Petróleo sobe como foguete e puxa as commodities. Mas, atrás, vem preços altos no diesel e inflação!
Preços do petróleo saltam quase 5% com sinais de aumento de demanda
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo saltaram quase 5% nesta quarta-feira, depois que um relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) e dados sobre os estoques da commodity nos Estados Unidos deram impulso ao otimismo com a retomada da demanda após os lockdowns relacionados à pandemia de Covid-19, que derrubaram o consumo de combustíveis no último ano.
Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam em alta de 2,91 dólares, ou 4,6%, a 66,58 dólares por barril, enquanto o petróleo dos EUA (WTI) avançou 2,97 dólares, ou 4,9%, para 63,15 dólares o barril.
Os estoques de petróleo dos EUA recuaram em 5,9 milhões de barris na semana passada, disse a Administração de Informação sobre Energia (AIE), superando as expectativas de analistas, que projetavam uma queda de 2,9 milhões de barris. Os estoques na Costa Leste do país atingiram uma mínima recorde.
"No geral, foi um relatório muito positivo", disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group em Chicago. "Realmente parece que estamos retornando a alguns números mais sólidos de demanda, e isso deve nos manter avançando."
Mais cedo na sessão, os preços já avançavam por causa de um relatório da IEA, que projetou que oferta e demanda globais de petróleo devem retornar a um equilíbrio no segundo semestre deste ano. A agência acrescentou que os países produtores precisam bombear 2 milhões de bpd adicionais para atender à demanda esperada.
Assembleia da Petrobras aprova dividendos aos acionistas de R$10,3 bi
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Acionistas da Petrobras aprovaram em assembleia nesta quarta-feira proposta de dividendos de 10,27 bilhões de reais, referente ao exercício de 2020, informou a petroleira estatal em fato relevante ao mercado.
O montante corresponde ao valor de 0,787446 real por ação ordinária e preferencial em circulação.
O valor será atualizado pela variação da taxa Selic de 31 de dezembro até a data do pagamento, em 29 de abril.
A assembleia foi realizada após a Petrobras conseguir que uma decisão da Justiça sobre a migração da gestão operacional do plano de saúde da companhia fosse reconsiderada, evitando qualquer risco para a realização da reunião de acionistas.
Bolsonaro prevê “enorme crise” e diz aguardar “sinalização” popular para agir (no Poder360)
Diz que há “barril de pólvora aí”; Presidente critica decisões do STF
O presidente Jair Bolsonaro disse na manhã desta 4ª feira (14.abr.2021) que o Brasil está na iminência de uma “crise enorme”. Afirmou que só aguarda uma “sinalização” do povo para agir, sem detalhar o que seria essa ação.
Bolsonaro também criticou recentes decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) e medidas de isolamento social para conter a pandemia. Falou que dá tempo de evitar o “aumento da temperatura” no país. “É só parar de usar menos a caneta e um pouco mais o coração”, afirmou.
“O Brasil está no limite. O pessoal fala que eu devo tomar uma providência. Estou aguardando o povo dar uma sinalização porque a fome, a miséria e o desemprego está aí [sic], só não vê quem não quer. Ou quem não está na rua. Eu sempre estive na rua”, disse o presidente a apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Ele deu a declaração logo após ler uma notícia do jornal Correio Braziliense, que traz na manchete “Brasil tem 125 milhões de pessoas que não sabem se vão se alimentar bem”.
Bolsonaro se eximiu de responsabilidade e atribuiu a prefeitos e governadores as consequências econômicas da pandemia por causa da imposição de medidas restritivas.
“O que eu falei em março do ano passado? Aquela política do ‘fica em casa e a economia a gente vê depois’. Estão vendo. Quero saber se a imprensa vai culpar os verdadeiros responsáveis ou vai continuar apoiando a política do lockdown.”
Sobre recentes decisões da Suprema Corte, Bolsonaro pediu uma conscientização do que está acontecendo no país.
“Amigos do Supremo Tribunal Federal, daqui a pouco vamos ter uma crise enorme aqui. Eu vi que um ministro despachou lá um processo para me julgar por genocídio. Olha, quem fechou tudo e está com a política na mão não sou eu. Agora, eu não quero aqui brigar com ninguém, mas estamos na eminência de ter um problema sério no Brasil.”
Depois Bolsonaro perguntou aos apoiadores: “O que vai nascer disso tudo? Onde vamos chegar? Parece um barril de pólvora que está aí”.
Em seguida, o presidente falou que tem muita gente de “paletó e gravata” que não quer enxergar uma possível deterioração do país. “Tem tudinho, paletó e gravata, dinheiro na conta no final do mês, sem problema nenhum. E o povo que se exploda. Eu não estou ameaçando ninguém, mas estou achando que brevemente teremos um problema sério no Brasil. Dá tempo de mudar ainda. É só parar de usar menos a caneta e um pouco mais o coração”.
“Estamos com você, presidente. Assinamos embaixo”, disse um apoiador após a fala de Bolsonaro, seguida de palmas pelos presentes no local.
Antes de ir embora, Bolsonaro mandou um recado para seus seguidores: “Eu só faço o que povo quiser que eu faça”.
Assista abaixo (21min48s):
Bolsonaro recomenda leitura “crítica” de artigo de Zé Dirceu no Poder360
“Tá dando recado para alguém”, diz; Texto trata do vice, Hamilton Mourão
O presidente Jair Bolsonaro recomendou nesta 4ª feira (14.abr.2021) a leitura, com “olhar crítico”, de um artigo do ex-ministro José Dirceu (PT) publicado mais cedo no Poder360.
Bolsonaro disse que o texto relata os erros do governo e dá um “recado para alguém”. O título do artigo é: “O que Mourão não disse”.
Antes de citar o texto, o presidente dizia que o Brasil está na iminência de uma “crise enorme”. Criticou recentes decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) e medidas de isolamento social para conter a pandemia. Disse que aguarda uma “sinalização” do povo para agir, sem detalhar o que seria essa ação.
“Teremos um problema sério no Brasil. E hoje, pessoal, recomendo a leitura, lógico com olhar crítico, do escritor José Dirceu, no Poder360, dando uma declaração sobre os erros do nosso governo – o [governo] dele foi uma maravilha”, disse Bolsonaro em tom de ironia, sob risos dos apoiadores.
“Ele tá dando o recado para alguém. Não é para mim. Eu conheço a figura há muito, desde antes de 1991 eu conheço o cidadão aí”, afirmou. Bolsonaro ainda comentou o retorno de Dirceu ao Brasil, em 1975, à cidade de Cruzeiro do Oeste (PR), após se refugiar em Cuba durante o regime militar.
Assista abaixo (39s):
Dirceu comenta em seu artigo um texto publicado pelo vice-presidente no jornal O Estado de S. Paulo, em 6 de abril de 2021, com o título “O que os brasileiros esperam de suas Forças Armadas” (link para assinantes). Na avaliação do petista, Mourão ousou falar em nome dos militares.
Eis um trecho do artigo do ex-ministro petista:
“Mourão, vice-presidente, começa com o argumento de que cabe aos militares a garantia da lei e da ordem. Sei que ele se apoia no artigo 142 da nossa Constituição, mas o fato é que a lei e a ordem, pela mesma Constituição, são garantidas pelas suas polícias judiciárias, Polícia Federal, polícias civis e pelas polícias militares, que investigam e cumprem as determinações do poder Judiciário, e fazem cumprir a lei. As PMs também fazem o policiamento ostensivo e usam a repressão, dentro da lei e quando necessária, determinados por governos ou pelo Judiciário.
Não por acaso, o vice-presidente deixou de citar o principal: que somente por iniciativa de um dos Poderes constituídos as Forças Armadas podem ser acionadas para esse fim.”
Os shoppings estão fechados, mas até igrejas estão abertas, diz associação
233 shoppings de 601 estão fechados; Crítica atuais medidas de restrição e a falta de apoio dos governos
Dados da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), divulgados nesta 3ª feira (3.abr.2021), mostram que 233 shoppings dos 601 existentes no Brasil estavam fechados. Entre os outros 368, nenhum está funcionando normalmente, mas sim com algum tipo de restrição. Para o presidente da entidade, Glauco Humai, isso representa uma incongruência, já que outros setores da economia funcionam quase totalmente.
“Os shoppings estão fechados, mas a construção civil está funcionando, a indústria está aberta, a agropecuária está aberta, até as igrejas estão abertas. Não tenho nada contra esses setores, mas quero que todos funcionem, inclusive os shoppings. Porque na rua as lojas estão abertas, o que está fechado é o varejo formal“, diz
De acordo com os números da Abrasce, houve perda de receita de até 30% nos dois primeiros meses de 2021, comparado ao mesmo período de 2020. A entidade diz que as restrições de funcionamento são a principal causa dessa queda.
Os Estados em que os shoppings estão completamente fechados são os de Minas Gerais, Tocantins, Amapá e São Paulo. Os estabelecimentos respeitam normas estaduais ou locais em relação ao comércio para tentar conter o avanço da covid-19. Os outros Estados têm restrições de quantidade de público ou tempo de funcionamento. No Rio Grande do Sul, por exemplo, os shoppings só podem funcionar com teleatendimento e delivery.
O presidente da Abrasce critica ainda que os momentos em que os Estados supostamente pararam e as atividades do comércio tiveram que ser interrompidas, mas, apesar disso, pessoas continuaram a circular. “Não há fiscalização real“.
Humai afirma que a situação piora porque não há diálogo por parte do poder público. “A gente não sabe o que vai acontecer semana que vem, então não conseguimos nos planejar“, diz.
E, com 13 meses de pandemia, não há mais reserva financeira para que a associação socorra os lojistas. A situação fiscal do setor piorou e, de acordo com ele, não há nenhum apoio por parte dos governos. “Eles nos mandam fechar e é simplesmente ‘se vira’. Assim não tem como.”
SHOPPINGS E SÃO PAULO
A pior situação, para a Abrasce, é a de São Paulo. O Estado é o que tem mais shoppings no Brasil, 188, ou seja 31,3% dos estabelecimentos de todo o país. Todos os shoppings de São Paulo estão fechados há 31 dias. Desde o início do ano, são mais 64 dias com algum tipo de restrição.
Humai afirma que o programa do governador João Doria (PSDB) de abrir crédito de R$ 100 milhões para o comércio não é o suficiente. “Nós, como setor, tivemos que investir mais de R$ 5 bilhões no ano passado, abrimos mão de aluguel por 4 meses. Então R$ 100 milhões não faz nem cócegas.”
Outro problema é que as contas continuam chegando. “Temos manutenção, segurança, ar condicionado. Só em impostos em 2020, em São Paulo, nós pagamos R$ 1,2 bilhão. E ficamos 85 dias fechados e 203 funcionando com restrições. É um absurdo“.
A Abrasce critica também uma suposta falta de transparência do governo estadual. Na 3ª feira (13.abr), a associação divulgou um anúncio (íntegra – 1,2 MB) no qual questiona porque o governo não fala sobre as perspectivas para as próximas semanas. De acordo com a Abrasce, outros Estados já anunciaram a reabertura, enquanto em São Paulo, o governo faz “mistério“.
Em nota, o governo de São Paulo afirmou que mantém “constante diálogo” com todos os setores da economia. Afirmou ainda que secretários do Estado se reuniram com a Abrasce na semana passada. O governo diz também que entre 2020 e 2021 investiu R$ 2,3 bilhões para empreendedores por meio do Desenvolve SP, Banco do Povo e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
O governo de Doria afirma que tem combatido a pandemia com base na ciência e que um “fim à tragédia” depende do Ministério da Saúde. “Sem os imunizantes, a única solução para salvar vidas e evitar o colapso de hospitais públicos e particulares é adotar medidas de distanciamento social e restrição de circulação. O pleno funcionamento da economia, sem o fechamento de grande parte dos comércios e serviços, depende diretamente da manutenção da saúde pública.”
São Paulo está na fase vermelha do plano de resposta a pandemia atualmente. A fase proíbe atividades não essenciais, incluindo o comércio. Até 3ª feira (13.abr), o Estado tinha 2.667.241 casos de covid-19 confirmados e 84.380 mortes.
MEDIDAS INSUFICIENTES
Na esfera federal, o setor afirma que também não há medidas que realmente irão ajudar na situação causada pela pandemia. Humai afirma que o governo federal argumenta que não pode ajudar por causa do teto de gastos, mas tenta interferir com projetos que trazem insegurança econômica “apenas para dizer que fez alguma coisa“.
A Câmara dos Deputados aprovou na última 4ª feira (7.mar) a tramitação em regime de urgência para o PL (projeto de lei) 1.026 de 2021, que limita os reajustes dos contratos de aluguel ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, calculado pelo IBGE). Os contratos, hoje, costumam ter reajuste pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado, calculado pela Fundação Getulio Vargas).
Os 2 indicadores medem a inflação, mas com métodos diferentes. De janeiro de 2020 a janeiro de 2021 o IGP-M ficou em 26,3%. O IPCA, em 4,8%. Os números foram extraídos da calculadora de inflação do Banco Central.
A Abrasce afirma que esse é um exemplo de medida que não ajuda o setor, que está envolvido no mercado de alugueis. “O projeto é claramente inconstitucional, atrapalha a livre iniciativa e envia uma mensagem de insegurança jurídica e econômica no pior momento possível. E ainda está sendo levado sem discussão, sem ouvir o contraditório“, diz Humai.
O empresário afirma que mesmo com a urgência, até o projeto entrar em vigor ainda vai levar meses ou até um ano. Até lá, para ele, a pandemia já pode ter passado. “É algo que tira o foco do que devia estar sendo discutido: crédito para os lojistas, plano de vacinação eficiente e um plano de retomada para podermos reabrir a economia“.
Para ele, é a falta de ações de apoio ao setor que faz com que os comerciantes rejeitem as restrições. “Chegamos em uma situação em que nos sentimos obrigados a pressionar os governos a abrir. Dando a impressão de que somos negacionistas, mas não é isso. Sabemos que a pandemia é grave, mas estamos em uma situação insuportável“.
Em nota, a Sepec (Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade), do Ministério da Economia, afirmou que novas medidas para amenizar os impactos da economia estão sendo estudadas pela pasta. Diz também que já existem políticas para reestruturar a economia e que aceita sugestões.
“A subsecretaria de Ambiente de Negócios está aberta para receber sugestões de medidas que possam atenuar os efeitos da crise no setor de comércio.”
A SEPRT (Secretaria Especial de Previdência e Trabalho), também em nota, afirmou que durante o ano de 2020 lançou BEm (Benefício Emergencial para Preservação do Emprego e da Renda) e que está em estudo retomar o programa em 2021. “Foram mais de 20 milhões de acordos celebrados, quase 10 milhões de trabalhadores envolvidos e quase 1,5 milhão de empregadores.”
O ministério afirma ainda que os resultados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de 2020, que mostrou a criação de 142,7 mil empregos com carteira assinada no ano, aponta para uma “recuperação consistente da economia“.