Mercado volta a comprar soja;.. passado o susto, fica a lição -- a soja TAMBÉM é um ativo financeiro

Publicado em 18/06/2021 19:22
Edição do Tempo&Dinheiro desta 6a.feira, 18/junho/21, com João Batista Olivi
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Momento ainda favorece produtor em compras de fertilizantes no Brasil, diz Mosaic

SÃO PAULO (Reuters) - O poder de compra de fertilizantes por agricultores do Brasil em maio foi menos favorável do que o registrado em igual período do ano anterior, mas ainda assim mostrou vantagem em relação a um cenário que tem como base a média da safra de 2017, informou nesta sexta-feira a Mosaic Fertilizantes, que ainda vê um cenário favorável aos agricultores no mercado.

O levantamento da companhia, grande produtora global de fosfatados e potássio combinados, visa retratar os valores dos fertilizantes frente ao mercado agrícola, comparando-os a um índice de preços de commodities que leva em conta os cultivos de soja, milho, açúcar, etanol e algodão.

Segundo o Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF), que passará a ser divulgado mensalmente pela empresa, a relação entre os preços das commodities e os de fertilizantes em maio foi de 0,97 frente ao cenário-base de 2017.

Uma relação menor que 1,0, disse a Mosaic, indica que os fertilizantes estão mais acessíveis do que no mesmo período em 2017, e uma relação maior que 1,0 significa que os adubos estão menos acessíveis em comparação com o mesmo período.

Em maio de 2020, esse índice havia chegado a 0,90, mais favorável ao produtor do que neste ano, mas em igual período de 2019 e 2018 ficou, respectivamente, em 1,12 e 1,11.

Segundo a companhia, o cenário do mês passado refletiu as altas cotações internacionais e domésticas das principais commodities agrícolas, embora o índice tenha sido pressionado por um aumento dos preços dos fertilizantes em relação ao mês anterior devido a fundamentos internacionais de oferta e demanda.

"O momento para compra de fertilizantes é ainda favorável. Estamos nos aproximando do plantio da safra de verão com o desafio de abastecer a maior colheita de grãos da história", disse em nota o vice-presidente Comercial da Mosaic, Eduardo Monteiro.

"Quanto mais cedo o produtor tomar a decisão de compra, menos risco ele terá no início do plantio", acrescentou.

A Mosaic ressaltou que no cenário atual, em que há um quadro mais apertado no mercado de grãos --com forte demanda tanto externa quanto doméstica--, o agricultor procura mais insumos pensando no incremento de produtividade, o que faz com que os preços sejam regulados por oferta e demanda.

"É importante entender o bom momento do produtor em termos de capitalização e principalmente rentabilidade da safra, por meio desse fator será possível observar um incremento e uma maior vontade do produtor de investir em tecnologia", afirmou Monteiro.

Torrefadoras de café dos EUA lutam para encontrar oferta colombiana; preços saltam

NOVA YORK (Reuters) - Processadoras de café dos Estados Unidos estão enfrentando dificuldades para garantir estoques da commodity colombiana, uma vez que protestos recentes no país sul-americano afetaram as entregas ao maior consumidor de café do mundo.

Os estoques de café colombiano, cujos grãos do tipo arábica suave são muito populares entre os norte-americanos, estão diminuindo rapidamente, à medida que torrefadoras com contratos para fornecer o produto especificamente classificado como 100% colombiano a supermercados e cafeterias correm para garantir estas sacas, disseram importadores.

Parte desse café colombiano, segundo eles, será substituída por outros grãos suaves provenientes de países da América Central, mas em menor escala.

"Você não consegue, na verdade, substituir o café colombiano. Grandes torrefadoras têm compromissos de entregar esses pacotes a supermercados", disse um importador baseado nos EUA, acrescentando que seu estoque desse tipo de café praticamente se esgotou nos últimos dias.

Ele afirmou que, no mercado físico local, os preços do café colombiano estocado nos EUA subiram até 75 centavos de dólar por libra-peso sobre os contratos futuros negociados na ICE, ante prêmios de 55 centavos a 58 centavos de dólar vistos antes dos protestos antigoverno na Colômbia, que bloquearam estradas e interromperam o fluxo de café aos portos.

Os protestos terminaram, mas ainda levará algum tempo para que os fluxos normais sejam retomados.

"Deve levar de 60 a 90 dias. Há uma oferta pequena de café colombiano chegando aos portos para desembarque", disse Christian Wolthers, sócio da importadora norte-americana Wolthers Douque LLC.

Jairo Castano Vargas, que trabalha para uma exportadora colombiana independente, afirmou que, apesar de os protestos terem formalmente acabado, os problemas persistem.

"Alguns caminhões com produtos foram atacados por manifestantes quando se aproximavam dos portos", disse ele. O porto de Cartagena ainda opera com apenas 20% de sua capacidade de carregamento.

Um terceiro importador norte-americano afirmou que algumas torrefadoras que não estão contratualmente obrigadas a fornecer café de uma origem específica podem substituir os grãos colombianos por outros cafés em seus "blends".

Ele também disse que torrefadoras de café especiais, de menor porte, poderão retirar temporariamente os produtos colombianos da prateleira caso não consigam encontrá-los a preços razoáveis.

Dólar salta com sinalização dura de autoridade do Fed após cair abaixo de R$ 5,00

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu acentuadamente contra o real nesta sexta-feira, depois de chegar a ir abaixo de 5 reais mais cedo, acompanhando o fortalecimento global da divisa norte-americana na esteira de comentários "hawkish" (duro com a inflação) de uma autoridade do Federal Reserve.

O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse à CNBC nesta manhã que a inflação nos Estados Unidos está mais intensa do que o esperado. Ele também afirmou que está entre as sete autoridades do banco central norte-americano que esperam que medidas mais agressivas --como um aumento de juros já no ano que vem-- contenham as pressões sobre os preços.

Após os comentários de Bullard, o dólar devolveu suas perdas iniciais contra o real e manteve um movimento de alta até o fechamento. A moeda norte-americana registrou ganho de 0,92% neste pregão, a 5,0712 reais na venda. Na B3, o dólar futuro de maior liquidez avançava 1,23%, a 5,0775 reais.

No exterior, o índice do dólar e os rendimentos norte-americanos ganharam terreno após a notícia, enquanto as ações globais recuaram. Peso chileno, peso mexicano e rand sul-africano, divisas emergentes pares do real, caíam mais de 1% nesta sexta-feira.

Com a discussão em torno de um aperto monetário mais cedo do que o esperado na maior economia do mundo, "o mercado fica naquela ansiedade: será que já vai começar uma migração dos investidores para ativos dos Estados Unidos em detrimento de ativos de países emergentes?", disse à Reuters Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

Na quarta-feira, o Fed já havia anunciado a antecipação de suas projeções para o primeiro aumento nos juros pós-pandemia de 2024 para 2023, abrindo também a discussão sobre quando e como pode ser apropriado começar a reduzir suas compras mensais de ativos.

Juros mais altos nos EUA tendem a favorecer a moeda norte-americana com o ingresso de recursos de investidores que buscam retornos mais altos e, ao mesmo tempo, segurança.

SELIC MAIS ALTA À FRENTE

Por outro lado, o Brasil também conta com perspectivas de elevação de juros, o que ajudou o real a tocar 4,9823 reais na mínima intradiária desta sexta-feira.

O Banco Central promoveu a terceira alta consecutiva de 0,75 ponto percentual da taxa Selic na quarta-feira, a 4,25%, e anunciou a intenção de dar sequência ao aperto monetário com uma nova alta de pelo menos a mesma magnitude em sua próxima reunião.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC também abandonou o uso da expressão "normalização parcial" para se referir ao atual ciclo de alta de juros, explicitando que pretende fazer um aperto maior do que vinha sendo sinalizado até então, levando a Selic para patamar considerado neutro.

Em nota, analistas da Genial Investimentos avaliaram que esses são todos sinais "positivos para a trajetória do real nos próximos meses, apesar da postura mais dura do Federal Reserve."

Um maior diferencial de juros entre o Brasil e países de economias avançadas tende a beneficiar o real, principalmente devido a estratégias de "carry trade". Elas consistem na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo e compra de contratos futuros da divisa de juro maior (como o real). O investidor, assim, ganha com a diferença de taxas.

Em meio a esse cenário --que era acompanhado por alguns sinais de avanço na imunização da população brasileira contra a Covid-19--, "o real deve continuar testando patamares abaixo de 5 reais", disse Cruz, da RB Investimentos. Para ele, o que vai fornecer apoio à divisa local será o alívio de temores de restrição econômica devido à Covid-19 e sinais de maior oferta de vacinas no país.

Mas talvez leve tempo para o dólar cruzar a marca psicológica com mais força, ressaltou: "têm muitas posições em torno dos 5 reais, então é um patamar em que existe uma certa resistência".

A última vez em que o dólar fechou um pregão abaixo dos 5 reais foi em 10 de junho de 2020 (4,9398).

A moeda norte-americana teve queda de aproximadamente 0,965% contra o real no acumulado da semana. Até agora em 2021, o dólar recua cerca de 2,3% em relação à divisa local.

Dow Jones e S&P 500 têm pior semana em meses após Fed assustar investidores

(Reuters) - Os mercados acionários encerraram acentuadamente em queda nesta sexta-feira, com os índices Dow Jones e S&P 500 registrando seus piores desempenhos semanais em meses, tropeçando depois que os comentários do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, de que a autoridade monetária poderia elevar os juros mais cedo que o previsto, assustar investidores.

O Dow Jones e o S&P começaram a semana em níveis recordes de fechamento, mas ao fim acumularam a maior queda semanal desde o fim de outubro e fim de fevereiro, respectivamente.

O índice Nasdaq, fortemente concentrado em papéis tecnológicos, também encerrou com queda semanal, apesar de registrar suas duas máximas recordes de fechamento nos últimos cinco dias.

A confiança dos investidores em suas posições existentes foi inicialmente abalada pela reunião de política monetária do Fed, onde projetou-se que os aumentos das taxas de juros ocorreriam mais cedo do que o esperado e foi sinalizado que banco central está chegando ao ponto onde poderia começar a falar em reduzir seu estímulo maciço de compras de títulos --ao invés de apenas pensar nisso.

Isso foi agravado por Bullard, que afirmou nesta sexta-feira estar entre as sete autoridades que enxergam aumento dos juros a partir do próximo ano para conter a inflação.

A inflação e a forma como o banco central dos EUA vai enfrentá-la quando o país sair da pandemia estiveram no centro das atenções dos investidores antes da reunião de política monetária do Fed, que terminou na quarta-feira.

"Não estou surpreso de ver o mercado vender um pouco. Nunca estou surpreso, dada o forte rali que tivemos por um longo período de tempo, quando vemos alguns períodos de realização de lucros", disse Tim Ghriskey, estrategista-chefe de investimentos do Conselho de Inverness em Nova York.

O índice de volatilidade CBOE, conhecido como "índice do medo" em Wall Street, fechou nesta sexta-feira no maior patamar em quatro semanas.

"Na próxima semana você terá várias autoridades do Fed fazendo discursos e teremos a mesma coisa: alguns serão mais 'hawkish' (duros com a inflação), e outros serão mais 'dovish' (brandos), então você verá algumas idas e vindas", adicionou Ghriskey.

O Dow Jones caiu 1,58%, para 33.290,08 pontos, o S&P 500 perdeu 1,31%, para 4.166,45 pontos, e o Nasdaq recuou 0,92%, para 14.030,38 pontos.

Ibovespa tem nova perda semanal, após Fed antecipar projeção de alta nos juros

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa acumulou sua segunda semana consecutiva de perda nesta sexta-feira, ainda em meio a movimentos de ajustes após renovar máximas mais cedo no mês, com sinalizações recentes de política monetária pelo Federal Reserve.

Na última quarta-feira, o comunicado da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do banco central dos Estados Unidos mostrou que a maioria dos membros do colegiado passou a projetar dois possíveis aumentos dos juros em 2023. Antes, as estimativas eram de alta apenas em 2024.

Ao mesmo tempo, o chair do Fed, Jerome Powell, afirmou que os formuladores de política do banco começaram "a falar sobre" reduzir os atuais 120 bilhões de dólares em compras mensais de ativos.

"Isso causou um pouco mais de insegurança no mercado", afirmou o diretor de Investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, chamando atenção para o efeito de baixa nas taxas curtas dos rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA, bem como nos preços de commodities.

Campos ressaltou, contudo, que a correção experimentada na é natural e pequena, destacando que o Ibovespa ainda está positivo no mês e no ano.

Para o economista-chefe de América Latina da Oxford Economics, Marcos Casarin, essa mudança em direção a um Fed menos 'dovish' pode ser o incentivo para muitos BCs latino-americanos também mudarem de tom.

No caso do Brasil, horas após o comunicado do Fomc, o Banco Central elevou a Selic em 0,75 ponto percentual, para 4,25% ao ano e sinalizou sequência ao aperto com uma nova alta de pelo menos a mesma magnitude em sua próxima reunião, no começo de agosto.

Mas o analista da Aware Investments, Aldo Filho, ressaltou que para os próximos dois anos espera-se tanto uma política monetária quanto fiscal expansionista nos EUA. "E o Brasil deve se beneficiar do fluxo monetário vindo dos EUA", acrescentou.

Na pauta doméstica, também repercutiu a aprovação no Senado da medida provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras. O texto, que sofreu alterações, deve ser apreciado pela Câmara dos Deputados na próxima semana.

Nesta sexta-feira, o Ibovespa subiu 0,27%, a 128.405,35 pontos, mas acumulou perda de 0,8% na semana. No mês, ainda sobe 1,73%. No ano, avança 7,89%.

Maiores baixas do Ibovespa no dia

Maiores altas do Ibovespa no dia

O índice Small Caps teve alta de 0,41% na sessão, a 3.184,43 pontos, e de 0,8% na semana, enquanto sobe 2,57% no mês e 12,83% em 2021.

O volume negociado nesta sessão somou 44,3 bilhões de reais.

DESTAQUES DO IBOVESPA DO ACUMULADO DO MÊS:

- B2W ON avança 17,99%, ampliando a recuperação após queda de mais de 11% em maio, em meio a números melhores sobre a economia e expectativas ligadas à fusão com a Lojas Americanas, aprovada por acionistas no último dia 10. No setor, VIA VAREJO ON sobe 16,87%.

- EMBRAER ON sobe 15,74%, mesmo após alguma correção nos últimos três pregões, apoiada principalmente no anúncio da semana passada de que sua empresa de transporte aéreo urbano Eve iniciou discussões para eventual combinação de negócios com empresa de propósito específico nos EUA. Em 2021, os papéis acumulam elevação de 125,99%.

- BRF ON valoriza-se 12,38%, após a Marfrig suprender e se tornar o maior acionista individual da empresa, com especulações sobre eventual disputa pelo controle da dona das marcas Sadia e Perdigão. Nesta sexta-feira, BRF anunciou acordo para comprar o grupo Hercosul, para avançar em ração para pets.

- GERDAU PN perde 11,66%, numa correção no setor de mineração e siderurgia, na esteira de queda nos preços do minério de ferro e do aço na China, além de receios sobre a sustentabilidade dos preços do aço no Brasil. USIMINAS PNA cai 8,86%, CSN ON recua 7,84% e VALE ON perde 4,96%.

- RD ON cai 9,58%, também sofrendo ajuste negativo e interrompendo a série de três meses de alta até maio, quando acumulou valorização de quase 24%.

- CIELO ON mostra declínio de 6,65%, devolvendo parte da alta de maio, quando subiu mais de 20%, em parte com o movimento de realização de lucros, mas também tendo de pano de fundo a competição mais acirrada em meios de pagamentos do país.

Veja o comportamento dos principais índices setoriais na B3 no acumulado do mês:

- Índice financeiro: +4,02%

- Índice de consumo: +2,13%

- Índice de Energia Elétrica: +0,46%

- Índice de materiais básicos: -5,63%

- Índice do setor industrial: +0,85%

- Índice imobiliário: +2,50%

- Índice de utilidade pública: +0,54%

Mercados europeus fecham em baixa após declarações do Fed ampliarem perdas

(Reuters) - As perdas nas ações de bancos e de energia foram exacerbadas por declarações "hawkish" de uma autoridade do Federal Reserve nesta sexta-feira, levando o índice STOXX 600 a interromper série de quatro semanas de ganhos diante dos temores de aperto monetário nos Estados Unidos.

O índice FTSEurofirst 300 caiu 1,61%, a 1.745 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 1,58%, a 452 pontos, em seu pior dia em cinco semanas, com as ações de bancos e energia liderando as quedas.

O STOXX 600 registrou recuo de 1,2% nesta semana.

O setor bancário, que normalmente vai bem quando os juros estão altos, despencou quase 3% uma vez que os temores sobre uma eventual redução da liquidez levaram os investidores a realizar ganhos recentes.

O presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, disse que o Fed pode começar a apertar os juros já no final de 2022, chamando o movimento de resposta natural ao crescimento econômico e, em particular, à inflação, que vem se movendo mais rápido do que o esperado com a reabertura da economia.

As declarações dele foram feitas depois que o Fed sinalizou inclinação "hawkish" esta semana, o que prejudicou mercados voltados para o risco.

Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,90%, a 7.017 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,78%, a 15.448 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,46%, a 6.569 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,93%, a 25.218 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,80%, a 9.030 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 2,28%, a 5.063 pontos.

Preços do petróleo sobem com expectativa de avanço mais lento na produção dos EUA

NOVA YORK (Reuters) - Os contratos futuros do petróleo avançaram nesta sexta-feira, revertendo perdas anteriores e marcando uma quarta semana de ganhos após fontes da Opep afirmarem que o grupo produtor esperava produção limitava do petróleo dos Estados Unidos este ano, apesar dos preços em alta.

Representantes da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) tiveram acesso aos resultados de produção dos EUA de especialistas da indústria, afirmaram as fontes. Isso poderia dar ao grupo produtor mais poder para lidar com o mercado antes do potencial surgimento da produção de xisto em 2022.

Os futuros do petróleo brent avançaram 0,43 dólar, ou 0,6% para fechar em 73,51 dólares o barril. Já o petróleo dos Estados Unidos(WTI) subiu 0,60 dólar, ou 0,8% para 71,64 o barril.

Ambas as referências foram direcionadas a ganhos semanais de 1,1%.

"Os mercados de petróleo estão se recuperando porque a Opep não acredita que o aumento da produção de petróleo dos EUA seja suficiente para mudar seus planos de sustentação dos preços", afirmou Phil Flynn, analista sênior da Price Futures Group em Chicago.

Nesta quarta-feira, o brent fechou na sua máxima desde abril de 2019 e o WTI fechou em seu maior patamar desde outubro de 2018. Os ganhos foram limitados pelas preocupações prolongadas sobre a pandemia e o dólar norte-americano mais forte, que torna o petróleo mais caro em outras moedas.

Justiça acata ação do MPF e reduz vazão de Belo Monte para geração elétrica

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Justiça Federal atendeu a um pedido do Ministério Público Federal que levará à redução da vazão da hidrelétrica Belo Monte, no Pará, para a geração de energia, em um momento em que o governo tem lançado mão de diversas medidas para garantir o abastecimento de eletricidade do país, diante de uma grave crise hídrica nos reservatórios do Sudeste.

Na decisão, ainda em primeira instância, a Justiça acatou pedidos em uma ação civil pública movida pelo MPF, cancelando um acordo fechado entre a Norte Energia, concessionária da hidrelétrica de Belo Monte, e o órgão ambiental federal Ibama em fevereiro.

O acordo entre as partes garantia o desvio de 80% das águas do rio Xingu para as turbinas da usina, segundo o MPF.

"Com a decisão, a hidrelétrica fica obrigada a aplicar um hidrograma provisório, liberando água suficiente para a manutenção da vida na região da Volta Grande do Xingu até que apresente estudos técnicos suficientes sobre os impactos do desvio do rio", disse o MPF em nota.

Segundo o MPF, a decisão "considera que, ao assinar o termo de compromisso, o hoje afastado presidente do Ibama, Eduardo Bim, deixou de considerar pareceres de sua própria equipe técnica --que atestavam a inviabilidade do desvio das águas do Xingu-- e desrespeitou o princípio da precaução ambiental, que baliza o licenciamento ambiental no Brasil".

Procurada, a Norte Energia e o Ibama não responderam imediatamente a pedidos de comentários.

A decisão ocorre em um cenário em que o governo federal vem atuando para garantir o abastecimento de energia, após o Brasil ter registrado a pior estação chuvosa para as hidrelétricas em mais de 90 anos. A fonte hídrica é a principal geradora do país.

Em contrapartida, o revés para a Norte Energia ocorre em um momento em que Belo Monte, considerada uma usina a "fio d´água" --que gera à plena carga na época da cheia-- entra em um período de menor produção elétrica, devido a menos chuvas na região Norte do país.

"A decisão judicial tem pequeno impacto imediato sobre a produção de energia da usina de Belo Monte porque, a partir de junho, o Xingu está em regime de seca e a geração de energia é mínima até o próximo período de cheia", disse o MPF.

Na véspera, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, negou que o governo trabalhe com uma hipóteses de racionamento, mas pediu aos consumidores que economizem energia. Ele também ressaltou que o baixo reservatório hídrico levou ao acionamento de usinas de outras fontes mais caras, o que terá impacto nas contas de luz.

A hidrelétrica de Belo Monte, que recebeu investimentos de mais de 30 bilhões de reais, possui 11,2 mil megawatts em capacidade e é uma das maiores do mundo.

A Norte Energia, responsável pelo empreendimento, tem como principais sócios empresas da estatal Eletrobras e elétricas como Neoenergia , Cemig , Light , além da Vale e de fundos de pensão.

Belo Monte poderá gerar 1.800 MWh médios a menos em 2022 após decisão judicial

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A hidrelétrica Belo Monte, no rio Xingu (PA), poderá ter uma perda de 1.800 MWh médios em 2022, chegando a 6.000 MWh médios em fevereiro e em março, caso se mantenha decisão judicial desta sexta-feira, que reduz a vazão da usina para a geração de energia, informou a sua concessionária Norte Energia em comunicado.

O cenário ocorre em um momento em que o governo tem lançado mão de diversas medidas para garantir o abastecimento de eletricidade do país, diante de uma grave crise hídrica nos reservatórios do Sudeste.

A queda de geração, frisou a companhia, poderá deixar de contribuir ainda com cerca de 7,5% dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) no próximo ano.

Na decisão, a Justiça acatou pedidos de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, cancelando um acordo entre a Norte Energia e o órgão ambiental federal Ibama em fevereiro. O acordo entre as partes garantia o desvio de 80% das águas do rio Xingu para as turbinas da usina, segundo o MPF.

"A redução de geração da UHE Belo Monte provocado por este hidrograma representará um agravamento de cerca de 3,2% do GSF (risco hidrológico), e perdas estimadas para o Sistema Interligado Nacional (SIN) da ordem de 3,5 bilhões de reais", afirmou a empresa no comunicado.

A Norte Energia informou que ainda não foi notificada oficialmente da decisão, mas que tomará as medidas cabíveis.

Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters

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