Soja mantém preços sem grandes mudanças à vista; dólar pode provocar perdas no mercado brasileiro

Publicado em 13/07/2021 16:30 e atualizado em 13/07/2021 21:23
Edição do Tempo&Dinheiro desta 3a.feira, 13/julho/21, com João Batista Olivi
Tempo & Dinheiro - com João Batista Olivi

Exportações do agronegócio do Brasil em junho batem recorde de US$ 12 bi para o mês

SÃO PAULO (Reuters) - As exportações do agronegócio brasileiro atingiram 12,11 bilhões de dólares em junho, recorde para o mês e alta de 25% no comparativo anual, impulsionada pelo aumento de 30,4% nos preços internacionais de produtos embarcados pelo país, informou o Ministério da Agricultura nesta terça-feira.

"Esse incremento nos preços, em virtude da recuperação econômica global, foi decisivo para o recorde do mês, já que houve queda de 4,1% no índice de quantum das exportações brasileiras", disse a pasta em nota.

Principal produto da pauta de exportação, a soja em grão registrou valor recorde de 5,30 bilhões de dólares (+23,4%) em embarques, mesmo com redução de 12,9% no volume exportado, de 11,1 milhões de toneladas.

O ministério também ressaltou o desempenho do setor de carnes, cujas exportações renderam 1,78 bilhão de dólares em junho (+26,6%).

"O incremento do valor ocorreu em função da elevação da quantidade exportada (+9,4%) como ao aumento médio do preço de exportação (+15,7%)."

A principal proteína animal exportada foi a bovina, com registros de 834,24 milhões de dólares (+12,7%). O volume, no entanto, caiu 6,7%, para 164 mil toneladas.

Em relação à carne de frango, as exportações subiram 45,8% para 636,26 milhões de dólares e 16,1% em volume, para 385 mil toneladas.

Já na carne suína houve registro recorde de exportações, com vendas externas de 268,31 milhões de dólares (+36,4%). A quantidade exportada também foi máxima histórica, com 107,2 mil toneladas (+12,9%).

O ministério ainda informou que as importações do agronegócio tiveram aumento de 54,2%, chegando a 1,28 bilhão de dólares. Desta forma, o saldo da balança comercial do agronegócio atingiu 10,8 bilhões de dólares.

Guedes: economia crescerá 5% em 2021 e Eletrobras capitalizada vai investir no ritmo que o país exige

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a economia brasileira deverá crescer este ano 5% e que a capitalização da Eletrobras vai permitir que a empresa possa investir no ritmo que o crescimento da economia brasileira passará a exigir.

Em cerimônia no Palácio do Planalto de sanção da lei da capitalização da Eletrobras, Guedes disse que, com o movimento do governo, a Eletrobras vai investir mais de 10 bilhões de reais por ano, além de aumentar a capacidade de preservação dos recursos hídricos do país.

O ministro disse que a proposta é um marco histórico e um passo importante para o setor elétrico brasileiro.

Dólar sobe ante real, mas fecha longe das máximas do pregão

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu levemente contra o real nesta terça-feira, mas encerrou o pregão longe das máximas do dia, alcançadas após a divulgação de dados de inflação norte-americanos mais fortes do que o esperado, com as perspectivas de juros domésticos mais altos e redução na tributação das empresas permanecendo no radar dos operadores.

O dólar spot subiu 0,17%, a 5,1824 reais na venda. , Na máxima do dia, o dólar chegou a saltar para 5,2235 reais alta de 0,96. Na B3, o principal contrato de dólar futuro tinha alta de 0,11%, a 5,189 reais.

A alta veio em linha com o movimento do dólar no exterior, com a divisa norte-americana subindo em relação a pares latino-americanos do real, como peso mexicano, peso chileno e sol peruano

Números do Departamento do Trabalho dos EUA mostraram nesta terça-feira que os preços ao consumidor subiram à maior taxa em 13 anos em junho em meio a restrições de oferta e uma recuperação contínua nos custos de serviços relacionados a viagens.

"Esse era o grande indicador do dia e veio muito acima do esperado; isso, a princípio, assusta um pouco o investidor", disse à Reuters Rafael Claudino, sócio fundador da HCI Invest, apontando para apostas de que o Federal Reserve reduzirá seus estímulos e elevará os juros mais cedo do esperado.

Segundo analistas, os mercados reagiram positivamente à notícia de que o parecer da reforma do Imposto de Renda, apresentado nesta terça-feira, prevê uma redução na tributação das empresas, embora tenha mantido a taxação de 20% de dividendos, como na proposta original do governo.

Enquanto isso, "nossa taxa de juros também está subindo, e isso pode trazer o dólar para um patamar mais condizente com a realidade", explicou Claudino.

Em sua última reunião de política monetária, o BC promoveu a terceira alta consecutiva de 0,75 ponto percentual da taxa Selic, a 4,25%, e indicou que vai anunciar aumento da mesma magnitude, pelo menos, em sua próxima reunião.

Juros mais altos no Brasil elevam a atratividade do mercado de renda fixa local, o que tende a aumentar os ingressos de capital estrangeiro e, consequentemente, impulsionar o real.

Comentando sobre o movimento cambial deste pregão, Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora, disse em nota que um fluxo de recursos estrangeiros, atraído pela perspectiva de IPOs de empresas brasileiras, também ajudou o dólar a se afastar das máximas de mais cedo.

Ibovespa fecha em alta após parecer com mudanças na proposta de reforma do IR

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, recuperando o patamar dos 128 mil pontos, com agentes financeiros repercutindo positivamente mudanças na proposta de reforma do Imposto de Renda apresentadas pelo relator da matéria.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,45%, a 128.167,74 pontos, após recuar a 126.441,10 pontos na mínima na primeira etapa do pregão. O volume financeiro totalizou 24,2 bilhões de reais.

O parecer do deputado Celso Sabino (PSDB-PA) manteve a taxação sobre dividendos em 20% e a eliminação do mecanismo de juros sobre capital próprio (JCP), mas excluiu a de tributação sobre rendimentos de fundos imobiliários (FIIs).

Essa notícia dos FIIs, em especial, segundo avaliou o analista da Clear Corretora, Rafael Ribeiro, beneficia o setor de construção e shoppings, "uma vez que os fundos são usados como uma forma de financiamento".

O substitutivo também reduziu mais a alíquota do IR para empresas com lucro até 20 mil reais - a 5% em 2022 e 2,5% em 2023. Para as que registram lucro acima de 20 mil reais, a queda será de 25% para 12,5%.

De acordo com o sócio da Manchester Investimentos Eduardo Cubas Pereira, as medidas propostas pelo governo federal no final do mês passado, no âmbito da segunda fase da reforma tributária, não agradaram agentes financeiros.

"À medida que as negociações sobre o texto avançam, porém, o mercado acaba reagindo bem", afirmou.

No exterior, Wall Street registrou novas máximas para o Nasdaq Composite e o S&P 500 nas primeiras horas do pregão, mas a sessão terminou com ambos e o Dow Jones no vermelho.

DESTAQUES

Parecer de reforma reduz IR sobre empresas e mantém tributar em 20% dividendos

(Reuters) - O parecer da reforma do Imposto de Renda (IR) apresentado nesta terça-feira prevê redução na tributação das empresas, mas manteve a alíquota de 20% sobre dividendos como na proposta original do governo.

O substitutivo do relator, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), prevê queda da alíquota do IR sobre empresas (IRPJ) com lucro de até 20 mil reais, de 15% para 2,5% até 2023, --sendo que no próximo ano a redução seria de 15% para 5%. Para empresas com lucro acima de 20 mil reais, a queda será de 25% para 12,5%.

Sabino manteve a proposta original de tributar em 20% os lucros distribuídos sob a forma de dividendos.

"A partir de 1º de janeiro de 2022, os lucros ou dividendos pagos ou creditados sob qualquer forma pelas pessoas jurídicas, inclusive a pessoas físicas ou jurídicas isentas, ficarão sujeitos à incidência do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza retido na fonte à alíquota de 20% na forma prevista neste artigo", diz o texto do substitutivo distribuído por Sabino a líderes dos partidos na Câmara.

"A gente está colocando na menor faixa da OCDE, que é 20% (tributação sobre lucros de dividendos), e estamos com isso reduzindo a alíquota do imposto de renda de pessoa jurídica de 15% para 2,5%", afirmou o relator, em entrevista coletiva.

Segundo o deputado, as mudanças na proposta vão garantir uma redução da carga tributária sobre renda de 30 bilhões de reais.

Antes da coletiva, Sabino informou via Twitter que estava mantendo a desoneração dos fundos imobiliários.

APERFEIÇOAMENTOS

Sabino disse ter feito "alguns aperfeiçoamentos" ao texto apresentado pelo governo, após ampla discussão que incluiu a equipe econômica e a Receita Federal. Prometeu trabalhar para aprovar a proposta neste ano, para que as mudanças tenham validade para 2022, conforme prevê a legislação tributária.

Ele disse também que seu substitutivo vai prever tributação de auxílios-moradia e de transporte de agentes públicos e que haverá um corte de benefícios para setores específicos.

"Estamos propondo retirar benefícios para 20 mil empresas e, em contrapartida, beneficiar 1,1 milhão empresas em todo o país. Essas cerca de 20 mil empresas que estão sendo afetadas são de alguns produtos de cosméticos, perfumaria, medicamentos, alguns produtos químicos, indústria de aeronaves e embarcações", disse.

O deputado disse também que está se tirando benefícios de empresas geradoras de termelétricas, citando o PIS/Cofins na aquisição de carvão e gás, ao destacar que o setor foi amplamente beneficiado com a capitalização da Eletrobras.

Sabino afirmou que pretende protocolar suas alterações até sexta-feira e acredita que o texto está pronto para discussão. Ele agradeceu o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por aceitarem mudanças propostas ao projeto.

Para Mírian Lavocat, presidente da Comissão de Reforma Tributária da OAB-DF, as mudanças propostas pelo relator "são louváveis, mas ainda não resolvem o ponto principal, que é a simplificação e a redução do custo tributário".

Já a XP avaliou que a previsão de uma redução na carga tributária sobre renda na ordem de 30 bilhões de reais em 2023 "ainda precisa ser assimilada pelo Ministério da Economia".

"E pode ser ainda maior, dado que o texto entra numa seara difícil, com a perspectiva de revogação de isenções tributárias existentes. É preciso observar agora as reações --dentro e fora do Congresso-- que mudanças como essa irão provocar", diz a XP.

Bolsonaro anuncia redução de 4 centavos no PIS/Cofins do diesel

BRASÍLIA (Reuters) -O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira que o governo vai reduzir em quatro centavos o valor do PIS-Cofins cobrado sobre o litro do diesel, passando de 31 para 27 centavos, em uma tentativa de reduzir o preço do combustível após reajuste feito pela Petrobras na semana passada.

Bolsonaro afirmou, em cerimônia de sanção da medida provisória de capitalização da Eletrobras, que a decisão foi tomada nesta terça, após a concordância do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Segundo ele, a redução em 4 centavos será possível porque o governo, para compensar a perda de arrecadação, vai deixar de conceder uma isenção tributária a um determinado setor, que ele não revelou qual.

"O que eu decidi hoje e o Paulo Guedes concordou: nós pegamos uma isenção --não vou entrar em detalhe aqui-- e deixamos de dar essa isenção para tal setor. E o que vamos fazer com isso aí? Nós apontamos, sinalizamos, para reduzir o PIS/Cofins do diesel, que está em 31 centavos e vamos passar para 27", disse.

Na solenidade, Bolsonaro afirmou que a redução poderia representar uma economia de 200 reais por mês para um caminhoneiro caso ele abasteça seu veículos 10 vezes.

A medida foi anunciada uma semana após a Petrobras aplicar um reajuste de 3,7% no preço médio do diesel, na primeira alta realizada pela gestão do presidente Joaquim Silva e Luna à frente da empresa.

Neste ano, o PIS/Cofins incidente sobre o óleo diesel teve alíquota zerada por dois meses, entre o início de março e o final de abril, em tentativa do governo federal de conter uma escalada nos preços do produto nos postos.

A medida ocorreu por meio de decreto do presidente, que citou como justificativa a volatilidade dos preços. Na ocasião, foi determinada que parte da compensação pelos cortes dos tributos viria de um aumento na contribuição social sobre o lucro líquido de instituições financeiras.

Após o fim da medida, o preço do diesel voltou a subir, tendo registrado uma disparada de 5% apenas na primeira semana de maio, de acordo com números da ANP. Desde então, o valor do combustível tem operado com variações semanais menos bruscas, atingindo na última semana preço médio de 4,545 reais por litro nos postos brasileiros.

Bolsonaro não deu detalhes sobre quando a nova redução do PIS/Cofins do diesel vai começar a vigorar. Ele disse que a redução era um exemplo e instou os governadores a adotarem medidas para reduzir o ICMS sobre o combustível.

"No transporte está a alma da economia. Se encarece muito, o preço é sentido nas prateleiras", afirmou.

ELETROBRAS E GAMES

Na solenidade, Bolsonaro também disse que vai anunciar nos próximos dias uma redução dos impostos sobre os games.

O presidente destacou ainda que a aprovação da medida provisória que prevê a capitalização da Eletrobras decorreu do fato que a capacidae de investimento da estatal vinha diminuindo e que o sistema não poderia colapsar.

O presidete também defendeu a aprovação da privatização dos Correios, proposta atualmente em tramitação no Congresso, ao argumentar que o avanço de medidas como essa vão tornar o país "menos inchado".

Lira diz que voto impresso depende de vontade do Congresso e lembra PEC parada no Senado

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avaliou nesta terça-feira que a polêmica proposta que trata do voto impresso depende da vontade política de cada Casa do Congresso para ser aprovada, e lembrou que proposta semelhante à que tramita atualmente em comissão especial já foi analisada pela Câmara e aguarda votação no Senado desde 2015.

"Toda decisão legislativa, ela depende de voto. Quem vai analisar isso são os membros da comissão. Por enquanto, eu venho colocando de uma maneira bem prática que a Câmara já votou uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dessa em 2015, não teria necessidade de a Câmara passar por isso de novo", disse Lira a jornalistas.

"A PEC está no Senado desde 2015. Uma que prevê esse voto auditável impresso. Então se não houver condição de o Senado votar lá uma PEC que está desde 2015, eu não sei que diferença faria", avaliou.

"São coisas do processo legislativo que a gente tem que respeitar democraticamente o que uma Casa quer, o que a outra quer. Se há maioria, se há minoria, só se configura com as votações. Vamos esperar os acontecimentos."

O tema do voto impresso tem provocado bastante controvérsia e tensão nas últimas semanas em relação à eleição de 2022.

O presidente Jair Bolsonaro tem insistido no tema e chegou a afirmar que não passaria a faixa presidencial ao sucessor se considerar que a votação não foi realizada de maneira limpa.

Ao identificar que maioria dos parlamentares se posicionam contra a proposta do voto impresso, apoiados pelas direções partidárias de mais de uma dezena de siglas, Bolsonaro também acusou o Judiciário --e mais especificamente o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso-- de interferência no Legislativo.

As declarações do presidente provocaram reações incisivas dos outros dois Poderes, levando-o a moderar o tom, na segunda-feira, ao afirmar que caso não consiga a aprovação do voto impresso nas próximas eleições, partirá para a defesa da contagem pública da votação.

IMPEACHMENT

Questionado, Lira não respondeu diretamente o motivo de não indeferir os mais de 100 pedidos de impeachment já protocolados na Câmara, já que em reiteradas declarações tem avaliado não haver condições que justifiquem o andamento de um desses processos.

Voltou a dizer, no entanto, que não é o momento para uma ruptura como a do impedimento de um presidente da República e disse trabalhar por um ambiente de estabilidade e de previsibilidade.

"É uma decisão política e você, nesse momento, tem que trabalhar mais para por água na fervura do que para botar querosene", argumentou.

"E esse assunto, eu já estou cansado de dizer e repetir: eu não posso fazer esse impeachment sozinho. Erra quem pensa que a responsabilidade é só minha, ela é uma somatória de características que não se configuram", acrescentou.

Lira reclamou ainda da insistência no tema, alegando que ao se posicionar a favor das eleições de 2022, quando sua realização foi colocada em dúvida, acabou gerando manchetes sobre não pautar o impeachment.

"Isso não pode ser via de regra", disse. "Daí a possibilidade que foi hoje, inclusive, muito bem aceita da discussão de se votar um semipresidencialismo já para 2026, como uma forma de você estabilizar mais o processo político dentro do Congresso Nacional", disse o presidente da Câmara, que se reuniu com líderes da base do governo mais cedo nesta terça-feira.

Cuba limita acesso a Facebook e aplicativos de mensagem em meio a protestos

(Reuters) - Cuba está restringindo o acesso a redes sociais e plataformas de mensagens, como Facebook, Instagram, WhatsApp e Telegram, desde segunda-feira, disse a NetBlocks, empresa global de monitoramento da internet, nesta terça-feira em meio a protestos contra o governo no país.

Sediada em Londres, a NetBlocks disse em seu site que redes sociais e plataformas de mensagens em Cuba ainda estavam parcialmente paralisadas nesta terça-feira, o que "provavelmente limitará o fluxo de informações de Cuba".

O governo não respondeu de imediato a um pedido de comentário. Tampouco o Telegram e o Facebook Inc, que é proprietário do Instagram e do WhatsApp. A plataforma social Twitter Inc disse que não viu bloqueios em seu serviço.

Milhares de cubanos participaram de manifestações em Havana e Santiago no domingo para protestar conta a crise econômica de Cuba e a maneira como o país lida com a pandemia, e algumas pediram o fim do comunismo.

A chegada da internet móvel dois anos e meio atrás é um dos fatores centrais por trás dos protestos, já que dá aos cubanos uma espécie de plataforma para expressar suas frustrações e permite que se espalhe a notícia rápido quando as pessoas estão nas ruas.

Testemunhas da Reuters na capital disseram nesta terça-feira que ainda estavam sem dados móveis.

Os blecautes da internet móvel aumentaram neste ano. A empresa de monitoramento de rede Kentik disse ter observado o país inteiro ficar desconectado durante menos de 30 minutos perto das 16h de domingo, o auge dos protestos em Havana.

EUA pedem calma em Cuba e dizem estar preocupados com imagens de violência

WASHINGTON (Reuters) - O Departamento de Estado norte-americano pediu nesta terça-feira por calma em Cuba e disse estar preocupado com as imagens de violência vistas nos últimos dias na ilha caribenha.

"Pedimos calma e condenamos qualquer violência contra aqueles que protestam pacificamente, e também pedimos ao governo cubano que liberte qualquer pessoa detida por protestar pacificamente", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em entrevista coletiva.

Price também disse que os Estados Unidos estão sempre considerando opções que lhes permitam apoiar o povo cubano.

EUA alertam cubanos contra travessias marítimas em meio a protestos, mas maioria atravessa por terra

NOVA YORK (Reuters) - O secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, disse nesta segunda-feira para os imigrantes que estão tentando deixar Cuba em meio aos distúrbios: "Vou ser claro: Se vocês vierem pelo mar, vocês não virão para os Estados Unidos".

Mas os imigrantes cubanos estão chegando aos Estados Unidos majoritariamente pelo México, através da fronteira seca, não pelo mar. E em um rompimento brusco com as políticas de seu antecessor Donald Trump, Joe Biden tem deixado a maior parte deles entrar desde que eles submetam seus pedidos de asilo, de acordo com dados oficiais do governo. 

Desde que Biden chegou ao poder no final de janeiro, o número de cubanos entrando pela fronteira dos EUA com o México subiu significativamente. Neste ano fiscal, que começou em outubro até maio, as autoridades de fronteira encontraram mais de 22 mil cubanos, o maior número em mais de uma década.

Dados da agência alfandegária e de proteção das fronteiras mostram o contraste entre as abordagens dos governos Trump e Biden em relação aos imigrantes cubanos.

Em dezembro de 2020 - o último mês cheio de Trump na Presidência - quase dois terços dos cubanos pegos na fronteira foram expulsos de volta para o México segundo uma lei sanitária da pandemia conhecida como Título 42. Até maio deste ano, o último mês em que os dados estão disponíveis, cerca de 96% dos cubanos puderam entrar nos Estados Unidos para se reunirem com familiares e amigos no país e buscam status legal em tribunais de imigração. 

O Departamento de Segurança Interna não respondeu imediatamente a um pedido por comentário.

Em Cuba, milhares de pessoas participaram de protestos em cidades por todo o país, em meio à frustração com a escassez de itens básicos, apagões de energia, aumento de preços e um surto no número de casos da Covid-19. Alguns manifestantes também pediam mudanças políticas. O governo cubano culpa o bloqueio e as sanções dos Estados Unidos pela escassez e diz que o governo norte-americano apoia a oposição. 

Não está claro se a agitação no país pode levar a mais pessoas tentarem deixar a ilha. Mayorkas disse em seu pronunciamento à imprensa que os Estados Unidos não viram um crescimento na imigração por via marítima. 

"Qualquer imigrante interceptado no mar, não importando sua nacionalidade, não será admitido nos Estados Unidos", disse Mayorkas. "O risco não vale a pena."

Mayorkas afirmou que 20 pessoas morreram nas últimas semanas em viagens assim. A Guarda Costeira dos Estados Unidos enviou recentemente duas embarcações para apoiar outras em águas próximas à costa do Haiti, que também passa por uma crise política após o assassinato de seu presidente. "Nossa prioridade é salvar vidas", disse Mayorkas.

S&P 500 e Nasdaq fecham em queda após tocarem máximas recordes

(Reuters) - Os índices S&P 500 e Nasdaq fecharam em queda nesta terça-feira, após terem atingido máximas recordes durante a sessão, com investidores digerindo um salto nos preços ao consumidor nos Estados Unidos em junho e os balanços de JPMorgan e Goldman Sachs, que deram início à temporada de resultados trimestrais.

Ambos os índices renovaram máximas recordes, mas rapidamente passaram a operar em território negativo, depois que um leilão de Treasuries de 30 anos apresentou demanda menor do que alguns investidores esperavam, fazendo com que os rendimentos subissem.

Dados indicaram que os preços ao consumidor nos EUA tiveram a maior alta em 13 anos no mês passado, enquanto o chamado núcleo do índice subiu 4,5% na comparação anual, maior avanço desde novembro de 1991.

Economistas viram o aumento dos preços, guiado por serviços relacionados a viagens e automóveis usados, como majoritariamente temporário, em linha com as opiniões manifestadas há tempos pelo chair do Federal Reserve, Jerome Powell.

"Sempre que houver uma subida nas taxas de juros, o mercado de ações ficará nervoso, especialmente em um dia como hoje", disse Joe Saluzzi, codiretor da Themis Trading em Chatham, Nova Jersey.

O índice de crescimento do S&P 500 caiu levemente 0,05%, enquanto o índice de valor recuou 0,70%.

O Dow Jones fechou em queda de 0,31%, a 34.888,79 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,35%, a 4.369,21 pontos. O Nasdaq Composite cedeu 0,38%, a 14.677,65 pontos.

Monção na Índia atinge todo o país, diminuindo preocupações com as safras

NOVA DÉLHI (Reuters) - As monções da Índia voltaram à vida após uma calmaria, cobrindo todo o país, incluindo a capital Nova Delhi, e eliminando a ameaça de desaceleração no plantio de safras cruciais de verão, como arroz, cana, milho, algodão e soja.

A monção cobriu todo o país na segunda-feira, incluindo as principais regiões de grãos e oleaginosas, cinco dias depois do normal, disse o Departamento Meteorológico da Índia (IMD, na sigla em inglês).

Depois de atingir a costa mais ao sul de Kerala em 3 de junho, a monção se espalhou por dois terços da Índia no final da primeira metade do mês, quase 15 dias antes do normal. Como resultado, as chuvas estiveram acima da média durante as primeiras três semanas de junho, antes que as monções diminuíssem.

Embora as chuvas de monções gerais ainda estivessem acima da média em junho, elas ficaram abaixo da média em julho, aumentando a preocupação com atrasos no plantio de safras em um país extenso onde dois terços de seus 1,3 bilhão de habitantes vivem no campo e a agricultura sustenta quase metade da população.

O IMD define a precipitação média, ou normal, entre 96% e 104% de uma média de 50 anos de 88 cm para toda a estação.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Bem-Estar dos Agricultores, o plantio da safra caiu 10,43% para 49,9 milhões de hectares (123 milhões de acres) quando as chuvas de monção se tornaram irregulares.

A Índia, um dos maiores produtores e consumidores mundiais de produtos agrícolas, depende das chuvas de junho a setembro para irrigar 50% de suas terras agrícolas que carecem de irrigação. Qualquer falha nas monções pode forçar Nova Delhi a importar produtos agrícolas, aumentando os preços internacionais.

África do Sul registra pior onda de violência em anos com dezenas de mortos

JOANESBURGO (Reuters) - Multidões entraram em conflito com a polícia e saquearam e incendiaram shopping centers em cidades da África do Sul nesta terça-feira, com informações sobre dezenas de mortos depois que os protestos desencadeados pela prisão do ex-presidente Jacob Zuma evoluíram para a pior onda de violência em anos.

As manifestações que seguiram a prisão de Zuma na semana passada por seu não comparecimento em uma audiência que investiga corrupção se ampliaram para saques e depredações, evidenciando a fúria geral em relação às dificuldades e a desigualdade que persistem no país, mesmo 27 anos após o fim do apartheid.

A pobreza tem sido exacerbada por restrições sociais e econômicas severas adotadas com o objetivo de conter a propagação da Covid-19.

Autoridades de segurança dizem que o governo está trabalhando para conter a onda de saques e violência, que se espalhou da casa de Zuma na província de KwaZulu-Natal (KZN) para a maior cidade do país, Joanesburgo, e para a província em de Gauteng em seu entorno, assim como para a cidade portuária de Durban, na costa do Oceano Índico.

O Serviço Policial Sul-Africano (SAPS, na sigla em inglês) disse na noite de terça-feira que 72 pessoas morreram e 1.234 foram presas nos últimos dias de protestos, que agora se transformaram em ondas desenfreadas de tumultos e saques.

Há informações de episódios esporádicos de violência em duas outras províncias, e de "policiais patrulhando áreas consideradas de ameaça em um esforço para impedir possíveis episódios de criminalidade", afirmou o SAPS. Soldados foram enviados às ruas para conter as agitações.

Zuma, de 79 anos, foi condenado no mês passado por desafiar uma ordem de um tribunal constitucional para cooperar com um inquérito que investiga corrupção de alto nível durante seus nove anos no governo, encerrados em 2018.

Fonte: T&D + Reuters

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