E agora? Depois da queda forte na soja, o que fazer?... se acalmem, porque os preços vão voltar... Importante é aprender a lição
Após anuncio do BC americano, commodities desabam. Café recua 2,5%; Açúcar bruto cai para mínima de quase 2 meses
NOVA YORK/LONDRES (Reuters) - Após o Banco Central dos Estados Unidos sinalizar que deve aumentar as taxas de juros em ritmo mais acelerado que o esperado, as principais commodities desabaram nas bolsas nesta 5a. feira. O dólar registrou forte alta enquanto as ações acabaram despencando, Entre as agr[icolas, os contratos futuros do açúcar bruto na ICE atingiram a mínima em quase dois meses nesta quinta-feira, e os preços do café também recuaram.
AÇÚCAR
O açúcar bruto para julho fechou em queda de 0,49 centavo, ou 2,9%, a 16,55 centavos de dólar por libra-peso, após atingir a mínima desde 20 de abril a 16,52 centavos de dólar, mais cedo na sessão.
Operadores afirmaram que o açúcar foi pego na liquidação desencadeada pela decisão do Fed, mas deve encontrar apoio em níveis atuais de consumidores finais. Entretanto, notaram que os fundos, que ainda mantêm uma grande posição comprada, têm pouco apetite para comprar no momento.
"A reação imediata é uma coisa, mas sem expectativa de alta taxa até 2023, por enquanto, a questão é como o mercado irá reagir a médio prazo", disse um corretor de açúcar dos EUA.
A Archer Consulting disse que as usinas brasileiras protegeram mais de 1 milhão de toneladas de açúcar 2022/23 na ICE em maio, levando as vendas totais futuras da safra do próximo ano para 20,9%.
O açúcar branco para agosto fechou em queda de 12 dólares, ou 2,7%, para 425 dólares a tonelada, após atingir mínima de mais de dois meses a 422 dólares.
CAFÉ
O café arábica para setembro fechou em queda de 3,85 centavos, ou 2,5%, a 1,516 dólar por libra-peso, após alcançar a mínima desde 24 de maio a 1,5080 dólar anteriormente.
O arábica se afastou da máxima de quatro anos e meio alcançada este mês com o retorno das chuvas no maior produtor de arábica, Brasil, e volta o fluxo de café para os portos no segundo maior produtor, Colômbia.
A safra no Brasil atingiu 34% até 15 de junho, disse a consultoria Safras & Mercado, um ritmo similar ao do ano passado, porém atrás da média de cinco anos de 36% nesta época do ano.
O banco de investimentos Itaú BBA reafirmou sua visão de uma redução de 30% na safra de arábica do Brasil neste ano e disse que é possível que alguns produtores não consigam entregar o café vendido meses antes.
Café robusta para setembro fechou em queda de 31 dólares, ou 1,9%, para 1.598 dólares a tonelada.
Ajuste após Copom e Fed prevalece e Ibovespa tem 3ª queda
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou no vermelho nesta quinta-feira, com sinalização de maior aperto monetário no Brasil e nos Estados Unidos esticando uma correção após as ações domésticas terem flertado com máximas históricas recentes.
Pressionado por ações de empresas ligadas a commodities, como das cadeias de metais e de petróleo, o Ibovespa caiu 0,93%, aos 128.057,22 pontos, na terceira baixa seguida. O giro financeiro da sessão somou 34,5 bilhões de reais.
Em relatórios, casas de análise de investimentos apontavam que o movimento mais negativo refletia sinais de autoridades monetárias de Brasil e Estados Unidos, que embora tenham confirmado previsões de política monetária na véspera, ambas indicaram aperto maior ou mais próximo do que se esperava.
Além disso, medidas adotadas pela China para conter uma escalada de preços pesou forte sobre os preços de algumas commodities metálicas, afirmou Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.
Esse ambiente concorreu para um ajuste também nas cotações do petróleo, que vinham de máximas em três anos após cinco altas consecutivas.
Não por acaso, gigantes brasileiras ligadas a esses setores, como Vale e Petrobras, foram ladeira abaixo, puxando consigo os respectivos setores de siderurgia e a cadeia petroquímica.
Pontualmente, Eletrobras adicionou pressão ao índice, com as ações caindo forte enquanto o governo federal fazia uma série de ajustes na medida provisória da privatização da elétrica para tentar aprová-la no Senado.
Ações de alguns bancos, que nas primeiras horas da sessão subiram, em meio a análises de que serão beneficiados com um ciclo de alta da Selic, mais tarde também perderam força, já que por terem maior liquidez, também refletiram a postura mais cautelosa dos investidores.
Na contramão, em Wall Street os índices Nasdaq e S&P 500 abandonaram perdas do início do dia e fecharam no azul, puxados por ações de gigantes de tecnologia, diante de avaliações de que essas tenderiam a se beneficiar com uma volta da economia a condições mais normais de crescimento. O Dow Jones teve baixa.
A bolsa brasileira terá na sexta-feira o vencimento dos contratos de opções sobre ações.
DESTAQUES
- ELETROBRAS caiu 3,2%, em meio às discussões para votação no Senado da medida provisória da privatização da elétrica. Apesar de mudanças nos texto, o governo enfrentava resistências entre senadores. Após o fechamento da bolsa, o Senado aprovou a constitucionalidade da matéria.
- VALE caiu 2,08%, ilustrando o descasamento com dados robustos de produção recorde de aço na China e no Brasil, já que investidores parecem agora mais preocupados com possíveis efeitos de uma alta de juros sobre a economia mundial, que começa a se levantar nos efeitos da pandemia da Covid-19, com condições de crédito menos frouxas no Brasil e no exterior.
- Na mesma direção, CSN caiu 4,95%, USIMINAS perdeu 2,32%. GERDAU, mais ligada à construção civil, também não resistiu e teve baixa de 3,78%.
- PETROBRAS cedeu 3,47%, com as cotações do petróleo recuando após uma série de altas que as levaram ao pico em três anos. No setor, PETRORIO encolheu 4,54% e BRASKEM se desvalorizou em 5,38%.
- ITAÚ UNIBANCO declinou 1,17%, após ter sido um dos destaques positivos da sessão. BRADESCO também não se sustentou no azul e encolheu 0,43%. Um caso isolado no setor foi BANCO INTER, subindo 5,35%.
- LOCAWEB foi um destaque positivo, com alta de 4,79%. A XP emitiu relatório reforçando recomendação de compra para o papel, após encontro com investidores da empresa de tecnologia para varejo na véspera. MAGAZINE LUIZA seguiu a trilha das ações globais de tecnologia e subiu 4,92%.
Nos EUA ações tecnológicas levam Nasdaq a fechar em alta, enquanto Fed limita S&P
(Reuters) - A convicção na força da recuperação econômica empurrou os investidores para as ações de tecnologia dos Estados Unidos, fazendo com que o índice Nasdaq registrasse alta nesta quinta-feira, embora a ressaca pós-decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) tenha limitado o índice S&P, que fechou com variação negativa.
A ligeira queda foi o terceiro resultado negativo consecutivo para o índice S&P, enquanto o índice Dow Jones, com uma queda mais pronunciada, registrou seu quarto fechamento consecutivo de declínio.
Muitos investidores ainda estavam processando a mensagem inesperadamente "hawkish" (dura com a inflação) do Fed acerca da política monetária no dia anterior, que projetou os primeiros aumentos das taxas de juros pós-pandemia para 2023.
Autoridades do Fed citaram uma melhor perspectiva econômica, conforme a economia norte-americana recupera-se rapidamente da pandemia, com o crescimento geral previsto para alcançar 7% este ano. Embora com o cuidado de não atrapalhar a recuperação --sem fim à vista para medidas de política monetária de apoio como a compra de títulos-- a sinalização de elevação dos juros evidenciou preocupações inflacionárias.
"Acho que havia um cenário que as pessoas tinham em mente, de que o Fed iria permitir um 'overshoot' da inflação maior e mais longo, e acho que com o aumento no gráfico de pontos ontem... as pessoas estão repensando esse cenário", disse David Lefkowitz, chefe de ações para as Américas da UBS Global Wealth Management.
As ações de tecnologia, que geralmente têm melhor desempenho quando as taxas de juros estão baixas, impulsionaram um rali em Wall Street no ano passado, com os investidores migrando para ações consideradas relativamente seguras em tempos de turbulência econômica.
Os investidores voltaram a essas posições nesta quinta-feira. Os papéis da Nvidia Corp valorizaram-se 4,8%, registrando sua quarta máxima recorde de fechamento consecutiva, depois que o banco de investimentos Jefferies elevou seu preço-alvo para a ação.
Enquanto isso, as ações da Apple Inc, Microsoft Corp, Amazon.com Inc e Facebook Inc superaram as quedas no pré-mercado e avançaram entre 1,3% e 2,2%, com investidores apostando que uma recuperação econômica estável vai impulsionar a demanda por seus produtos no longo prazo.
O índice Nasdaq encerrou 13 pontos abaixo da sua máxima recorde na segunda-feira, mas ainda assim registrou o segundo maior fechamento de todos os tempos.
O Dow Jones caiu 0,62%, para 33.823,45 pontos, o S&P 500 perdeu 0,04%, para 4.221,86 pontos, e o Nasdaq teve alta de 0,87%, para 14.161,35 pontos.
Dólar fecha em menor patamar em 1 ano após BC indicar aceleração do aperto monetário
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar cedeu terreno contra o real nesta quinta-feira, fechando em seu menor patamar em pouco mais de um ano após a decisão do Banco Central de levar a taxa Selic a 4,25% ao ano e abandonar o uso da expressão "normalização parcial" da política monetária, sinalizando mais alta de juros à frente.
O dólar spot caiu 0,62%, a 5,0251 reais na venda, seu menor patamar para encerramento desde 10 de junho de 2020 (4,9398). Na B3, o contrato mais líquido de dólar futuro caía 0,60%, a 5,029 reais.
O BC promoveu a terceira alta consecutiva de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros no início da noite de quarta-feira, levando a Selic a 4,25%, e anunciou a intenção de dar sequência ao aperto monetário com uma nova alta de pelo menos a mesma magnitude em sua próxima reunião, em agosto.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC também abandonou o uso da expressão "normalização parcial" para se referir ao atual ciclo de alta de juros, explicitando que pretende fazer um aperto maior do que vinha sendo sinalizado até então, levando a Selic para patamar considerado neutro.
Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos, disse que o posicionamento mais duro da autarquia foi favorável à moeda brasileira. "Quando os juros domésticos estão mais baratos (...)é natural que haja fuga de capital, então o dólar se fortalece. Agora, quando acontece o contrário, e os juros sobem, o que tende a acontecer é um desconto na moeda norte-americana em relação ao real", afirmou.
Segundo especialistas, há uma maior entrada de capital estrangeiro no mercado local com o aumento de juros principalmente devido a estratégias de "carry trade". Elas consistem na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo (iene japonês, por exemplo) e compra de contratos futuros da divisa de juro maior (como o real). O investidor, assim, ganha com a diferença de taxas.
Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, lembrou que, até recentemente, o Brasil estava "numa situação de um prêmio muito baixo para o risco que o país oferece", referindo-se às mínimas históricas a que a Selic foi rebaixada em 2020. "Com esse ajuste do Banco Central, é natural que o real volte para patamares mais altos em relação ao dólar."
Além disso, "dados do PIB melhores do que o esperado catalisaram a queda do dólar para os patamares atuais", afirmou. "Os números surpreenderam o mercado positivamente, destravando muitos investimentos, e o fluxo cambial favoreceu o real."
No início deste mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,2% entre janeiro e março, terceiro trimestre seguido de ganhos. O resultado foi suficiente para levar o PIB de volta ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia.
Na segunda-feira desta semana, outros dados mostraram que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado sinalizador do PIB, subiu 0,44% em abril na comparação com o mês anterior em dado dessazonalizado.
Agora, disse Bergallo, "o real está se beneficiando com uma janela temporária de trégua que pode perdurar ou não de acordo com os próximos passos do governo".
Segundo ele, embora a percepção sobre o crescimento econômico e a saúde fiscal do país esteja melhor, alguns investidores temem que a aproximação das eleições possa fazer o Executivo "abrir mão" de sua agenda de reformas estruturantes.
Analistas têm chamado a atenção para os riscos de o governo Bolsonaro, enfraquecido pela crise da pandemia e pressionado pela estreita janela de oportunidade antes do período eleitoral, insistir em avançar com versões modestas ou distorcidas de pautas vistas como cruciais pelo mercado.
A moeda norte-americana à vista teve alta de 0,29% na quarta-feira, a 5,0562 reais na venda, mas chegou a tocar 4,9926 reais na mínima intradiária, queda de 0,97%.
Preços do petróleo caem de máximas com dólar firme e avanço de casos de Covid no Reino Unido
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo recuaram quase 2% da máxima de vários anos, nesta quinta-feira, com o dólar fortalecido após o Banco Central dos Estados Unidos sinalizar que pode aumentar as taxas em 2023.
As preocupações com a demanda do petróleo voltaram após novos casos de coronavírus surgirem no Reino Unido, enquanto os receios de oferta sobre o retorno dos barris do Irã também pesaram no mercado.
Entretanto, operadores afirmaram que as eleições presidenciais do Irã nessa sexta-feira poderiam afastar negociações nucleares entre Washington e Teerã, e manter as sanções dos EUA sobre exportações de petróleo do Irã inalteradas.
Os futuros do brent caíram 1,31 dólar, ou 1,8%, para fechar em 73,08 dólares o barril, enquanto o petróleo dos EUA(WTI) recuou 1,11 dólar, ou 1,5%, para 71,04 dólares.
Na quarta-feira, o brent fechou em sua máxima desde abril de 2019 e o petróleo WTI no maior patamar desde outubro de 2018. Apesar dos recuos desta quinta-feira serem as maiores porcentagens de queda diárias desde maio, ambas as referência se encontram em alta de 40% no ano.
"O surgimento de casos de Covid no Reino Unido, apesar da rápida vacinação irá causar diversos alarmes sobre a velocidade de reabertura do resto da Europa", disse Edward Moya, analista sênior de mercado da Oanda, acrescentando que "o petróleo poderia estar pronto para futuras realizações de lucro, caso mais comentários otimistas resultem das últimas negociações nucleares do Irã".
Os estoque de gasolina dos EUA aumentaram em, inesperados, 2 milhões de barris na semana passada. A previsão de analistas indicava que as reservas diminuiriam 600 mil barris.