Economias do mundo sobem forte nesta terça, commodities lideram. Brasil e o Agro ganham com isso

Publicado em 18/05/2021 18:27 e atualizado em 18/05/2021 19:56
Edição do Tempo&Dinheiro desta 3a.feira, 18/maio/21, com João Batista Olivi
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Governo eleva para 3,5% previsão de alta do PIB; Salário mínimo deve aumentar mais (no Poder360)

A SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Economia elevou as projeções de crescimento da economia brasileira e da inflação em 2021. A perspectiva é que o PIB (Produto Interno Bruto) cresça 3,5% e a inflação, 5,05%.

O governo também elevou de 4,27% para 5,05% a previsão do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) em 2021. O INPC é usado para calcular a correção anual do salário mínimo.

Os novos parâmetros macroeconômicos foram divulgados nesta 3ª feira (18.mai.2021) por meio do Boletim Macrofiscal de maio. Eis a íntegra.

No boletim anterior, publicado em março, a SPE projetava um PIB de 3,2% e uma inflação de 4,42% em 2021.

A revisão da SPE segue a tendência das perspectivas de mercado, apesar de ser um pouco mais otimista. Os analistas do mercado financeiro têm elevado a perspectiva de crescimento do PIB do Brasil por conta do bom desempenho da atividade econômica no 1º trimestre do ano.

Já a projeção de inflação tem subido por conta da pressão de preços decorrente da alta das commodities e do câmbio. Segundo o Boletim Focus desta semana, o mercado prevê um PIB de 3,45% e uma inflação de 5,15% neste ano. A meta de inflação é de 3,75%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo (de 2,25% para 5,25%).

PIB

No Boletim Macrofiscal, a SPE falou que “os dados da indústria e serviços surpreenderam as expectativas de mercado, tornando provável que o PIB cresça na margem nesse trimestre. Dessa forma, os resultados melhores no começo deste ano e a expectativa de continuidade do processo de vacinação, impulsionando o setor de serviços no 2º semestre, possibilitaram a revisão do crescimento do PIB para 2021 em 0,3 p.p., para 3,5%”.

O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, disse que a projeção de 3,5% do PIB é conservadora. Ele afirmou que alguns analistas de mercado projetam um PIB de 4% em 2021, mas falou que “a SPE costuma fazer projeções conservadoras já que nossas projeções balizam o processo orçamentário”. Sachsida disse que também há riscos para o crescimento, relacionados à pandemia, à vacinação, ao risco hidrológico e ao risco fiscal.

Segundo o Boletim Macrofiscal, “a incerteza nas estimativas atuais ainda permanece significativamente elevada”. “As projeções da atividade para este e para os próximos anos tornam-se particularmente sensíveis à divulgação dos dados e ao desenrolar dos efeitos da covid-19 e do processo de vacinação, principalmente considerando os seus efeitos no PIB de longo prazo”, afirma o documento.

IPCA

Sobre a inflação, o boletim diz que “apesar do valor estar acima da meta de inflação de 3,75% para o ano de 2021, o mesmo encontra-se dentro do intervalo de tolerância. Ademais, as expectativas de inflação permanecem convergindo para o centro da meta de inflação a partir de 2022. As metas de inflação para 2022 e 2023 são 3,5% e 3,25%, respectivamente”.

Para 2022, a SPE manteve a projeção de um IPCA de 3,5% e de um PIB de 2,5%.

SALÁRIO MÍNIMO

O governo também elevou de 4,27% para 5,05% a previsão do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) em 2021. O INPC é usado para calcular a correção anual do salário mínimo.

Se a nova previsão do INPC se confirmar e a regra de correção do salário mínimo não mudar, o governo pode revisar o valor proposto para o mínimo em 2022. Na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), o governo propôs que o mínimo subisse dos atuais R$ 1.100 para R$ 1.147 em 2022, considerando o INPC de 4,27%. Se o INPC subir 5,05%, esse valor pode aumentar para R$ 1.155,55.

Ferroeste tem capacidade de captar cargas de países vizinhos, diz estudo (no Poder360)

Redução do custo logístico em 28%; 26 mil toneladas/ano transportadas; Carga da Argentina e do Paraguai

O ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) 

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, apresentou nesta terça-feira (18 de Mai. De 2021) os estudos de viabilidade da Ferroeste, ferrovia que liga Guarapuava (PR) a Cascavel (PR),  com 1.370 quilômetros de extensão. Os estudos foram financiados pelo Banco Mundial a pedido do governo do Paraná e teve como ponto mais importante a certeza da capacidade da ferrovia de captar carga de países vizinhos, como Paraguai e Argentina para escoamento no porto de Paranaguá (PR). 

O coordenador do plano estadual ferroviário do Paraná, Luiz Henrique Fagundes, disse que a ferrovia tem uma capacidade de volume exportação/ano de 26 mil toneladas a partir do 1º ano de concessão do ativo e influenciará a economia de 427 cidades diretamente. A expectativa é que haja uma redução média do custo logístico de 28%, o equivalente a US$ 13 por tonelada. 

O empreendimento está na carteira do PPI (Programa de Parceria de Investimentos) e encontra-se na fase de estudos de viabilidade. Após essa etapa, a Ferroeste será encaminhada à consulta pública e, em seguida, ao TCU (Tribunal de Contas da União). O leilão está agendado para 2023. 

Durante a reunião de apresentação dos estudos, Freitas também fez um apelo para que os senadores aprovem o PLS 261/2018, que cria o sistema de autorização ferroviária no país. O ministro disse que há investidores interessados em empreender no transporte ferroviário, sobretudo de celulose, e que o projeto, que hoje tramita no Senado, tem o potencial de destravar esses investimentos.  

“O mais intrigante é que uma empresa que tem no plano de negócio R$ 15 bilhões, não pode colocar no plano de negócio R$ 1,00 em ferrovia porque nós não temos o instrumento de autorização e é isso que a lei vem resolver. Se o PLS 261 passa no Senado e na Câmara, e acho que a Câmara tem avidez no projeto, a gente vai tirar do papel uns R$ 30 bi de investimento”, disse. 

Na mesma reunião, Freitas também assinou com a Ascensus Gestão e Participação o contrato de arrendamento portuário para a movimentação e armazenagem de cargas de veículos no porto de Paranaguá (PR). A assinatura do contrato é referente ao leilão que aconteceu no ano passado. Expectativa R$ 50,0 milhões entre investimento e arrecadação.

Lula diz que privatização da Eletrobras é crime e que conta de luz vai subir; Põe em risco soberania energética

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 3ª feira (18.mai.2021) que a proposta de privatização da Eletrobras é um “crime contra o povo brasileiro” e que, se for adiante, vai aumentar “consideravelmente” as tarifas de energia.

As declarações foram feitas em publicação em seu perfil no Twitter.

Para Lula, o presidente Jair Bolsonaro quer vender a estatal “a preço de banana”, o que colocaria em risco a soberania e a segurança energética do Brasil.

“Privatizar a Eletrobras é entregar de bandeja esse inestimável patrimônio duramente construído pelo povo brasileiro. É permitir que interesses privados passem a controlar as barragens e as vazões das águas, bem como o acesso a importantes fontes hídricas do nosso país”, afirmou.

O ex-presidente também disse que pode haver risco de apagões. Citou a interrupção no fornecimento de energia que durou 22 dias no Amapá, em novembro de 2020. “Uma série de falhas cometidas pela empresa privada responsável afetou o abastecimento de energia elétrica e água encanada, além dos serviços bancários, internet e telefonia, levando o caos à população”, declarou Lula.

PRIVATIZAÇÃO

Enviada pelo governo federal ao Congresso em fevereiro, a Medida Provisória da Eletrobras permite oferta pública de ações da companhia. A proposta é tratada como uma capitalização da empresa.

Nesta 3ª feira (18.mai), o Poder360 apurou que já houve consenso em uma série de pontos do relatório da MP, de autoria do deputado Elmar Nascimento (DEM-BA).

Com as mudanças, o texto deve ser encaminhado para votação até 4ª feira (19.mai). O cumprimento do prazo é necessário para que os senadores tenham 1 mês para avaliar a medida provisória, que perde a validade em 22 de junho. Eis como ficará o relatório:

  • recursos a receber – a Eletrobras tem cerca de R$ 45 bilhões para receber de indenização do governo. Esse dinheiro vai todo para a empresa privatizada (como desejava o mercado) e não mais para a parte que continuará estatal (com Itaipu e Eletronuclear);

  • descotização – em 10 anos será finalizado o sistema de cotas de produção e toda a geração da Eletrobras privatizada ficará independente;

  • saldo de caixa de Itaipu – a hidrelétrica binacional tem uma sobra de até US$ 1 bilhão por ano. Esse dinheiro será dividido: 75% para a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) e 25% para programas sociais do governo;

  • recuperação hidrológica – caberá ao Ministério do Desenvolvimento Regional, por meio de 1 conselho gestor a ser criado, cuidar da aplicação de recursos para recuperar as bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Parnaíba e dos reservatórios de Furnas;

  • termelétricas a gás natural – o governo contratará 6.000 MW de energia da chamada reserva de capacidade diretamente de termelétricas movidas a gás natural (e não a óleo diesel). Essa entrega será realizada de 2026 a 2027. Essas usinas estarão localizadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste;

  • gasodutos – a compra de energia de termelétricas a gás no interior implica no transporte desse insumo. Não há gasodutos. Mas o projeto deixa aberto a inclusão na tarifa dessa energia o custo da construção da infraestrutura necessária;

  • Pequenas centrais hidrelétricas – o projeto garante a contratação de 2.000 MW de PCHs no período de 2021 a 2026;

  • Demissões na Eletrobras – todos os trabalhadores demitidos até 1 ano depois da privatização terão o direito de converter o valor da sua rescisão em ações da nova empresa pelo valor equivalente ao de 5 dias antes da data da emissão da medida provisória.

Vacinação em massa é a melhor política econômica, diz Sachsida

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disse nesta 3ª feira (18.mai.2021) que “a melhor política econômica hoje é a vacinação em massa”. Segundo a pasta, a imunização contra a covid-19 pode aumentar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

Estudo da SPE diz que um aumento de 10 pontos percentuais no número de doses de vacina aplicadas a cada 100 habitantes pode elevar em 0,13 ponto percentual o crescimento econômico de um país neste ano. O levantamento foi publicado nesta 3ª feira (18.mai) no Boletim Macrofiscal e comparou o ritmo da vacinação e o crescimento econômico nas 30 maiores economias do mundo.

No Boletim Macrofiscal, o governo também elevou de 3,2% para 3,5% a projeção de crescimento do PIB do Brasil em 2021. Porém, afirma que há incertezas relacionadas à pandemia e à vacinação nesta estimativa. Eis a íntegra.

O estudo da SPE sobre o impacto econômico da vacinação em massa destaca o caso dos Estados Unidos e da Indonésia. Nos Estados Unidos, a vacinação avança de forma acelerada e o Fed (Federal Reserve) elevou de 4,2% para 6,5% a perspectiva de crescimento do PIB em 2021. Já a Indonésia tem um processo de vacinação “pequeno” e uma “revisão baixista do PIB para este ano”, segundo o subsecretário de Política Econômica, Fausto Vieira.

De acordo com o estudo, os Estados Unidos aplicavam 77,6 doses de vacina a cada 100 habitantes até 7 de maio. Já a Indonésia, 8. O Brasil está no meio do caminho, com 22 doses de vacina aplicadas a cada 100 habitantes. Eis o levantamento:

Vieira disse que o Brasil está atrás dos países avançados, mas tem o quarto melhor desempenho entre os países emergentes na vacinação. Ele falou também que o governo vê esse “processo se fortalecendo” e que isso “terá efeitos positivos para o crescimento da atividade”.

“A vacinação em massa no Brasil continuará progredindo. Quando se observa o número de doses recebidas pelos Estados e o número de doses aplicadas (estatística calculada por 100 habitantes de cada estado) à data de 11/05/21, é possível verificar que há muitas doses que já foram distribuídas e aguardam aplicação, o que irá ampliar ainda mais o número de vacinados no curto prazo. Dessa forma, o processo de vacinação em massa continuará avançando, o que fortalecerá a atividade econômica no segundo trimestre de 2021, principalmente no setor de serviços”, afirma o Boletim Macrofiscal.

“A melhor política econômica hoje é a vacinação em massa. Nós precisamos vacinar rapidamente a população para garantir o retorno seguro ao trabalho”, disse Adolfo Sachsida.

O secretário foi questionado sobre os impasses em torno do processo de vacinação no Brasil, mas só disse que o governo tem o “compromisso público” de não deixar faltar dinheiro para a saúde, para a vacinação e para o combate à pandemia de covid-19.

Anec prevê novo recorde mensal na exportação de soja do Brasil em maio

SÃO PAULO (Reuters) - A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) elevou sua projeção para os embarques de soja do Brasil em maio, a 16,19 milhões de toneladas, ante os 15,3 milhões estimados na semana passada, indicando um novo recorde mensal, mostraram dados da entidade nesta terça-feira.

Até o momento, a máxima histórica de vendas da oleaginosa foi batida em abril, com 15,67 milhões de toneladas embarcadas, segundo dados da Anec.

O avanço nas estimativas ocorre em momento em que o país, maior produtor e exportador global de soja, caminha para encerrar a colheita a safra 2020/21, com recorde no volume produzido.

Segundo a Anec, o Brasil exportou 13,87 milhões de toneladas do grão em maio do ano passado.

Ainda nesta terça-feira, a associação manteve a perspectiva de exportação de farelo de soja para este mês em 1,8 milhão de toneladas e segue sem prever embarques de milho.

Usinas já ensaiam novo aumento de preços de aços planos para junho, diz Inda

SÃO PAULO (Reuters) - Os produtores de aços planos do Brasil estão avaliando um possível anúncio de novo reajuste de preços do material para distribuidores entre junho e julho, embora a cadeia já esteja encontrando dificuldades para repassar os últimos aumentos, afirmou nesta terça-feira o presidente da entidade que representa os comercializadores, Inda, Carlos Loureiro.

"Algumas usinas estão falando de maneira muito firme sobre novo aumento, como a CSN, as outras usinas estão estudando", disse Loureiro em apresentação a jornalistas. "A CSN está falando entre 5% e 10% (de reajuste)", acrescentou, comentando que o aumento pode ser dividido entre junho e julho.

Segundo ele, em maio, os preços de aços planos vendidos aos distribuidores subiram entre 10% e 18%, acumulando desde o início do ano aumentos de 50% a 52%.

"Os aumentos de maio foram totalmente implantados pelas usinas. Mas já está sendo bastante difícil para a rede (de distribuidores) repassar o aumento (aos clientes)", disse Loureiro.

Ele afirmou que a diferença de preços entre o material importado e o nacional, o chamado "prêmio", está na ordem de 5% a 6%, apesar dos sucessivos reajustes das usinas nos últimos meses, diante da continuidade da alta nos preços do aço nos mercados internacionais.

Em abril, os distribuidores tiveram alta de 5,4% nas vendas em relação a março, enquanto na comparação com um ano antes, quando o mercado estava paralisado pela primeira onda da pandemia, houve incremento 106,7%. A expectativa para maio é de queda de 5% nas vendas ante abril.

O setor terminou abril com estoque de 713,2 mil toneladas de aço plano, praticamente estável sobre o mês anterior. O volume é equivalente 2,1 meses de vendas, abaixo do considerado como ideal pelo Inda, de 2,5 meses.

Minério de ferro sobe na China com fortes lucros de siderúrgicas e demanda robusta

PEQUIM (Reuters) - Os futuros do minério de ferro na China fecharam em alta de mais de 4% nesta terça-feira, impulsionados por fortes margens de lucros em usinas siderúrgicas, enquanto uma produção recorde de aço sugeriu também uma demanda resiliente pela matéria-prima e ajudou a alimentar o sentimento do mercado.

O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian, para entrega em setembro, chegou a saltar 5,5%, para 1.256 iuanes (195,26 dólares) por tonelada, antes de fechar em alta de 4,3%, a 1.243 iuanes.

"O consumo de aço ainda estará no pico sazonal no curto prazo...siderúrgicas estão produzindo ativamente, guiadas por altos lucros, o que tem apoiado as matérias-primas", escreveram analistas da Huatai Futures em nota.

Com usinas elevando atividades em meio aos bons ganhos, a China produziu 97,85 milhões de toneladas de aço no mês passado, segundo dados oficiais divulgados na segunda-feira.

Enquanto isso, dados da consultoria Mysteel mostraram que os embarques de minério de ferro da Austrália e do Brasil recuaram em 2,24 milhões de toneladas, para 22,58 milhões de toneladas na semana passada.

O contrato para outubro do vergalhão de aço na bolsa de Xangai recuou 0,2%, para 5.610 iuanes por tonelada.

Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters/Poder

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