos Estados Unidos e a demanda da China.

O movimento deve ocorrer em um cenário que já é de cotações elevadas. Na semana passada, disse o órgão paranaense, o preço recebido pelo produtor atingiu 92,04 reais por saca de 60 quilos, alta de 17% em relação ao final de junho e disparada de 124% na comparação com igual período do ano passado.

"Do ponto de vista de abastecimento do mercado doméstico não é possível dizer que faltará milho no mercado brasileiro como um todo, entretanto é crível especular que haverá uma redução significativa das exportações brasileiras", afirmou o relatório.

O Deral também vê como provável que o Brasil realize as maiores importações de milho de sua história.

Júri dos EUA acusa executivos da Pilgrim's Pride por cartel no mercado de frango

WASHINGTON (Reuters) - Um grande júri federal dos Estados Unidos acusou formalmente quatro atuais e ex-executivos da Pilgrim's Pride Corp, uma das maiores produtores de aves, por sua participação em um esquema de cartel no mercado de frango, afirmou o Departamento da Justiça nesta quinta-feira.

A Koch Foods, uma empresa de frangos de Illinóis, também foi acusada por supostamente fazer parte de uma conspiração para fixar os preços dos produtos de frango de corte, disse o departamento. Koch não respondeu imediatamente a um pedido por comentário.

Os quatro executivos da Pilgrims Pride acusados foram Jason McGuire, um ex-vice-presidente executivo de vendas, e Timothy Stiller, um ex-gerente geral, junto com os executivos de vendas Wesley Tucker e Justin Gay, disse o departamento.

A própria Pilgrim's Pride se declarou culpada em fevereiro e foi condenada a pagar uma multa de 107,9 milhões de dólares para liquidar as acusações federais, que conspirou para fixar os preços do frango e repassou os custos aos consumidores e outros compradores.

Economista-chefe do IIF diz que estrangeiro está "entusiasmado" com Brasil

SÃO PAULO (Reuters) - O economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), Robin Brooks, disse nesta quinta-feira que os estrangeiros estão "entusiasmados" em meio à apreciação recente do real e que os brasileiros deveriam ficar "um pouco menos negativos" sobre o país.

Em postagem no Twitter, Brooks comentou que o real já acumulava ganho de 2% nas últimas 48 horas, melhor desempenho entre as principais moedas emergentes, e que mesmo assim a divisa seguia 15% desvalorizada em relação ao valor justo de 4,50 reais calculado pelo instituto.

"Os estrangeiros já estão entusiasmados. O que é preciso é que os brasileiros se tornem um pouco menos negativos em relação a seu próprio país", afirmou Brooks.

O dólar futuro acumulava queda de 2,6% desde o fechamento de terça-feira. Nesta sessão, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento da B3 cedia 1,4%, para mínimas desde 2 de julho, a 5,05 reais. No mercado à vista, o dólar perdia 1,2%.

A queda generalizada do dólar nesta sessão ocorria depois de na véspera o Federal Reserve indicar ainda estar em estágios iniciais de debate sobre corte de estímulos e reiterar que a inflação mais alta é transitória e que há muito a melhorar no mercado de trabalho.

Bolsonaro acusa STF de cometer crime e de produzir notícia falsa

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro acusou nesta quinta-feira o Supremo Tribunal Federal (STF) de cometer crime e de divulgar notícias falsas, depois de a corte mais uma vez rebater as alegações (equivocadas, segundo a Reuters) do presidente de que tirou poderes dele para combater a pandemia de Covid-19.

Em publicação no Twitter na quarta, o STF esclareceu mais uma vez que não proibiu o governo federal de agir no combate à pandemia e não tirou poderes de Bolsonaro para tomar decisões sobre a Covid-19.

"Uma mentira contada mil vezes não vira verdade!", disse a corte na publicação.

Na manhã desta quinta, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que o STF cometeu crime, divulga notícias falsas e prometeu rebater a corte.

"Vou rebater logo mais a nota do STF de ontem dizendo que não tirou poderes meus. É fake news. Em uma decisão de março ou abril, STF decidiu que as medidas restritivas impostas por governadores e prefeitos não poderiam ser modificadas por mim", afirmou Bolsonaro.

"Então o STF, na verdade, cometeu crime ao dizer que prefeitos e governadores, de forma indiscriminada, poderiam suprimir todo e qualquer direito previsto no inciso 5º da Constituição, inclusive o ir e vir", acusou.

Segundo a Reuters, o STF decidiu em abril de 2020 que todos os níveis de governo têm de atuar de forma conjunta --sob a coordenação federal-- em relação às ações de enfrentamento à pandemia.

No entanto, Bolsonaro alega, contrariando evidências (segundo a Reuters), que medidas de isolamento adotadas por Estados e municípios não surtiram efeito na contenção da disseminação do coronavírus e diz que elas foram adotadas por rivais políticos que tinham objetivo de derrubar seu governo afetando o desempenho da economia.

A nota prometida pelo presidente a apoiadores foi divulgada em suas redes sociais e inicia afirmando que o governo federal "agiu e segue agindo, durante toda a pandemia, enviando recursos a Estados e Municípios, bem como material hospitalar", além da mobilização de sua estrutura para transporte de recursos necessários e mesmo pacientes, além de lembrar programas como o auxílio-emergencial.

Mas a partir daí a nota afirma que "fake news desestimularam o tratamento inicial da doença", referindo-se ao chamado tratamento precoce defendido por Bolsonaro com medicamentos (sem comprovação de eficácia contra a Covid-19, segundo a Reuters).

Na nota, Bolsonaro afirma que, com a decisão do Supremo de abril do ano passado, foram delegados poderes para que Estados e municípios fechassem o comércio e outras atividades.

"O governo federal, por duas vezes, foi ao STF para que decretos de governadores, que violavam incisos do art. 5° da Constituição Federal, que trata das liberdades individuais, fossem declarados inconstitucionais. Lamentavelmente estas ações sequer foram analisadas", afirma o presidente.

"Sempre defendi, mesmo sob críticas, que o vírus e o desemprego deveriam ser combatidos de forma simultânea e com a mesma responsabilidade. A fome também mata", acrescenta o presidente.

No final da nota, após falar do esforço de vacinação, Bolsonaro afirma que "mais do que nunca, o momento continua sendo o da união de todos no combate ao mal comum: o vírus, que é mortal para muitos".

Procurada para comentar as declarações de Bolsonaro, a assessoria de imprensa do STF afirmou que não havia previsão dê resposta, por enquanto.

BOLSA EUROPA - Ações fecham em novas máximas recordes com apoio de balanços

(Reuters) - As ações europeias fecharam em máximas históricas nesta quinta-feira, após fortes balanços de importantes empresas do setor de commodities, da Airbus e de outras companhias, enquanto dados mostrando o sentimento econômico recorde da zona do euro em julho contribuíram para o clima positivo.

O índice pan-europeu STOXX 600 subiu 0,5%, para um novo recorde de encerramento de 460,57 pontos.

Royal Dutch Shell, listada no Reino Unido, ganhou 3,8%, e a francesa TotalEnergies avançou 2,2%, depois que ambas as empresas anunciaram recompras de ações, após os preços do petróleo e gás impulsionarem seus lucros.

As mineradoras, setor de melhor desempenho em 2021, saltaram 2,4%, após a Anglo American aumentar seu pagamento aos acionistas para um recorde de 4,1 bilhões de dólares. O aumento dos preços da prata e do ouro também impulsionou o setor.

Airbus subiu 0,6%, depois que o maior fabricante de aviões do mundo aumentou fortemente suas previsões para entregas e lucros para o ano cheio.

Fortes balanços trimestrais e o otimismo em torno da reabertura da economia europeia colocam o STOXX 600 em curso de seu sexto mês consecutivo de ganhos, apesar das preocupações persistentes sobre a inflação e a repressão regulatória da China.

"As ações globalmente diversificadas foram as que mais superaram estimativas de lucro por ação, enquanto papéis de empresas de consumo com alta exposição a mercados emergentes", foram as que menos se destacaram, disse Milla Savova, estrategista de investimentos do BofA, em nota.

Investidores também obtiveram conforto da postura de apoio de bancos centrais depois de o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, dizer na quarta-feira que o mercado de trabalho dos EUA ainda tinha "algum terreno a cobrir" antes que fosse hora de começar a retirar o suporte econômico.

Na zona do euro, estimativas da Comissão Europeia mostraram que o sentimento no bloco monetário de 19 países subiu para 119,0 pontos em julho, um recorde desde que os dados começaram a ser coletados, em 1985.

Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,88%, a 7.078,42 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,45%, a 15.640,47 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,37%, a 6.633,77 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,01%, a 25.516,46 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,60%, a 8.786,30 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,49%, a 5.119,48 pontos.

BOLSA EUA-Wall St fecha em alta com impulso de balanços

NOVA YORK (Reuters) - Os mercados de ações dos Estados Unidos terminaram em alta nesta quinta-feira, impulsionados pelos balanços robustos e promovidos de empresas do país, enquanto dados indefinidos que a economia dos EUA está acima do nível pré-pandemia.

A economia norte-americana cresceu solidamente no segundo trimestre, mas em ritmo mais lento do que o esperado por economistas.

Entre os balanços corporativos otimistas desta quinta-feira, as ações da Ford Motor Co deram um salto depois de a montadora elevar sua previsão de lucro para o ano, enquanto os papéis da Yum Brands Inc, controladora da KFC, subiram após a superar companhia expectativas de vendas trimestrais.

O índice Dow Jones subiu 0,44%, a 35,085 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,420621%, a 4,419 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,11%, a 14.778 pontos.

O PIB abaixo da previsão pode estar aliviando algumas preocupações dos investidores de que a "política de dinheiro fácil" do Federal Reserve pode desaparecer em breve, disse Peter Tuz, presidente do Chase Investment Counsel, em Charlottesville, Virgínia. Os investidores também viram "alguns balanços muito bons hoje".

Os setores financeiro, de materiais básicos e de energia --todos relacionados aos ciclos econômicos - lideraram os ganhos no S&P.

No lado negativo, as ações do Facebook Inc caíram. A empresa alertou que o crescimento da receita iria "desacelerar avançada" após a atualização recente do sistema operacional iOS da Apple que afetaria a capacidade do gigante da mídia social de direcionar anúncio.

Cerca de metade das empresas S&P 500 já divulgou balanços do segundo trimestre até a manhã desta quinta. Quase 91% delas superaram as marcas de lucro, e os resultados do segundo trimestre agora devem ter saltado 87,2% em relação a um ano antes, de acordo com dados da Refinitiv.

Dólar espelha exterior e desce a mínimo em quase um mês ante real com dados dos EUA e Fed

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar emendou a segunda queda seguida ante o real e fechou no menor patamar em quase quatro semanas nesta quinta-feira, replicando movimento global da moeda norte-americana, ainda sob a batuta de sinalização de manutenção de estímulos dada pelo banco central dos EUA na véspera.

O dólar à vista caiu 0,60%, a 5,0795 reais na venda, mínima desde 2 de julho (5,0523 reais).

A cotação oscilou de 5.117 reais (+ 0,13%) a 5.0412 reais (-1,35%).

Sem exterior, o índice do dólar caía 0,4%, para mínimos em um mês. A moeda dos EUA recuava ante 29 de uma lista de 33 pares.

Alguns indicadores técnicos espaço para mais quedas do dólar. A moeda voltou a ficar nesta quinta-feira abaixo de sua média móvel simples de 50 dias e chegou a ir além de 61,8% da retração de Fibonacci, cruzando um limiar técnico que indica devolução de 61,8% da alta entre o piso e o topo mais recentes.

Além disso, o índice de força relativa de 14 dias, uma medida de velocidade e mudanças de preços de um ativo em relação ao seu histórico, ainda está em cerca de 43, a alguma distância do patamar de 30, abaixo do qual um ativo ( no caso, o dólar) por vezes é considerado excessivamente fraco, o que aumentaria chances de uma correção para cima.

Segundo Felipe Steiman, gerente comercial da B&T Câmbio, uma perspectiva de um dólar mais fraco é justificada pelos eventos recentes - a ausência de pressa do Fed em reduzir o suporte monetário e dados mais fracos nos EUA.

"Os dados mais fracos de hoje complementaram a reunião do Fomc (Fed) e fizeram o dólar manter a tendência de baixa", disse Steiman. "O mercado entendeu que o recado do Fed é de que os estímulos vão ser colados", acrescentou, lembrando que a combinação entre dinheiro barato e mais juros no Brasil deve atrair capital para o país, aumento a oferta de dólares e potencialmente derrubando a moeda .

Passado o Fed, o mercado volta às opiniões para a decisão de política monetária pelo Banco Central do Brasil na próxima quarta-feira. Os operadores estão divididos entre apostas de alta de 0,75 ponto percentual e de 1 ponto percentual, e recentemente alguns departamentos econômicos de bancos migraram para estimativa de 1 ponto.

Felipe Nascimento, economista-chefe da Invest Smart, vê um intervalo de 4,80 reais a 5,45 reais para o dólar nos próximos meses, a depender da continuidade da política acomodatícia nos EUA, de juros mais altos por aqui, da trajetória fiscal doméstica e do clima político.

 

UE pede que Cuba liberte manifestantes “presos arbitrariamente”

HAVANA (Reuters) - A União Europeia está “muito preocupada com a repressão” a manifestantes em Cuba e pede que o governo liberte todos que foram ditos arbitrariamente, afirmou o bloco nesta quinta-feira, em seu comunicado com linguagem mais dura até o momento sobre a situação.

Julgamentos sumários definidos para os detidos em protestos sem precedentes pelo país contra a escassez de bens, falta de energia e de liberdades ocorridos em 11 de julho, em meio a uma profunda crise econômica que foi exacerbada pela pandemia e por sanções dos Estados Unidos.

Grupos de direitos humanos relataram que cerca de 700 pessoas foram detidas, incluindo vários menores de 18 anos. O governo não divulgou números ainda, mas nega que qualquer pessoa foi detida simplesmente por protestar, mas sob acusações de desordem, vandalismo, desacatado à autoridade e outras violações.

“Pedimos que o governo de Cuba respeite os direitos humanos e as liberdades consagradas pela Convenção de Direitos Humanos”, disse o principal diplomata da UE, Josep Borrell, em comunicado.

A declaração chega três dias depois de ministros das Relações Exteriores dos Estados Unidos e outros 20 país, incluindo alguns membros da UE, condenarem como prisões em massa.

“Pedimos (que o governo) libera todos os manifestantes arbitrariamente presos, que ouça a voz dos seus cidadãos, e participe de diálogos inclusivos sobre suas reclamações”, afirmou Borrell.

A UE tem evitado confrontos públicos com Cuba sobre direitos humanos desde que assinou um novo acordo em 2016 para normalizar relações, que não buscam mais coagir a ilha do Caribe governada por comunistas a executar reformas democráticas. O acordo fez parte de uma aproximação mais ampla de Cuba com o Ocidente.

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou no Twitter que “rejeita veementemente” o comunicado da UE, que ele criticou por não mencionar o “bloqueio genocida dos EUA”, ao qual o governo atribui grande da parte culpa pelas crises do país.

Por: Reuters/T&D

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